Quer se comunicar com a gente? Entre em contato pelo e-mail neumac@oi.com.br. E aproveite para visitar nossos outros blogs, "Neuza Machado 1", "Neuza Machado 2" e "Neuza Machado - Letras".

quarta-feira, 31 de março de 2010

10.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A MÃO CABELUDA

NEUZA MACHADO



10.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A MÃO CABELUDA

NEUZA MACHADO


De acordo com as
Fantásticas Narrativas
da Sábia Väjira Diamante,
conhecedora

d’As Aventuras Terrestres de Bhima,
passo a relatar-lhe

o Episódio da Mão Cabeluda,
uma história muito conhecida

dos Serranos Mineiros
da Gruta da Liberdade Encantada,
Localizada em um Lugar Paradisíaco
do Divino do Carangola
de Minas Gerais Muito Amada.
Mais ou menos assim,
contou-me a Sábia Väjira Diamante
de Cabelo Abundante Faiscante:

“Naquele dia, o Bhima resolveu visitar
a Gruta Esplendorosa
da Mão Cabeluda Super’Anosa.
Os Habitantes daquele Alto de Serra Mineiro
costumavam contar
(nos Looongos Serões das Noites de Sábado,
Iluminados pelos Fachos de Fogo
das Lamparinas de Querosene)
que, Naquela Gruta Maravilhosa,
localizada ali bem perto,
encontraram um dia
uma Grande Mão Cabeluda,
ainda intacta,
trazendo no Dedo Pai-de-Todos
um Preciosíssimo Anel de Ouro,
e, incrustado nele,
uma Belíssima Pedra de Jade
em Forma de Lâmina de Machado.
Os Habitantes do Alto Serrano
eram todos Trabalhadores,
lavradores da terra do delicioso café,
e não entendiam
o Mistério da Grande Mão Cabeluda.
“Como ela fora parar ali?,
se Naqueles Últimos Annos,
Ninguém das redondezas soubera
de alguma Morte Misteriosa
envolvendo Alguém do lugar?,
ou mesmo de alguma briga,
na qual Alguém Valentão
tivesse perdido a Direita Mão?
Como Aquela Mão
se conservara intacta
por tanto Tempo,
sem ter sofrido a ação
destruidora do mesmo
e a voracidade dos vermes?”,
assim se perguntavam
os Habitantes do Lugar.
A Mão Cabeluda era um Mistério
para aqueles Serranos Humildes,
os quais moravam
nas proximidades da Gruta.
Por isto, o Bhima,
que muito os amava,
e ouvia sempre seus Espantos
ante as Forças Desconhecidas,
digo, ouvia sempre
seus Questionamentos
sem as corretas respostas
culturalmente abalizadas,
resolveu visitar
a Gruta da Mão Cabeluda,
ou melhor dizendo,
visitar a Mão Cabeluda que, ainda,
jazia inerte
no Interior da Gruta Misteriosa.

terça-feira, 30 de março de 2010

9.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A CURIOSA ESTÓRIA DE JANE MAMÃE

NEUZA MACHADO



9.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A CURIOSA ESTÓRIA DE JANE MAMÃE

NEUZA MACHADO


Mas, voltando à história
da Montanha Mágica
da Serra dos Carolas Mineiros,
um Local bem pertinho
do Esplendoroso Monte
do Divino Espírito Santo Altaneiro,
próximo da Protectora Santa Luzia
dos Carangolenses Argueiros,
naquele dia, o Bhima colocou
um silenciador de motor
de carro barulhento
em sua Vimana Brilhante Maravilhosa,
e voou ansioso
até ao Terreiro de Terra batida
da Incomparável Jane Briseides
Muito Fermosa Mamãe,
e ficou, ali,
disfarçado de aragem vespertina,
naquela Hora Milagrosa em que as duas
(Mãe e Filha)
se juntavam para Contar Recontar
e Ouvir Estórias de Espantos
e Santos e Seres do Além,
e se Entreteceu Apreciando
os Relatos de Mamãe
sobre o Mistério que cercava
a Montanha Oca dos Transcendentes
Espíritos Milenares do Bem.

Foi aí, então, que o Bhima
ficou conhecendo a História da Montanha
do Sino Bim-Bim-Bá-Lá-Lão
(Florezinha na Cinta e Ginete na Mão),
totalmente Oca Por Dentro,
na qual vivia o espírito
de um antigo Sacristão,
o qual costumava,
nas Horas Religiosas do Dia,
Horas de Ave-Maria,
o Grande Sino,
da Pequenininha Igrejinha
da Localidade, tocar.
Aí, então – continuava contando
a Jane Briseides de Irradiante Atração
à sua Filhinha Diana Valente
Caçadora de Mancebos Masculinos
Supra-Reais em Extinção –,
um certo dia, o Sacristão
apareceu mortinho da silva,
assassinado com uma certeira
facada no coração tão bão,
bem encostadinho na parede de pedra
da tal Montanha do Bom Sacristão,
a qual naquela época não era ainda oca,
e que, depois da tragédia, se tornara oca,
e que, Naquelas Horas Sagradas do Dia,
Horas de Ave-Maria,
podia-se ouvir as badaladas do sino,
quando as Crianças Inocentes,
Naquelas Tais Horas,
jogavam pedrinhas miúdas
na Montanha Vibrante.
Aí então, Por Consideração
de Deus Nosso Senhor
de Imortal Coração,
o qual amava fervorosamente
aquele Sacristão Tão Bão!,
tão cumpridor de seu dever de Cristão,
aí então o Bom Deus,
não se conformando
com o trágico assassinato
de seu Fiel Servidor,
transformou a Sólida Montanha
na Montanha Oca
do Sino Plangente Dim Dão,
só para que os Carolas da Região
jamais se esquecessem
do Sacristão em questão.

Aí então, a Dianazinha
perguntou à Mamãe do ReCanto Sagrado,
porque o Sacristão foi matado,
se ele era assim tão bão
e por Deus estimado?
A Mamãe, que era uma Incrível
Contadora de Estórias,
sacudiu o seu Embornal
de Insólitas Informações
não muito racionais,
e retirou de lá uma Estória Bonitinha,
para contar à sua Curiosa Filhinha.
Então, a Jane Mamãe
explicou tudinho certinho.
O sacristão morreu porque
era muito amado por Deus!
Só ele sabia o Segredo
da Montanha de Brilhante
e Verdadeiro
e Eloquente Ouropel,
e, através dela, ele se comunicava
com os Habitantes do Céu.
Aconteceu, Diana!, que lá, no Local,
existia um Tal
que era partidário do Mal.
O adepto do Canhoto queria também
conhecer o segredo celestial.
Só o Sacristão sabia que,
no Interior Daquela Montanha,
os Anjos-Emissários de Deus
ali pernoitavam,
e, com eles,
o Sacristão conversava animado.
O Sacristão muito apanhou,
mas não delatou!
Aí, então,
com uma facada certeira em seu Coração,
o malvado, sem um pinguinho
sequer de compaixão,
o matou.
Mas, o Criminoso recebeu
o castigo do nosso Deus
Amado e Adorado!
Ali mesmo, no mesmo Local
da crueldade com o Muito Prezado
(aquele de Deus estimado),
com uma Morte Horrorosa
ele também pereceu.
O Homem Malvado
morreu engasgado.
Com o ossinho do pescoço da galinha
em sua garganta alojado,
o Malvado correu até ao local
do Crime Assinalado.
O Homem do Mal,
percebendo a Hora
de sua Morte Fatal,
quis pedir perdão
à alma do Sacristão.
Mas, não pode, coitado!,
porque o Danado,
que estava ao seu lado,
não deixou, de jeito nenhum!
Enquanto corria,
ele ouvia o Danado
que, Por Intermédio
de Um Estranho Ventinho Alado,
com Uma Voz Sussurrante,
dizia Vibrante:
Já que ocê tá arrependido
do crime a meu mando praticado,
e quer pedir perdão
à alma do Sacristão
por Deus muito estimado,
não vou tirar o ossinho
em sua goela fincado.
E, como ocê não terá voz para implorar,
nem o Deus dos Cristãos irá lhe ajudar
”.

No Dia da Morte do Homem Malvado,
assim contou a Jane Mamãe
do Contar Ritmado,
os Habitantes da Região,
inclusive o meu Avô
José Damásio de Amorim
e minha Avó Maria Ricarda
da Ilha de São Miguel,
Habitantes Sitiantes
da Serra dos Carolas,
foram até ao Local
e viram o cadáver do Homem Malvado
desaparecer numa Fogueira Sinistra,
dentro de um estranho Buraco Sem Fundo,
cheio de Fumaça Sufocante,
que apareceu por ali, inesperadamente,
naquele Angustiante Instante,
tragando o cadáver do Homem Malvado,
levando-o para as Profundezas Incomunicáveis
do Hades Renegado.
E um Som Desafinado
de Harpa, sinistra, intrigante,
foi ouvido por todos que ali
se encontravam Naquele Instante.
Assim, no Meio de Um Rastro
de Fogo Alucinante,
dentro de um Buraco Sem Fundo,
acompanhado de uma Música Fúnebre
de Harpa Dissonante,
o cadáver do Malvado
desapareceu para sempre,
e nunca mais foi encontrado!
Até hoje, Diana!, Minha Menina!,
os Habitantes do Lugar,
naquelas Horas Sagradas,
já Assinaladas,
quando as Crianças Inocentes vão, até lá,
para jogar pedrinhas na Montanha Ocada
do Som Bim-Bim-Bá-Lá-Lão,
eles escutam o Tilintar
do Sino Sagrado do Sacristão,
e, ao mesmo tempo, escutam, também,
o Profundo Lamento de Remorso
do Criminoso,
um Triste Pedido de Perdão,
através da Melodia de Harpa Vibrante
do Vento Intrigante.
Por isto, a Montanha, até hoje,
é conhecida pelo nome de Montanha do Eco,
enquanto os Habitantes da Região a denominam
de Montanha Oca
ou Montanha do Sino
ou Montanha Vibrante
ou Montanha do Som Angustiante.

Depois de acompanhar,
invisível naturalmente,
a Incrível História
de Jane Briseides Mamãe,
o Bhima se afastou dali, de fininho,
silencioso,
e foi para o seu Recanto de Luz.
Como já estava um pouco cansado,
e já era Noite na Terra dos Homens,
se recolheu em seu Aposento de Dormir,
dentro de sua Vimana Casa Voadora
Repleta de Esplendor,
e se preparou para desfrutar
de mais uma Noite de Sono Reparador.
No dia seguinte, ele bem o sabia!,
iria conferir, na Magnífica Tela Mágica
dos Grandes Acontecimentos,
aquela Estória da Jane Briseides
dos Literários Inventos.
De qualquer maneira,
o Bhima refletiu antecipadamente!,
aquela Estória da Jane,
por ela fora inventada,
uma vez que a Imaginação da dita Mamãe
se originava do Reino do Nada.
Enquanto não, o Bhima
caiu em Profundo Sono Reconfortante.
Enquanto aquilo,
lá na Tal Galáxia Especialíssima,
em seu Planeta de Origem,
do qual se distanciara há Milênios,
submetido à sua Função de Guardião
da Milícia Intergalática
de seu Supremo Senhor,
a Mãezinha do Bhima, tristinha!,
rezava por ele ao Deus do Louvor.

segunda-feira, 29 de março de 2010

9.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A CURIOSA ESTÓRIA DE JANE MAMÃE

NEUZA MACHADO



9.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A CURIOSA ESTÓRIA DE JANE MAMÃE

NEUZA MACHADO


Pois Acredite Neste Meu ReConto,
porquanto, naquele dia, o Bhima voou,
em sua Maravilhosa Vimana
de Estimado Querubim,
até às redondezas da Residência
de Antônio de Sousa Aquileu,
Filho do Venerável Ancião
José de Souza Peleu,
um Conceituado Fazendeiro
do Antigo Arraial do Choro Mineiro,
hoje o Lugar é mais conhecido pelo nome
de Santo Antônio do Arrozal,
pertinho de Divino do Carangola,
uma Cidade Fenomenal
de Minas Gerais Sem-Igual!;
pois então, Naquele Momento Sublime
do Século XX Passado,
o Bhima voou até às Redondezas da Casa
do Antônio de Sousa Aquileu,
por Apelido Glorioso
Antoinzim Tocador de Trombone,
de Violão, de Cavaquim e Bandolim,
só para ouvir as Curiosas Estórias
de Jane Martins de Ogiges Briseides
Damásio D’Amorim.

Há muito!, ele se interessara
pelas ocorrências vitais daquela Família,
principalmente, constantemente,
entretinha-se em se disfarçar
de aragem vespertina,
só para ouvir as Tais Histórias,
as Quais a Jane Briseides Mamãe,
a Esposa do referido Antônio,
costumava contar à sua Filhinha
Diana Caçadora Valente
Proprietária de Cem Cachorros Malteses
Invisíveis Mordentes,
com aqueles entretantos narrativos
que somente ela sabia expressar.
A menina era muito curiosa
(e o Bhima também!),
e gostava de ouvir as narrativas
das velhas Lendas Mineiras,
que povoavam o seu universo sócio-familiar,
incríveis narrativas que, tããão bem!!!,
e tããão encantadoramente!,
sua Jane Mamãe sabia recontar.
Também pudera!,
a Jane Mãezinha era filha
do Venerando Ancião Emilianno de Brises
Contador de Estórias da Carochinha,
aquele da Árvore da Mortalha Velhinha.
Tá lembrado?
Por esta razão, inúmeras vezes,
o Bhima estacionava a sua
Vimana Maravilhosa
nas proximidades,
só para ouvir os interessantes relatos,
lendários e insólitos,
os quais se tornavam mais interessantes,
quando a Jane resolvia recontá-los.

Assim, naquele dia,
antes de sair do seu Recanto Paradisíaco
Super-Tropical,
aquele lugar de Pura Maravilha, Sem-Igual,
o qual ele havia escolhido
para ali residir por uns tempos,
antes de sair de seu Recanto de Paz,
o Solitariozinho colocou um silenciador
de motor de automóveis do Século XX
em sua Vimana, outrora muito barulhenta,
de acordo com as sábias palavras do Sábio;
jogou o famoso pó de pirlimpimpim
da fadinha madrinha do inesquecível Peter Pan
(aquele inigualável pó do disfarce
das estórias infantis)
em toda a parte externa de sua Vimana
Super-Veloz Voadora
Maravilhoso Veículo Alado
(para retirar dele o clarão do sol,
uma vez que o seu brilho era detectado
a léguas e léguas de distância),
e voou até ao local desejado.

É bom que você saiba, desde já,
que, em suas Aventuras do Século XX Passado,
este recurso era sempre apreciado
pelo nosso Bhima do Olhar Maravilhado.
Em verdade, o Século XX
se tornou tããão barulhento,
setecentos e setenta e sete vezes
tããão barulhento!,
que o Bhima não desejava transformar-se
em mais um produtor de barulho
na Terra dos Homens.
Também, esta providência era-lhe necessária,
porque ele, no Século XX,
já não podia chamar a atenção dos humanos,
os quais já não respeitavam
os Seres Extra-Terrestres
e, com certeza!,
iriam querer roubar do Senhor Supremo
o Segredo de Fabricação de sua Vimana Voadora.
Roubar Inventos Divinos,
desde o Início do Mundo,
sempre foi a prática preferida
dos humanos ladinos.

domingo, 28 de março de 2010

9.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A CURIOSA ESTÓRIA DE JANE MAMÃE

NEUZA MACHADO



9.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A CURIOSA ESTÓRIA DE JANE MAMÃE

NEUZA MACHADO


Naquele dia, o “Bhima voou
com sua Vimana
num raio imenso,
que tinha o clarão do sol
e cujo ruído
era como o trovejar de um temporal
”.
Estas palavras, descrevendo
As Celestiais Aventuras
de Bhima Guerreiro e Seus Irmãos
,
em um certo período milenar
da História do Mundo,
foram gloriosamente escritas
pelo Sábio Vyasa, na Índia Antiga.

Quomodo já lhe informei,
a Sábia Väjira sempre admirou,
e muito!!!,
a encantadora criação literária
do referido Sábio.
Em verdade, três vezes!!! verdadeira,
o Sábio Indiano e a Sábia Mineira,
em um passado não muito remoto,
tornaram-se muito amigos,
entendiam-se por intermédio
daqueles longos serões
de compridas leituras sem-fim.
Então, foi assim que a Sábia Väjira
ficou sabedora da existência
de Bhima Resplandecente
Angelical Querubim,
tornando-se, portanto,
a sua mais fiel admiradora.
Graças a esta fidelidade literária,
pude partilhar com a Sábia,
na qualidade de discípula curiosa,
o conhecimento correto
da existência daquele que fora considerado,
em um certo momento da História Oriental,
o mais poderoso entre os poderosos.
Orgulho-me de tê-la tido quomodo minha Mestre,
pois foi graças a lendária Väjira
que me interessei em acompanhar de perto
As Aventuras do Extra-Terrestre Bonzinho,
por meio de uma raríssima intuição
quanto à sua extraordinária presença,
voando incognitamente
pelos céus da Esfera Terrestre,
e pelos céus do Brasil Varonil,
Em Pleno Final do Segundo Milênio,
e já apreciando aterrada
os acontecimentos
do Início do Terceiro Milênio.
Assim, recordando-me das Encantadoras
Narrativas da Sábia Väjira
do Multicolorido Manto de Pano Cetim,
passo a recontar-lhe tim-tim-por-tim-tim
o que aconteceu com o Bhima,
quando ouviu de Jane de Ogiges Briseides
Martins Damásio D’Amorim,
a Jane Mamãe,
a Mamãe da Diana Andarilha das Estórias Sem-Fim,
Pela Primeira Vez,
a História da Montanha Oca
da Serra dos Carolas Divinais
de Minas Gerais.

sábado, 27 de março de 2010

8.6 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO



8.6 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO


Enquanto aquilo,
no quarto do Casal Pioneiro,
a Velha Justiniaña de Ogiges,
praláde centenária
(era bem mais velha do que o marido!),
costurava Duas Artísticas Mortalhas.
Naquele Tempo, se usava costurar
as Próprias Mortalhas
antes da Morte Certeira, Eternal.
Aí, o Bhima compreendeu tudo!
O velho Emilianno estava a cortar
a sua Estimada Árvore Poderosa Altaneira,
para preparar dois caixões,
de indestrutível madeira;
um caixão para ele próprio,
e, o outro, para sua Velha Companheira
de Annos e Annos de Convívio Conjugal,
e Muita Trabalheira.
O Emilianno, Sábio!,
na Mocidade,
plantara a sua Árvore da Vida e da Morte,
inigualável, de qualidade incomum.
Naquele Momento (Século XX),
estava a derrubá-la!
Com a resistente madeira da Árvore Yekiti’bá,
iria fabricar os caixões,
os quais levariam a ele
e Sá Justiniaña de Ogiges,
sua Velhíssima Companheira,
para debaixo da Terra de Akitsushimá.
Naquele Momento
o Solitariozinho compreendeu
o Velho Inventor
de Histórias Praláde Mirabolantes!

Ainda meio entristecido
com a atitude do Velhíssimo,
o Bhima retornou ao seu Recanto de Luz,
para mais uma Noite de Sono na Terra dos Homens.
Ele sabia que os caixões iriam ficar
guardados ainda por um bom Tempo.
O Velhíssimo Emilianno de Brises
e sua Velhíssima Consorte
Justiniaña de Ogiges,
Remanescente Daquela Mágica Ilha
Famosa e Fermosa,
ainda iriam viver bastante,
até aos Cento e Cinquenta Annos cada um.
Mas, não teriam mais a Frondosa
Árvore de Estimação
para os acompanhar até lá.

sexta-feira, 26 de março de 2010

8.5 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO



8.5 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO


A árvore era tão frondosa que havia lugar,
embaixo dela,
para as crianças recrearem.
Enquanto os mais velhos conversavam,
as crianças brincavam de roda,
de pique-será,
de amarelinha,
de bola-de-gude,
e muitas outras brincadeiras infantis.
E eram muuuuuuiiitas criaaanças!!!
Em seus frondosos galhos,
gerações e gerações
de divindades-passarinhos,
de diversas raças,
fizeram seus ninhos,
chocaram seus ovinhos
e criaram seus filhotes-adivinhos.
A árvore testemunhou,
naqueles setenta e sete annos de convívio
com o Emilianno de Brises,
todos os acontecimentos importantes,
e mesmo os sem importância,
da vida daquela família.
E, naquele momento
(“-- Óh!!! Não!!!”),
o Velhíssimo estava a cortar a sua anosa
poderosa árvore de estimação!!!!!

quinta-feira, 25 de março de 2010

8.4 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO



8.4 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO


E, Assim, Naqueles Muitos Annos,
o Extra-Terrestre também acompanhou,
de longe, evidentemente!,
o desenrolar daquela Amizade
entre o Emilianno de Brises
e a sua Árvore de Estimação.
Enquanto ela crescia,
crescia a Força do Emilianno;
crescia o seu Valor de Homem
Trabalhador e Honesto;
crescia o seu Amor
por Sá Justiniaña de Ogiges,
sua estimada companheira
dos Ternos Aconchegos Amorosos
e das labutas diárias;
cresciam seus Inúmeros Filhos e Filhas,
todos fortes e bonitos e valerosos,
também, trabalhadores,
quomodo o pai que os protegia.
Com o passar dos Annos,
o Emilianno se tornara
uma presença marcante
no lugar em que morava,
e, aos sábados e domingos,
a sua casa se alegrava,
sempre cheia de visitas,
as quais eram muito bem recebidas
por ele e por Sá Justiniaña,
sua bem amada mulher.
Sob a sombra da grande árvore,
muitas visitas saborearam,
naqueles muitos annos,
os deliciosos quitutes
preparados por Justiniaña,
uma inigualável cozinheira
de inigualáveis manjares
da tradicional cozinha mineira.
O tempero de suas iguarias
era conhecido nos quatro cantos da região,
quiçá do Mundo Todo,
e, aos sábados e domingos,
as pessoas vinham de longe,
trazendo cereais, legumes e verduras,
quomodo era o costume,
só para terem o prazer de almoçar e jantar
e tomar café-com-leite e bolinhos mineiros
em casa de Sô Emilianno e Sá Justiniaña,
e, ao mesmo tempo,
ouvir as suas fantásticas narrativas,
uma vez que o carpinteiro e marceneiro,
além de lenhador e caçador,
era um reconhecido contador
de Histórias da Carochinha,
aquelas incríveis histórias inventadas
para o entretenimento geral.
Sob a sombra da grande árvore,
muitas visitas saborearam,
naqueles muitos annos,
também, as deliciosas histórias
do Gran Ancião do Mágico Terreirão.
O Bhima sempre observara, de longe!,
aquelas reuniões sabáticas e dominicais,
em casa do Emilianno de Brises,
parente longínquo
do antiquíssimo Brises Homérico.
Naqueles annos todos,
o Bondoso Extra-Terrestre nunca, jamais!!!!!!,
presenciara atitudes de desagrado,
por parte do casal,
em relação às constantes visitas
dos finais semanais.
Eles as recebiam com muita alegria e satisfação.
E é bem verdade também,
é importante que se diga!,
que Sá Justiniaña não trabalhava sozinha
no preparo de seus saborosos quitutes.
As mulheres visitantes
também arregaçavam as mangas
de seus vestidos de passeio
e iam ajudá-la no preparo
da inigualável comida.
Então, a grande cozinha do velhíssimo casal
se transformava em uma sala de bate-papo,
melhor do que qualquer sala de bate-papo
dos dias atuais,
melhor do que qualquer sala de bate-papo
Via Internet.
As mulheres colocavam
seus assuntos rotineiros em dia,
e os homens esperavam a hora da comilança,
conversando e pitando cigarros de palha
recheados de fumo-de-rolo,
abrigados debaixo da frondosa
árvore de estimação.
Enquanto não, as libélulas voavam
e os pássaros cantavam!

quarta-feira, 24 de março de 2010

8.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO



8.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO


O fato é que o Emilianno de Brises
era do tempo do povoamento
Daquela Região Tão Amada por Bhima.
Um reino europeu estava a se apossar,
já há uns Quatrocentos Annos,
mais ou menos,
daquelas extensas e férteis terras tropicais,
localizadas na América do Sul
de Inigualáveis Belezas
e Esplendores Gerais.
Na verdade, o Povo Muito Amado
era uma mistura de várias etnias,
cujo sangue principal provinha justamente
daquele tronco branco europeu.
Mas, é bom que se esclareça!,
desde já!!!,
a cor que predominava entre eles
era a maravilhosa cor de jambo dourado,
graças a uma saudável mistura
do sangue branco português
com o sangue ebanístico
provindo da África
e, também, graças à mistura
com o sangue amarelo-ouro
dos silvícolas puris
que povoavam a região
antes do aposseamento,
sem contar a magnífica
contribuição divinal
do Apolíneo Sol Esplendoroso
do Trópico de Capricórnio Sem-Igual,
o qual acariciava aquelas peles moirenas,
na maior parte das Efemérides Terrenas,
nos Ardentes Verões Tropicais
e nas Primaveras Floridas
Multicoloridas
Especiais.

terça-feira, 23 de março de 2010

8.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO



8.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO


Enquanto apreciava a força do
Venerável Ancião, quase centenário,
em seu trabalho de derrubada
da árvore gigantesca,
lembrou-se do dia em que, o mesmo,
no esplendor de seus vinte annos de idade,
havia plantado a muda da árvore Yekiti’bá,
ali, naquele mesmíssimo lugar,
no centro do pátio de terra batida,
em frente à sua casa de recém-casado exemplar,
e o cuidado e carinho que lhe dedicara
naqueles setenta e sete annos
de convívio diário.
“Então, por que o Velhíssimo Emilianno
resolveu derrubar a sua árvore de estimação?”,
pensou o Bhima pela segunda vez.

Ali, os dois conviveram amigavelmente
em todos aqueles annos.
Poucas pessoas conheciam
a existência do Extra-Terrestre,
e o Velho Emilianno de Brises
era uma dessas poucas pessoas,
uma vez que ele era um criativo contador
de histórias de entretenimento.
O Bhima bem se lembrava da aflição
do rapazola Emilianno
(nascido em um anno qualquer
da segunda metade do século XIX),
naqueles primeiros meses de vida da árvore,
quando a pobrezinha se viu enfraquecida
pelos ardentes inclementes raios solares
e quase morreu.
O Emilianno de Brises,
naquela sua época terrena
de incrível força varonil,
ficou muito angustiado.
Ele ficou tão angustiado!,
mas tão angustiado!,
que dedicava a maior parte do tempo
aos cuidados com a árvore recém-plantada.

Naquela época, o Bhima bem o sabia!,
o Emilianno já era um reconhecido
marceneiro e carpinteiro,
mas era também um forte lenhador,
seu trabalho era derrubar árvores
só com a força de seus braços,
nas proto-Fazendas da região.
O motivo das derrubadas
era a necessidade de expansão territorial,
e a maior parte das terras,
daquela região da Zona da Mata Atlântica Mineira,
como bem se pode adivinhar!,
no Século XIX, era de mata virgem intransitável.
Por isto, o Emilianno não via nenhum mal
em derrubar algumas árvores, isto é certo!,
mas, também, plantava-as em grandes quantidades,
em pequenos vasos,
para repô-las em outros locais
pouco acessíveis aos seres humanos,
locais esses que estavam sem árvores,
talvez, por um processo de

desmatamento natural.

segunda-feira, 22 de março de 2010

8.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO



8.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO


E a Sábia Väjira Diamante Mineira
contou-me o caso que aconteceu
com o Senhor da Árvore da Mortalha,
o velhíssimo Emilianno Martins Sant’Anna,
papai da Jane Briseides
e vovô da Veneranda Diana:

Naquele dia,
lá pelo meado do século XX anterior,
o Bhima, ao assestar seu Binóculo Mágico
em direção a uma pequena comunidade
da Zona da Mata de Minas Gerais,
percebeu uma diferente movimentação
no pátio da casa
do Velho Marceneiro e Carpinteiro
Emilianno Martins de Sant’Anna,
mais conhecido pela alcunha
de Emilianno de Brises,
uma vez que ele era descendente
do afamado Brises Homérico
dos Gregos Antigos.
“O que estará acontecendo com o Emilianno?”,
pensou o Bhima,
muito ocupado em entender
o que estava a ocorrer
com seu velho amigo.
Arregalou bem seus
grandes olhos de Extra-Terrestre,
amendoados e brilhantes,
e ficou a apreciar,
de longe, naturalmente!,
os movimentos provenientes
do grande terreiro de terra batida.
Olhou com bastante atenção
e se horrorizou
quando constatou
a terrível realidade:
o Velho marceneiro e carpinteiro,
um antigo vigoroso lenhador,
e ainda caçador de onças pintadas
e jaguatiricas noturnas,
nas horas vagas,
além de ser um notável contador
de estórias da Carochinha
aos Sábados e Domingos,
estava a derrubar a sua
velha árvore de estimação.
Não!, o Bhima não podia acreditar
em seus grandes olhos!
O Velho adorava sua velha árvore!
“Então?!!!, por que está ele a derrubá-la,
meu Santo Antão!?”, perguntou-se.

domingo, 21 de março de 2010

7.4 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: CONCURSO DE BELEZA

NEUZA MACHADO



7.4 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: CONCURSO DE BELEZA

NEUZA MACHADO


Anteriormente, enquanto
estava assistindo
ao Evento das Misses,
Evento este que, em outras épocas,
mobilizava Milhões
de Telespectadores
de Sua Amada Nação,
recordou-se das bellas mulheres
da História da Terra,
desde que a deusa Afrodite
da Ilha de Citera
recebera dos Gregos Antigos
o Título de a Mais Fermosa
divindade feminina
do Olimpo Grego Pagão.
Não!, absolutamente, não!,
a tal moça não possuía
os pré-requisitos necessários
para que fosse considerada a mais bella,
de acordo com as próprias lembranças
em relação à sedutora deusa,
aquela que fora concebida por Urano
logo depois de sua castração.
“A coitadinha da Miss é tão magra!”,
pensou exclamativamente,
naquele momento, muitíssimo irritado.
Como uma moça magrela,
mais parecendo uma tábua de passar roupas,
alcançou ser considerada a mais bella
de sua Terra Verde-Amarella?
Não!, com certeza houve maracotaia!
Bonita, realmente, fora a deusa grega,
com aqueles largos quadris,
cintura fina de pilão e peitos abundantes,
próprios para gerarem pelo menos
uns dez semi-humanos fortes e vigorosos,
e, pelo menos, umas dez mulheres mortais,
repletas de amorosas seivas vitais.
Lembrou-se, por exemplo, também,
de Helena de Tróia
(a amada do Rei Menelau
e também do ilíaco Príncipe
Páris Alexandre Nicolau),
aquela bella que fora o pivô
de uma sangrenta guerra
entre gregos e troianos,
e, acompanhando a História Geral
do Mundo Terráqueo Vital,
recordou-se da famigerada Cleópatra
e seus inúmeros casos amorosos,
aquela poderosa rainha egípcia
que se deixou picar por uma cobra venenosa.
Sim!, aquelas foram mulheres bellas.
Por exemplo, também,
a Marta Rocha Brasileira,
dos meados do Século XX passado,
com suas duas polegadas a mais nos quadris,
a primeira Miss de seu País Varonil,
aquela Marta inesquecível,
que tão bem soube representar
as mulheres bellas
de sua Terrinha Tropical Muito Amada,
naquele já distante Anno
do Início dos Cinqüenta,
apesar de não ter abiscoitado o prêmio.
De qualquer maneira, o Bhima bem o sabia!,
a jovem do cetro, naquele Anno da de 2003,
não iria ganhar a faixa
de a mais bella do Universo Sem-Fim,
porque a realmente bella do dito Concurso,
naquele seu País (naquele momento,
ainda terceiromundista),
repleto de antigos oportunistas,
anosos ditadores de maracotaias enganadoras,
sequer fora selecionada.

Assim pensando, desligou a tal Televisão
Inventada pelos Humanos,
se aconchegou entre as macias cobertas
de seu Leito Azul Flutuante,
para um curto soninho
de Pouquíssimas Horas Repousantes,
porque já era de Madrugada
e, logo, teria de acordar,
para Mais Um Dia de Vigilância
na Terra dos Homens Agilizar.

sábado, 20 de março de 2010

7.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO

NEUZA MACHADO




7.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO

NEUZA MACHADO


A bem da verdade, as suas primeiras
Aventuras na Terra foram escritas em sânscrito,
e o Bhima bem sabia que as traduções posteriores,
em outras línguas,
quase sempre, deturpavam as escritas autênticas,
e, pior ainda, ele próprio não aprendera o sânscrito,
naquela época,
já que se preocupara mais em aproveitar
a oportunidade de ser um jovem semi-humano,
e, ainda por cima!, filho de reis.
Sim!, fora muito interessante a experiência!
Ele pode nascer e crescer à moda dos humanos,
pelo menos uma vez,
para sentir o gostinho de vida que os ditos sentiam.
Por esta razão, naquele momento,
em pleno Início de Século XXI,
podia dar-se ao luxo de amar ternamente
aqueles Serranos escolhidos,
habitantes daquele Alto de Serra Of Hinterland,
chorar com as suas tristezas e alegrias
[porque também
(ele aprendera com os terráqueos brasileses!)
se chora de alegria!],
rir descontroladamente, et cetera, etc,
do jeitinho mesmo que os humanos costumam fazer.
O Senhor Supremo fora muito justo com ele!
Deixara que adquirisse certos sentimentos,
para que não se sentisse sempre
um solitário na Terra dos Homens.
Por isto, naquele momento,
ele estava assistindo ao desfile das Misses,
diante da televisão inventada pelos humanos.
Por isto, ele não estava satisfeito com o resultado,
porque, exatamente quomodo os humanos,
a sua preferida estava a perder pontos
diante do seleto júri.
O Bhima estava pensando que tudo aquilo
era uma tremenda enganação,
uma vez que algumas Misses,
não tão bonitas assim!,
estavam sendo classificadas entre as dez mais.
Inclusive, aquela, que
no momento estava a receber o cetro,
segundo o seu Conhecimento Interplanetário,
ela não era a melhor entre as melhores.
Quomodo um bom mineiro,
(ele já se considerava um mineiro!)
estava torcendo pela candidata de Minas Gerais,
sua Terrinh’Amada!,
e ficou deveras incomodado quando
a mesma foi desclassificada,
sem nem ao menos ficar entre as dez finalistas.
“Não!, neste Concurso de Miss
existe maracotaia!”,
pensou, aborrecido!,
ao desligar a tal televisão,
quando acabou o desfile.

Ele não se conformava por ter perdido
o seu precioso sono
com aquela baboseira toda.
Segundo o seu entendimento,
apesar da beleza da ganhadora do concurso,
o resultado não fora justo.
De acordo com a sua própria
concepção de beleza feminina,
beleza das Terráqueas, bem entendido!,
a candidata de Minas Gerais
Naquele Anno de 2003,
fora castigada pelo júri
por ser a mais bella de todas.
Inclusive, aquela história
das respostas inteligentes
quomodo pontuação primordial
estava muito mal contada!
Se tivesse recebido autorização do Supremo,
teria se materializado entre os jurados,
teria feito uma nova pergunta para a vencedora,
e, aí sim!, os sonolentos telespectadores
teriam apreciado um grandessíssimo fiasco!

sexta-feira, 19 de março de 2010

7.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO

NEUZA MACHADO



7.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO

NEUZA MACHADO


Naquele Tempo muuuito Antigo!,
ele escolhera a Índia
quomo terra de nascimento.
Chegou à Terra quomodo
um semi-humano
(ou um semideus,
de acordo com o entendimento humano),
filho da mortal rainha Kunti
e de uma divindade masculina,
chamada pelos Habitantes de lá
de deus do vento.
Todos esses acontecimentos
em sua vida foram idealizados
e realizados pelo Supremo Senhor,
para que o Extra-Terrestre
pudesse servir-se da Vimana Voadora
diante dos humanos, e, assim,
se tornar conhecido no Mundo Real
por intermédio dos
famosos versos épicos
do Mago Vyasa.
Por isto, a Humanidade toda,
há muito!, já conhecia
As Aventuras de Bhima na Índia Antiga.
Por isto, a Maga Väjira, há muuuito!,
se tornara amiga do peito do Bhima,
O Extra-Terrestre Bonzinho.
Graças aos Versos Famosos
do Mago Vyasa,
uma grande parte da humanidade
passou a ter conhecimento
da incrível Vimana Voadora,
o Maravilhoso Veículo Espacial,
impulsionado a mercúrio,
o qual, por muitos séculos,
e até hoje,
encanta alguns fiéis leitores
da grande obra épica
do magnífico Mago indiano.
A Vimana Voadora,
o precioso presente recebido
das Mãos Magnificentes
do Supremo Senhor,
num Piscar de Olhos,
levava aos Quatro Cantos da Terra
o Bondoso Astronauta Extra-Terrestre,
o qual, naquele tempo,
era considerado um jovem
cheio de vontades reais.
No passado épico,
ele ficara muito grato ao Supremo Senhor
por conceder-lhe tamanho privilégio,
mas, só não compreendeu o motivo
d’o Mago Escritor da época
ter passado para os pósteros
uma imagem de sua pessoa Extra-Terrestre
muuuito contendora,
a qual, absolutamente,
não era verdadeira.
Os humanos da Época,
e das Épocas Seguintes,
por causa dessa imagem literária,
chamavam-no de “Bhima, o Terrível”,
ou então, de “Bhima,
o mais poderoso entre os poderosos”,
e outros epítetos que o colocavam
quomodo um ser belicoso.
Não!, isto absolutamente não era verdade!
Mesmo convivendo com os humanos,
com certeza, mascarado de ser humano,
Bhima sempre fora
um Extra-Terrestre Bondoso!
O Bhima não conseguia
atinar com o motivo
dos exemplos literários,
os quais, tais exemplos,
foram escritos pelo Mago Escritor
da Índia Antiga,
aquele que, pela primeira vez,
colocara em palavras
e caracteres pictóricos
suas Aventuras na Terra;
portanto, repito,
ele não compreendia o motivo
de o Sábio ter colocado
a sua figura semi-humana
quomodo um ser belicoso.

quinta-feira, 18 de março de 2010

7.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: CONCURSO DE BELEZA

NEUZA MACHADO



7.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: CONCURSO DE BELEZA

NEUZA MACHADO


Naquele Dia, o Bhima
resolveu assistir
a um Programa de Televisão,
à moda dos Terráqueos.
Acionou o Botão
da Grande Tela de Televisão
(Televisão Inventada pelos Humanos,
que fique bem entendido!),
repito, Acionou o Botão
da Grande Tela de Televisão,
uma Tela Localizada
em um Canto Acolhedor
de sua Vimana Voadora,
e foi Assistir ao
Concurso de Miss do Anno 2003,
o qual estava a se realizar
Naquele Paradisíaco País
de sua predileção.

Bem se lembrava o Bhima,
por diversas razões!,
o quanto lhe fora muito custoso
comprar aquele Aparelho de Televisão,
inventado pelos Terráqueos.
Em Primeiro Lugar, ele se recusava,
terminantemente,
a adquirir qualquer objeto
que o desviasse de seus afazeres
de Sentinela do Espaço Sideral.
Ele achava que o Entretenimento
à moda dos Humanos
era pura perda de Tempo.
Em Segundo Lugar, ele se perguntava:
“Como arranjar o dinheiro necessário
para a compra do Aparelho
de Televisão dos Terráqueos,
se ele era um Extra-Terrestre que
raramente se Travestia de Ser Humano?”

A Primeira e Única Vez Que o Supremo
o Fizera Nascer Quomodo Humano,
e conviver com outros Humanos,
como se fosse um deles,
fora há Muuuito Tempo.
Bem se lembrava do Acontecimento.
Naquele Tempo Anterior,
ele Escolhera a Índia
Quomodo Terra de Nascimento.

quarta-feira, 17 de março de 2010

6.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: FESTA RELIGIOSA NO INDAIÁ

NEUZA MACHADO



6.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: FESTA RELIGIOSA NO INDAIÁ

NEUZA MACHADO


Ah!, como o Solitariozinho amou
e amava ainda cada Povo Escolhido,
Desde que viera à Terra pela Primeira Vez!
Amava, tanto!, tanto!, tanto!,
que, mesmo Voando, de vez em quando,
para Lugares Distantes,
submetido às Ordens do Supremo Senhor
de Inigualável Valor,
o qual o impelia a se locomover
em sua Vimana Voadora
das Grandes e Prosopopaicas Ocorrências,
para observar as Terríveis Mazelas da Terra
ou os Maravilhosos Momentos Irrepetíveis,
repito, amava Cada Povo, tanto!, tanto!,
que mesmo submetido a Tais Exigências,
para cumprir sua Obrigação
de Sentinela do Espaço Sideral,
jamais esquecia o Povo Escolhido
do seu Momento Existencial.

Então, naquele dia do Terceiro Anno
do Terceiro Milênio,
o Bhima foi apreciar aquele
Acontecimento Sem-Igual,
jamais visto em Outras Partes
da Terra Global.
Quomodo sempre,
ele estacionou a sua Vimana
Maravilhosa Voadora,
em uma Nacarada Nuvem Acolhedora,
e ficou, lááá de cima!,
a admirar a Movimentação,
e a ReLembrar, ao Mesmo Tempo,
o Modo de Vida do Povo do Lugar.

Em alguns Territórios Adiante,
em Outros Países da Terra Flamejante,
os Focos de Guerra
se disseminavam, abundantes,
e, no entanto, aquele Pequeno Povoado
de um Maravilhoso Altaneiro
Alto de Serra Mineiro
era uma Localidade
de Pura Religiosidade
e Amor Verdadeiro.
É bem verdade que algumas pequeninas
Guerrinhas Particulares Aconteciam,
por supuesto!, Acontecimento Normal!,
mas, No Geral,
Aquele Povo Escolhido era um Povo
de Apreciada Paz Celestial.

Naquele dia, por exemplo,
em Cada Cantinho Calminho
do Território do Varonil Brasil,
e Em Especial Naquele Esconsinho
Daquele Alto de Serra do Indayá
das Minas Gerais de Belezas Mil,
os Habitantes da Região
estavam Comemorando a Páscoa,
ou seja, a Ressurreição de Jesus,
o Filho do Único Deus,
Rei dos Cristãos e também dos Hebreus.
Desde as Quatro Horas da Madrugada,
de Um Domingo de Abril,
do Terceiro Anno do Terceiro Milênio
das Ocorrências Incomuns Inesperadas,
o Povo Serrano já estava acordado
para Relembrar e Aclamar,
com Cânticos Religiosos
e Oferendas e Rezas,
a Ressurreição Per-Sempre Exaltada,
que Ocorrera, Realmente,
há Uns Dois Mil Annos Antes,
mais ou menos.
O Bhima bem se lembrava
do que acontecera
com o Senhor Jesus do Infinito Amor
no Início da Era Cristã.
Naquele Tempo, estacionara
a sua Vimana Voadora
justamente em Território Judaico,
ocupado pelos Romanos,
para, ali, Testemunhar
a Grandeza e Sofrimento
do Filho Muito Amado
de Deus Onipotente do Texto Sagrado.
Ah!, como ele era grato ao Senhor
por permitir-lhe ser uma
Testemunha Ocular
de Uma Era do Mundo Excepcional!

Naquele Momento
dos Annos Iniciais do Século XXI,
por exemplo,
Naquele Alto de Serra das Minas Gerais,
do Altíssimo Infinito,
Sobre Uma Cor-de-Rosa Nuvem Acolhedora,
ele viu as Pessoas do Lugar,
vestidas com suas Roupas de Domingo
muito bem passadas,
encaminhando-se em direção
à Centenária Igrejinha do Povoado.
As Mulheres, as Crianças e Alguns Homens
entraram na Igrejinha
e começaram os Cânticos e Orações
em Ritmo Cadenciado.
A Maior Parte dos Homens
ficou do lado de fora, no Adro,
mas a fé e a emoção se espelhavam
em Cada Rosto Iluminado,
numa clara demonstração de que
todas as Atitudes de Louvor
ao Homenageado, o Santíssimo Jesus,
eram por demais sinceras.
Naquele dia, emocionou-se
mais do que lhe era permitido
pelo Supremo Senhor.
No entanto, ele não temeu nenhum castigo
Por parte da Grande divindade,
porque, ele bem sabia!,
com certeza, o Senhor Supremo
também deveria estar muito emocionado
com as Sinceras Homenagens.
O Bhima tinha Conhecimento de que
todas as Formas de Louvor,
de Cada Religião do Mundo,
chegavam aos Olhos e Ouvidos Divinos.
“Então, não era Ele mesmo o Homenageado?
Não fora Ele mesmo que enviara à Terra,
Naqueles Annos Antigos Finais,
uma Parte de Si,
para que a Humanidade o recebesse
quomodo seu Filho?
E seu Filho Muito Amado, por certo,
era um Desdobramento Vital e Espiritual
de Sua Própria Grandeza Suprema
Sem-Igual?!!!”
Assim pensando, volveu seus Grandes Olhos
de Extra-Terrestre para baixo,
ajustou a Luneta Mágica das Múltiplas Ocasiões,
e ficou horas entretido
com a Notável Movimentação,
Espectante,
que se desenvolvia entre
os Humanos da Localidade,
naquele Dia de Festa instigante.

Lá por volta do Meio-Dia,
depois da Celebração Religiosa,
iniciada às quatro horas da madrugada
com as devidas paradas para as refeições,
apreciou os Habitantes
do Lugar Serrano voltando,
todos com as suas Famílias Reunidas,
para os Recessos de Seus Lares,
onde passariam a tarde
em agradável convívio,
saboreando os deliciosos quitutes,
preparados com muito carinho
pelas Mamães-Cozinheiras-Mineiras,
e Findariam o Dia com Grã Sabedoria,
com Chave-de-Ouro,
certos de que cumpriram bem
seus Deveres Religiosos.
No Dia Seguinte,
o Bhima bem os conhecia!,
todos estariam envolvidos
por seus Pesados Trabalhos Diários.
Eram todos Honrados
Trabalhadores da Terra!
Naquela Terra Fértil,
Daquelas Montanhas Mineiras,
plantavam e colhiam,
para o sustento de todos,
os cereais e legumes e verduras,
e tudo mais que se pudessem plantar.
Mas, o Domingo era Sagrado
para Aqueles Humanos Trabalhadores!

Depois de apreciar
a Comemoração da Páscoa Cristã,
o Bhima recolheu-se no interior
de seu Veículo Maravilhoso Voador,
temporariamente estacionado
naquele Alto de Serra Of Hinterland,
acionou o botão que transformava
a Sala de Atividades Diárias
em um quarto de dormir,
e foi repousar à moda dos Terráqueos.
A segunda-feira do dia seguinte
também seria um Feriado,
Naquele Imenso País Tropical,
e ele teria de estar descansado,
para reiniciar mais um dia de Vigilância
na Terra dos Homens Sobressaltados.
O Bondoso Extra-Terrestre
se predispôs a dormir,
porque sabia que, apenas e tão somente
naquele Paradisíaco Lugar,
a Noite seria calma e acolhedora.
Por ora, estava em Férias!,
a abandonar temporariamente
suas Preocupações com as Contendas
do Mundo Rotundo.
E ele sabia que, nos Dias Seguintes,
Novos Momentos
Tridimensionalmente Mágicos
Aconteceriam,
e ele teria de estar por perto,
para Anotar Todos os Incríveis Pormenores.

terça-feira, 16 de março de 2010

6.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: FESTA RELIGIOSA NO INDAIÁ

NEUZA MACHADO



6.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: FESTA RELIGIOSA NO INDAIÁ

NEUZA MACHADO


Naquele anterior Século XX, o Guardião Terráqueo e Intergalático,
o nosso Bhima Sentinela,
escolhera aquele Alto de Serra
do Oiro das Minas Gerais
(bem pertinho da casa
da Sábia Väjira Diamante
dos Curtos e Anelados e Brancos
e Revoltos Cabelos Brilhantes),
para se tornar humano

de vez em quando,
para, assim, apreciar

com mais nitidez
os acontecimentos ao seu redor.
Sim!, de vez em quando
era-lhe permitido,
pelo Supremo Senhor,
o privilégio de se

metamorfosear de humano,
só que, infelizmente,
ele não poderia agir
do mesmo jeito que os mortais,
teria sempre de ficar

olhando de longe,
sem se intrometer na dinâmica
de vida dos mesmos.
Por esta razão, de Anno em Anno,
de Século em Século,
por Milhões e Milhões de Annos-Luz,
sempre escolhia um lugar da Terra,
para ali estacionar
a sua Vimana Virtualíssima Voadora,
e, ali, viver uma loooooooonga temporada
a observar os humanos.

Ah!, quantas comemorações
idênticas àquela
havia apreciado!
Quantas comemorações,
ali, naquele mesmíssimo lugar,
ao longo do já passado Século XX,
e em Séculos Anteriores,
comemorações realizadas
por aquele Povo simples
e singular de sua predileção.
Ele bem se lembrava do dia
em que o Senhor Supremo
o preparara para a sua estadia
na Terra e lhe dissera:

Bhima! Bravo Sentinela!,
você viverá milênios e milênios
na Terra dos Homens
com a função de observar
e registrar tudo o que ocorrer por lá.
Civilizações e Civilizações
irão acontecer extraordinariamente,
e, também,

irão desaparecer melancolicamente.
Ao longo dos Milênios e dos Séculos,
e dos Annos, e dos Meses,
e dos Dias e Noites,
das Horas e dos Minutos e dos Segundos,
você terá a permissão
de se locomover livremente,
e, em cada Século,
você terá também o direito de escolher
o lugar de seu interesse para, ali,
estacionar a sua

Magnífica Vimana Voadora.
Você receberá de meu supremo poder
o direito de adquirir, de vez em quando,
por uns tempos,
a ilusão de que você faz parte
do Povo do lugar escolhido.
Todo esse direito dar-lhe-ei!,
apenas advirto-lhe que, jamaaais!,
em hipóóótese alguma!,
você deverá envolver-se
com os problemas
da humanidade sofredora,
e tentar solucioná-los!


O Bhima bem que se lembrava
dessas palavras do Supremo Senhor!,
mas não entendia o porquê de o mesmo
ter permitido ao seu Coraçãozinho
de Extra-Terrestre Bonzinho
a aquisição sem-igual de sentimentos
só conhecidos por Seres Humanos Solertes.
Ele bem sabia que em seu Planeta de Origem,
localizado em uma

Desconhecida Galáxia Celestial,
de acordo com o entendimento dos Humanos,
tais sentimentos, quomodo alegria e tristeza,
amor e ódio, raiva, melancolia, et cœtera,
não existiam, e, no entanto,
ao Longo dos Milênios, dos Séculos, dos Annos,
dos Meses, dos Dias e Noites,
das Horas, Minutos e Segundos Rotundos,
todos os sentimentos
só conhecidos por Seres Humanos
foram se alojando e se cristalizando
em seu Coraçãozinho

de Amores Profundos.

domingo, 14 de março de 2010

6.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: FESTA RELIGIOSA NO INDAIÁ

NEUZA MACHADO



6.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: FESTA RELIGIOSA NO INDAIÁ

NEUZA MACHADO


Assim contou-me a Sábia Väjira
do Manto Escarlate Inigualável,
às vezes Amarelo, às vezes Rosado,
às vezes Dourado,
Filha de Antoinzim Aquileu,
um lendário Cantor
Tocador de Violão,
antigo habitante
do Alto Carangolense da Conceição,
Um Lugar Paradisíaco
Localizado Na Parte Leste
Das Minas Gerais
Do Brasil Varonil,
repleto de ouro, prata,
diamante, rubi,
esmeralda, turmalina,
e inúmeras gemas praláde preciosas.

Naquele dia, o Bhima foi
até a parte externa de sua Vimana Voadora,
ajustou a poderosíssima lente de sua Luneta Mágica
das Grandes Visões
em Direção a Uma Montanha das Minas Gerais,
Aquela Montanha Especialíssima,
escolhida por ele para ser
a sua Terra Natal do Século XX,
de acordo com os costumes humanos,
e passou a apreciar
uma movimentação sem-igual
na Antiga e Amada Vila do Indayá,
pertinho da Cidade do Divino Espírito Santo.
Do alto de uma Incomum Nuvem Nacarada,
uma Repousante Nuvem Protetora,
apreciava a movimentação
dos habitantes do lugar,
naquele dia de Domingo Sagrado,
todos vestidos com suas melhores roupas
das grandes ocasiões.
Aquele era um dia de Festa no Indayá
(um pequenino e altíssimo povoado maravilhoso,
pertinho de Divino do Carangola),
e o Extra-Terrestre conhecia muito bem o motivo
de toda aquela alegria sem-igual

do Povo de lá.

Desde que tomara, pela primeira vez,
a forma humana, há milhões e milhões
e milhões de Annos-Luz atrás,
e se misturara com os habitantes
do lugar escolhido (na ocasião!)
em um passado remoto,
habituara-se a apreciar, por demais da conta!,
os costumes familiares sociais e religiosos
daquele Antigo Povo Escolhido,
tão querido
ao seu coraçãozinho de Extra-Terrestre.
(Ele sentia muita pena de si mesmo,
porque não poderia nunca
acompanhar os seus escolhidos.
Eles eram mortais, o que não era o caso dele,
oriundo de uma Galáxia Especialíssima,
na qual residia o Grande Senhor).
Por isto tudo, a cada nova forma social
do Mundo dos Humanos,
e nos Diversos Momentos da História,
e em cada lugar escolhido,
os encantamentos com os humanos
se sucederam indefinidamente.
Assim, não foi sem razão que,
Naquele Terceiro Anno do Terceiro Milênio
da Iniciante Era de Aquárius,
por um Momento

de Sublime Deslumbramento,
lágrimas quase humanas vieram
aos seus Brilhantes Olhos Interessantes.

sábado, 13 de março de 2010

5.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO MITIFICADO

NEUZA MACHADO



5.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO MITIFICADO

NEUZA MACHADO


Quantas Guerras Terrestres assistira,
naqueles Longos Séculos e Milênios,
obedecendo assim

às ordens do Supremo Senhor!
Ele já nem se lembrava mais
de seus Parentes Extra-Terrestres,
os quais, há muito!, se haviam espalhado
por Outras Galáxias Sem-Fim,
obedecendo, eles também!,
ao mando da poderosa divindade eternal.
Eram, eles, os Grandiosos Vigilantes
Intergaláticos do Espaço Sideral.

Mas, o Bhima presenciara também
momentos de raras alegrias,
como, por exemplo,
a Aclamação Sem-Igual realizada
por aquele povo brasileiro fenomenal,
até Àquele Momento Terceiromundista,
um Povo Sofredor,
o qual seria, com certeza,
em um Futuro Muito Próximo,
mas, muito próximo mesmo!,
Habitante do Maior e Mais Respeitado
Território do Planeta
(Território Sem-Igual
adotado por ele com especial carinho e amor),
Aclamação aquela que Alcançara,
Naquele Instante Assinalado,
os Quatro Cantos da Terra Azulinda,
Por Ocasião Daquela Grandíssima
Magnificente Incomum Vitória Eleitoral
Muitíssimo Bem-Vinda e Muito Esperada
Por Grande Parte da População Brasileira,
que, até àquele Momento,
Coitada!
Não tinha Nada!

Afastando temporariamente
as preocupações com o seu Povo adotado,
concentrou-se em se emocionar com a visão
da tal Guerra Terrível do Mundo Agitado.
Infelizmente, não lhe fora dado
o direito de interferir
na Horrenda Contenda
e, infelizmente também,
não lhe fora permitido antever
o vencedor lutador.
Mas, lembrava-se das palavras
do Grande Senhor
do Capacete Dourado,
fazendo-o recordar-se da luta desigual
entre o jovem David
e o Gigante Golias do Texto Sagrado.
Por um Pequenino

Intervalo de Tempo, pensou:
“Será que alguma Civilização Poderosa
estará prestes a findar seu domínio implacável, será?
Qual dos dois contendores é o pior?
Qual é o preferido do Supremo Senhor?
Qual deles é o frágil David?
Qual deles é o Gigante Golias,
Parente Inclemente do Gigante Adamastor?”
Pensando assim, recolheu-se
à sua Maravilhosa Máquina Voadora,
fez algumas anotações sobre a Guerra
(para serem lidas em um Futuro Distante),
ajustou os Controles Remotos
da Brilhante Vimana Super Bacana,
desfez a Nuvenzinha que ele mesmo criara,
e saiu depressinha dali,
ansioso para se ver bem longe
de todo aquele Horror Destruidor.

Não!, mesmo acatando ordens severas,
ele não queria ver pobres crianças inocentes
e adultos indefesos sendo sacrificados
em nome da Insanidade
de Alguns Governantes do Mundo.
Seus grandes e amendoados
e brilhantes olhos de Extra-Terrestre
não podiam acreditar que,
em Pleno Início de Terceiro Milênio,
um qualquer Poderoso Governante,
de uma Nação Poderosa qualquer,
pudesse enviar, ao outro lado da Terra,
tropas de soldados bem treinados,
aviões com bombas mortíferas
e outras armas terríveis,
só para medir o seu próprio Poder.
Por mais que os Annos passassem
e o Futuro lhe premiasse
com uma Era de Paz,
jamais olvidaria aqueles corpos dilacerados,
ensangüentados,
jogados na poeira daquela cidade do deserto,
Antiga Cidade,
vistos de uma certa incerta distância,
é bem verdade!,
já que a Divindade proibira-lhe
o envolvimento direto
com os Sofrimentos dos Terráqueos.

O Intergalático já vira demais!
As Guerronas do Passado,
também presenciadas por ele,
foram Guerrinhas de Adolescentes,
se comparadas com a violência
daquela Guerra do Início do terceiro Anno
do Terceiro Milênio.
Assim, acionou os comandos de sua Vimana
e tratou de retornar ao seu Recanto de Paz,
naquele Alto de Serra Of Hinterland
das Minas Gerais.

sexta-feira, 12 de março de 2010

5.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO MITIFICADO

NEUZA MACHADO



5.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO MITIFICADO

NEUZA MACHADO


Se o Solitariozinho quisesse assistir
às Ocorrências Históricas do Momento,
em alguma Tela Panorâmica,
à moda dos Terráqueos Sortudos
do Início do Terceiro Milênio,
teria só de se disfarçar de Ser Humano,
entrar em uma Grande Loja
de Aparelhos Televisivos,
e comprar uma grande televisão colorida,
uma maquininha inventada

no Século anterior,
e que era o entretenimento preferido
dos muito muito ricos
e dos muito muito

pobres humanos também.
Com isto, assistiria aos

programas televisivos
por certo sensacionalistas,
os quais noticiavam a tal Guerra
em Primeira Mão,
e não sofreria tanto por ver,
de corpo presente,
milhares de crianças e adultos
sendo exterminados por armas
de grande potência destrutiva.
Já estava preste a pedir
ao Supremo Senhor
que atualizasse a sua

Tela Mágica do Futuro,
recebida há milhões e milhões
de annos-luz atrás.
Ele não queria acreditar,
mas as invenções humanas estavam
quase ultrapassando os modelos
criados pelo Supremo.
“Seria possível que ele estivesse a permitir
tal progresso científico aos humanos,
ou estariam os humanos
a se apoderar dos inventos do Magnificente?”,
indagou-se, preocupado.
Mas, de qualquer maneira, muito em breve!,
muito em breve, mesmo!,
o Bhima iria comprar uma televisão
inventada pelos humanos!

Eram estas as indagações
que se apoderaram de sua alminha,
quando este, finalmente, terminou
os preparativos para o início da viagem.
As ditas indagações, por certo!,
estavam sendo registradas
pelo Senhor Supremo,
uma vez que a grande divindade
tinha sempre acesso
à sua mente de Extra-Terrestre,
quomodo tinha também conhecimento
de todos os pensamentos dos seres humanos.
Em verdade,
o Supremo conhecia intimamente
todas as criaturas do Universo Sem-Fim;
todas evidentemente criadas por ele.
O Bhima bem sabia que

seus questionamentos
chegavam aos magnificentes ouvidos
e tinha consciência também,
ao indagar pensativamente
sobre as ações do Poderoso,
que arriscava-se a ser castigado
por tanto atrevimento.
No entanto,

era-lhe impossível deixar de lado
essas questões que o atormentavam,
e o Bondoso confiava
nas atitudes justas do Magnificente.
Sim!, o Supremo era muito justo!,
e se, depois de milhões
e milhões de Annos-Luz,
começava a questionar
algumas descobertas científicas
realizadas no Mundo,
principalmente, aquelas máquinas
inventadas pelos humanos,
aparentemente superiores

à sua Vimana Voadora
e à sua Luneta Mágica

das Grandes Ocasiões,
isto tudo ocorria, certamente!,
com a complacência do mesmo.
Mas, enfim,

o incômodo era-lhe necessário,
uma vez que fora o próprio
de Poder Magnífico que assim exigira-lhe.

E ele voou então
até ao centro de toda aquela confusão.
Voou até ao centro da Contenda
entre a Tribo do Norte Ocidental, poderosíssima,
e a Tribo dos Dinâmicos Habitantes
daquela parte médio-oriental do Planeta,
cujas terras quase sem vegetação e desérticas
estavam repletas do preciosíssimo petróleo negro,
o disputadíssimo ouro negro do Século XX anterior,
o qual jazia em suas desconhecidas profundezas.
Ele bem sabia que o negro petróleo
era o verdadeiro motivo da disputa,
naquele Terceiro Anno
do Terceiro Milênio Assinalado.

E foi com o seu coraçãozinho
de Extra-Terrestre confrangido,
repleto de uma tristeza tão antiga,
que presenciou,
assestando o seu ultrapassado,
mas ainda mui poderoso!,
Binóculo Mágico das Grandes Ocasiões,
muito parecido com aqueles
que eram comprados nas Feiras-Livres
do Veiroto Século XVIII,
muito parecido também
com aqueles binóculos muito usados
pelos nobres de antanho,
nas ricas galerias dos suntuosos Teatros
daquele século e do século seguinte,
repito, foi aí então que presenciou,
repleto de tristeza quase humana,
aquela horrorosa, tenebrosa,
tenebricosa Guerra do Terceiro Anno
do Terceiro Milênio,
momento de passagem astral
para o Domínio Temporal de Aquárius.

O Bhima viu, com seus grandes e amendoados
e brilhantes olhos de Extra-Terrestre Bonzinho,
olhos que jamais a Terra Encantada haverá de comer,
crianças e pessoas civis do Médio Oriente
sendo massacradas impiedosamente
pelas tropas aliadas ao Terrível Contendor
de Guerrilhas e Dilatadas Guerras Inglórias.
Ao olhar para baixo,
não se envergonhou de seu choro,
porque as Cenas que presenciava eram as piores,
as mais terríveis que seus enormes
e amendoados olhos de Extra-Terrestre já vira,
desde quando aportara na Terra,
há milhões e milhões e milhões

de Annos-Luz atrás.

Ah!, como o pobrezinho chorou!
Enquanto chorava por aqueles pobres desgraçados,
sete milhões e sete mil e setecentos
e setenta e sete vezes desgraçados mortais,
coitados!,
resolveu acionar o botão
da Tela Mágica do Passado,
para rever algumas Guerrinhas Famosas
da História da Humanidade.
Realmente, elas foram pequenas,
se comparadas com as Guerras do Século XX
e, naquele Momento,
se comparada com a Guerra que ele,
o Bhima Extra-Terrestre,
estava a presenciar.
Realmente, as Guerras do Século XX
foram terríveis, impiedosas,
mas aquela do início do Terceiro Anno
do Terceiro Milênio
se mostrava a mais tenebrosa.

Amargurado, recolheu-se a um cantinho
de sua Linda Casinha Voadora,
temporariamente estacionada
em uma Nuvem Cinzenta
criada por ele mesmo,
uma vez que, naquelas terras desérticas,
naquelas areias escaldantes do deserto,
as nuvens no céu eram matéria bem rara;
recolheu-se para chorar desconsoladamente.
O sol Causticante do Deserto Imperante
impedia o acúmulo de nuvens benfazejas,
prenunciadoras, quase sempre,
de Chuva Abundante.
Por esta razão, fora obrigado
a criar uma nuvenzinha de nada,
para nela estacionar a sua Vimana
Esplendorosa Praláde Preciosa.


quinta-feira, 11 de março de 2010

5.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO MITIFICADO

NEUZA MACHADO



5.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO MITIFICADO

NEUZA MACHADO


Recordando-me dos recontos da Sábia Väjira
do Manto de Cores Indescritíveis, Fabuloso,
sobre a Existência do Bhima
na Terra dos Homens Sem-Rumo,
e dedicando estas Lembranças
e Recordações grafadas
aqui nestas Páginas de Mágicas Retortas
somente para Você, Meu Leitor-Netinho
ou Leitora-Netinha
do Futuro-Ali-Adiante Sem-Muro!,
digo-lhe que o Nosso Herói Presenciou
Várias Guerras Tenebricosas,
ao longo de sua Vivência Solitária
e Despercebida no Mundo Global,
nos diversos milênios por nós conhecidos.
Constantemente, lembrava-se
de sua única materialização
quomodo Semi-Humano.
Lembrava-se também de que,
em um certo momento da História Global,
tivera irmãos poderosos,
por supuesto!, guerreiros famosos,
muito amados pelo Supremo Senhor
de Altíssimo Valor.
Um deles, inclusive,
era filho do próprio Senhor,
por uma especial consideração
ao seu pai adotivo, o Rei Pandu,
o qual, coitado!, fora amaldiçoado,
e não poderia, nunca!, ter um filho
de seu sêmen gerado.
Então?! Então!, o Bhima lembrou-se
do Santo Guerreiro Ariuna,
seu estimado irmão.
O irmão era um grande guerreiro
de uma antiga nação,
mas era, também, possuidor
de um bom coração.
O Ariuna Irmão recebia
do Supremo Senhor
total proteção.
Aí, então!, o Bhima lembrou-se
das palavras do Grande Supremo,
em um dia qualquer do glorioso
movimentado passado mitificado,
pelo Sábio Vyasa narradas,
dirigidas ao seu Valeroso Irmão
Ariuna Estimado:

Ó! Ariuna!
Óh! Filho da Rainha Kunti!,
por mim muito amada!
no final de cada milênio
da Terra Abalada
todas as manifestações materiais
dessa gente belicosa e agitada
entram em minha natureza privilegiada.
E no começo de um novo milênio,
por minha Potência Sagrada,
eu volto a criá-las, revigoradas.
Toda a ordem do Universo Sem-Fim
esteve está e estará
sempre submetida a mim.
Sob a minha vontade exigente,
ela, repetidamente,
manifesta-se automaticamente,
e, no final sem-igual,
é aniquilada sob
a minha vontade inclemente
.”

O Bhima se lembrou das sagradas palavras,
ao seu irmão dirigidas, e, assim, naquele dia,
por meio delas,
resolveu entender aquela guerra
do princípio do Século XXI;
no Terceiro Anno do Século XXI;
mais precisamente,
no início do Terceiro Milênio.
Então, aquela guerra era o sinal
de mais uma transformação de Eras
no Globo Terrestre?
Por certo que sim!,
já que o Senhor Supremo
era sempre justo
em suas atitudes supremas.
Para compreender melhor
os motivos belicosos do Governante Invasor,
aquele que estava atacando impiedosamente
um povo indefeso e trabalhador,
com a desculpa de que
esse mesmo povo
precisava se livrar de seu
Governante Sanguinário
de Leis Patriarcais Ditador,
então, para entender melhor as motivações
do tal poderoso Governante Ocidental
Com Cara de Homem Mau,
ajustou os botões de comando
de sua Luneta Esplendorosa e Mágica,
reservada para apreciar melhor
os Grandes Acontecimentos da Terra,
e abandonou temporariamente
a sua busca histórica diante
da Tela Mágica do Passado, Presente, Futuro
e do Tempo Alado,
e acionou também os botões de comando
de sua Vimana Máquina Voadora,
e foi apreciar,
com seus próprios olhos
de Extra-Terrestre assustado,
a Guerra que se propagava do outro lado
do Mundo dos Humanos Sem-Rumo
Desesperados.
Com muita dor em seu coraçãozinho
de Extra-Terrestre Bonzinho,
deixou de lado as preocupações que cultivava,
todas endereçadas àquele Povo terceiromundista
de sua predileção,
Povo alegre e ao mesmo tempo sofredor,
o qual, há muito tempo!,
ele, o Bhima Extra-Terrestre,
considerava como se fosse de sua própria família,
e partiu para o Médio Oriente,
não sem antes reservar,
em sua Notável Agenda Diária
dos Grandes Acontecimentos,
um tempinho disponível,
para que, de vez em quando,
pudesse voltar à amada Terrinha Tropical
de sua predileção,
aquela cujo Povo ensinara-lhe,
sem mesmo saber de sua existência,
a arte de transformar azedos limões
em potes e potes de limonada saborosa,
e enormes abacaxis tropicais
em abacaxizada mais ou menos comível.
De qualquer maneira, o Supremo exigira-lhe
que saísse de sua comodidade adquirida
e fosse apreciar a guerra genocida
que se desenrolava não muito distante dali,
no Médio Oriente de Vida Sofrida.

quarta-feira, 10 de março de 2010

4.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: DECLÍNIO DAS CIVILIZAÇÕES PODEROSAS

NEUZA MACHADO



4.3 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: DECLÍNIO DAS CIVILIZAÇÕES PODEROSAS

NEUZA MACHADO


Entretanto, Outras Tribos Vieram,
Séculos Adiante,
para disputar um naquinho da Terra Montanhosa
conquistada pelos Admiráveis Aqueus.
Quantas Contendas Sangrentas o Bhima assistira,
naqueles Annos Épicos, de Épicas Guerrilhas!
Quantas disputas homéricas

e vyásicas também,
do Alto do Maravilhoso Carro Voador!
Ele viu, por exemplo, posteriormente,
a chegada dos Jônicos, dos Dóricos,
e de Outras Tribos Andarilhas
que se aproximaram daquele lugar,
o qual fora, primeiramente,

apossado pelos Aqueus.
Sim! O Bhima assistira às muitas Lutas Épicas,
tremendamente belicosas.
Ele acompanhou atentamente

as antigas atuações belicosas
dos diversos Chefes Tribais,
daquela região da Península Balcânica;
orgulhou-se daquele Povo Valeroso,
o qual se empenhou em transformar
a Grécia Trimilenar
na Maior Civilização da História Ocidental
do Planeta Terra;
encantou-se com o dom literário
dos escritores gregos da referida Era Antiga;
admirou profundamente
os inteligentes filósofos pré-socráticos;
admirou e muito!, muito mais ainda!,
o próprio Sócrates de Conhecimento Invulgar,
e revoltou-se contra

a sentença de morte a ele imputada;
orgulhou-se de Péricles,
O Grande Governante
do Século Quinto Antes de Cristo;
e encheu-se de profunda tristeza
quando presenciou a decadência
daquele povo sem-igual.
Ele teve a oportunidade de ver,

com muito pesar!,
o despotismo do último governante

da Antiga Grécia.
O tresloucado estava repleto de empáfia
e disposto a dominar outros povos
menos favorecidos no

conhecimento das artes marciais.
E também,

de acordo com a Suprema Sabedoria
do Supremo Senhor,
já estava na hora

dos gregos passarem o cetro adiante,
et cœtera, et cetera, etc.
Assim, a queda

da Civilização Grega fora inevitável!

Bem que o Supremo Senhor o prevenira,
desde aquela época:

Óh!, Bhima!,
Óh! Poderoso Guerreiro da Antiga Batalha!
Quando Civilizações Poderosas resolvem intrometer-se
na dinâmica de vida de outras Civilizações,
quando a sede de poder dos governantes
das ditas Civilizações
ultrapassa os limites por mim fixados,
é porque chegou a hora de Quedas inevitáveis.
E essas Quedas, Meu Caro!,
tornam-se, para sempre!, Vergonhas Históricas
!”

E as Quedas Históricas realmente aconteceram.

Depois, foi a vez da Civilização Romana.
Esta durou muito pouco!
Os romanos, desde o princípio,
voltaram-se para o domínio do Mundo
até então conhecido,
destruindo culturas autóctones
e implantando a sua própria cultura,
sem muita sedimentação.
O Bhima bem que se lembrava
daqueles soldados romanos não muito...
(Vamos deixar esta história de lado,
senão irei enredar-me
em uma tremenda complicação histórico-didática!)
Mas, de qualquer maneira,
nesse pouco tempo de História,
os soldados romanos arrasaram
outros povos da Europa,
impondo-lhes seus costumes e crenças.
Não houve sequer um governante romano
que externasse piedade pelos povos dominados.
Se houvesse qualquer reação dos dominados,
por menor que fosse!,
os descontentes eram jogados em arenas públicas,
para serem devorados por famintos leões,
ou então trucidados a pauladas
por fortes carrascos,
treinados especialmente para tal função.
Evidentemente, o Supremo Senhor castigou-os!
Evidentemente!
O Supremo Senhor de Suprema Vontade castigou-os,
destruindo o poder do último governante,
aquele mais sanguinário e megalômano.
Por ocasião do castigo,
as poucas partes civilizadas do mundo
daquela época
assistiram estarrecidas
ao horrível espetáculo da queda de Roma.
O Grandioso e Permanente destruíra
o poder dos romanos antigos
por intermédio do fogo.
Naquele dia, o Solitariozinho Intergalático estivera lá,
de corpo presente,
a observar tudo do alto,
entre as nuvens nacaradas,
em sua Vimana Esplendorosa,
comodamente sentado em sua Poltrona Platônica,
muito luminosa!,
a registrar em sua mente o desastre histórico
através de seu Binóculo Mágico das Grandes Ocasiões.


terça-feira, 9 de março de 2010

4.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A HISTÓRIA HERÓICA DO MUNDO

NEUZA MACHADO



4.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A HISTÓRIA HERÓICA DO MUNDO

NEUZA MACHADO


Depois destas palavras do Senhor Supremo,
O AéreoDinâmico Vagante se pôs a meditar nos Acontecimentos daquele Início de Terceiro Milênio.
Para que a meditação não sofresse interferências
e obstáculos desagradáveis,
Desligou Os Botões De Sua Tela Mágica
(muito parecida com um aparelhinho fabuloso
chamado Computador,
o qual atualmente encanta os Humanos)
e satisfez-se apenas com seus pensamentos.
Sim!, as palavras do Supremo Senhor
atingiram o mais profundo do seu ser
de Extra-Terrestre de Olhar Perscrutador.
Então, ele tivera o privilégio de ver, por exemplo,
a queda dos gregos e o surgimento da civilização romana?
Claro que sim!
Durante a evolução da cultura grega,
ele, o Intergalático Sentinela,
apreciara, lá do alto!,
entre as nuvens nacaradas,
dentro de sua Vimana Maravilhosa,
o seu Carro Estelar Voador,
diante de sua Superpoderosa Tela Mágica
dos Incomuns Acontecimentos,
repito, ele tivera o privilégio de ver toda a evolução
daquele antiquíssimo povo invasor
da Península Balcânica,
em sua ânsia de conquistar cada vez mais
o poder e a glória.
Ele assistira a caminhada daquele povo, outrora primitivo,
saindo de uma região remota da Ásia Antiga,
em busca de um lugar melhor para se viver.
O Senhor Supremo conduzira os viajantes
em direção àquela inóspita (antigamente!) região da Europa,
hoje conhecida quomodo Grécia Moderna;
atualmente, um lugar paradisíaco,
repleto de belezas sem-fim.
Naquela Época, Era Um Encrencado Lugar,
mas eles estavam tão cansados de caminhar,
e os obstáculos eram inúmeros,
e o mundo era uma densa floresta
repleta de perigos por todos os lados,
e o conforto burguês ainda não tinha sido inventado,
e a vida era uma incrível aventura telúrica,
que os Caminhantes resolveram
ficar alocados por ali mesmo.
Evidentemente, o Bhima se lembrava
do Acontecimento com exatidão,
como se estivesse presenciando tudo novamente.
Evidentemente, aquela tribo aquéia,
uns vinte e dois ou vinte séculos antes de Cristo,
lutara desesperadamente
contra os pobres habitantes da região
e vencera-os.
Mas, é bom que se esclareça!,
a Vitória dos Aqueus
estava nos planos do Supremo Senhor.
E é bem verdade também
que os Aqueus dominaram os nativos,
mas, em princípio, foram muito justos
e assimilaram os costumes dos vencidos
e trabalharam para o progresso de todos.