Quer se comunicar com a gente? Entre em contato pelo e-mail neumac@oi.com.br. E aproveite para visitar nossos outros blogs, "Neuza Machado 1", "Neuza Machado 2" e "Neuza Machado - Letras".

terça-feira, 23 de março de 2010

8.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO



8.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: A ÁRVORE DA MORTALHA

NEUZA MACHADO


Enquanto apreciava a força do
Venerável Ancião, quase centenário,
em seu trabalho de derrubada
da árvore gigantesca,
lembrou-se do dia em que, o mesmo,
no esplendor de seus vinte annos de idade,
havia plantado a muda da árvore Yekiti’bá,
ali, naquele mesmíssimo lugar,
no centro do pátio de terra batida,
em frente à sua casa de recém-casado exemplar,
e o cuidado e carinho que lhe dedicara
naqueles setenta e sete annos
de convívio diário.
“Então, por que o Velhíssimo Emilianno
resolveu derrubar a sua árvore de estimação?”,
pensou o Bhima pela segunda vez.

Ali, os dois conviveram amigavelmente
em todos aqueles annos.
Poucas pessoas conheciam
a existência do Extra-Terrestre,
e o Velho Emilianno de Brises
era uma dessas poucas pessoas,
uma vez que ele era um criativo contador
de histórias de entretenimento.
O Bhima bem se lembrava da aflição
do rapazola Emilianno
(nascido em um anno qualquer
da segunda metade do século XIX),
naqueles primeiros meses de vida da árvore,
quando a pobrezinha se viu enfraquecida
pelos ardentes inclementes raios solares
e quase morreu.
O Emilianno de Brises,
naquela sua época terrena
de incrível força varonil,
ficou muito angustiado.
Ele ficou tão angustiado!,
mas tão angustiado!,
que dedicava a maior parte do tempo
aos cuidados com a árvore recém-plantada.

Naquela época, o Bhima bem o sabia!,
o Emilianno já era um reconhecido
marceneiro e carpinteiro,
mas era também um forte lenhador,
seu trabalho era derrubar árvores
só com a força de seus braços,
nas proto-Fazendas da região.
O motivo das derrubadas
era a necessidade de expansão territorial,
e a maior parte das terras,
daquela região da Zona da Mata Atlântica Mineira,
como bem se pode adivinhar!,
no Século XIX, era de mata virgem intransitável.
Por isto, o Emilianno não via nenhum mal
em derrubar algumas árvores, isto é certo!,
mas, também, plantava-as em grandes quantidades,
em pequenos vasos,
para repô-las em outros locais
pouco acessíveis aos seres humanos,
locais esses que estavam sem árvores,
talvez, por um processo de

desmatamento natural.

Nenhum comentário: