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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

PARA NUNCA ESQUECERMOS OS 60 MILHÕES DE MISERÁVEIS QUE VIVERAM À MÍNGUA NO PASSADO DO BRASIL

NEUZA MACHADO



PARA NUNCA ESQUECERMOS OS 60 MILHÕES DE MISERÁVEIS QUE VIVERAM À MÍNGUA NO PASSADO DO BRASIL

NEUZA MACHADO


Quando olho para o passado, não tão distante, e recordo que o Brasil era um país constituído por uma população majoritariamente carente em todos os sentidos, não encontro uma explicação racional para o encaminhamento tão favorável das ações político-econômicas dos últimos oito anos do Governo do Presidente Lula (uma segura e dinâmica realização sócio-econômica do governo do Presidente Lula, apesar de todos os esforços contrários da preconceituosa minoria sócio-midiática elitista). A única coisa que me vem à mente, mesmo reconhecendo o aplaudido esforço do governo petista e de sua equipe, é a possibilidade de ter ocorrido um milagre. Um excepcional milagre parecido com o relatado na Bíblia em que Jesus fez dois peixinhos e cinco pãezinhos se multiplicarem e saciarem a fome de cinco mil pessoas.

Para que o leitor reflita sobre a extensão da miséria que assolou o Brasil na segunda metade do século XX, apresento-lhe o poema de Manuel Bandeira, publicado em 1948, e a crônica de Herbert de Souza (o Betinho) sobre a questão da esmola ao pobre. Manuel Bandeira, o poeta que fez Poesia sobre as mais cruas verdades, e Betinho, o sociólogo que assumiu o compromisso de trabalhar em projetos sociais para construir melhor o conceito de solidariedade e cidadania.


O BICHO

Manuel Bandeira

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.


ESMOLA

Herbert de Souza

Nunca consigo deixar de dar esmola. Quando vejo uma pessoa na miséria absoluta, meto a mão no bolso e dou uma ajuda. Naquele momento em que recebe uma esmola, a pessoa excluída de um processo social injusto pode comer alguma coisa. Em tese, pode ser correta esta idéia de que “dar esmola não é bom nem para quem dá nem para quem recebe”. Mas, na prática, a realidade é outra. Quem pede esmola está ou deve estar com fome. Vivo esta contradição, e acho que é a mesma que, no fundo, todo mundo vive. O ideal seria um mundo sem esmola, em que todos tivessem emprego, ganhassem seu salário, tivessem a sua dignidade, sua cidadania resguardada. Mas, infelizmente, nós vivemos em um país onde 20% da população vive na indigência.

Com tanta miséria, o que eu vou fazer no momento em que um menino, com fome, descalço, visivelmente fraco, me pede uma esmola? Vou dizer para ele: não, vá trabalhar! Não posso dizer isso. Estas campanhas como “não dê esmolas” só terão validade se antes for criada uma alternativa verdadeira. Se não, tornam-se perversas. Na situação atual, negar uma esmola a um excluído é um ato de insensibilidade. Não é difícil acabar com a miséria no Brasil. Mas não basta apenas o discurso. A comparação entre o que se faz na área social com o que se faz para salvar bancos é válida, porque para algumas coisas no Brasil somos rápidos e eficientes, mas, para outras, somos lentos e ineficientes, como no trato da questão social.

A miséria é uma vergonha para todos nós e, às vezes, chegamos a nos sentir cúmplices. Em alguma medida podemos ter responsabilidade, uns muito mais do que a maioria. A esmola não é alienante, a não ser quando é a única ação contra a miséria. Eu não posso, ao ver uma pessoa cair na rua, dizer, comodamente: um médico é que deve atender você. Acho que contemplar ou passar por cima é a pior coisa que uma pessoa pode fazer.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

PRIMAVERA DE 2011: UMA DECLARAÇÃO DE AMOR AO BRASIL

NEUZA MACHADO


PRIMAVERA DE 2011: UMA DECLARAÇÃO DE AMOR AO BRASIL

NEUZA MACHADO


No intuito de não esquecer que a Primavera é a Estação Climática própria para o expressar de lindas declarações de amor, desejo reafirmar, aqui, neste meu Bloguinho, por intermédio da poderosíssima voz de nosso inesquecível intérprete Tim Maia, o meu Grande Amor pelo Brasil (a minha Terra que muito venero, o meu incomparável Chão acolhedor):

Quando o inevitável e veiroto inverno chegar, meu Amado e Idolatrado Brasil!, eu quero ainda estar por aqui!... junto a ti!...


PRIMAVERA

Tim Maia

letras.terra.com.br/tim-maia/48934/

Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Eu quero estar junto a ti

Porque (é primavera)
Te amo (é primavera)
Te amo, meu amor
Trago esta rosa (para te dar)

Trago esta rosa
(para te dar)
Trago esta rosa
(para te dar)

Meu amor...
Hoje o céu está tão lindo
(sai chuva)
Hoje o céu está tão lindo
(sai chuva)


quarta-feira, 21 de setembro de 2011

21 DE SETEMBRO - DIA DA ÁRVORE

NEUZA MACHADO



SALVE O DIA DA ÁRVORE!

NEUZA MACHADO


21 de setembro: Dia da Árvore.

Às novíssimas árvores que estão nascendo no Brasil, envio, repleta de alegria, um glorioso Salve! Salve!

E para não esquecer as lições de Olavo Bilac, Príncipe dos Parnasianos Poetas do Brasil do Final do Século XIX, apreciem o que ele escreveu sobre o assunto neste belo soneto em homenagem às velhas árvores:


VELHAS ÁRVORES

Olavo Bilac


Olha estas velhas árvores, mais belas
Do que as árvores moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas...

O homem, a fera e o inseto, à sombra delas
Vivem, livres da fome e de fadigas:
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E os amores das aves tagarelas.

Não choremos, amigo, a mocidade!
Envelheçamos rindo. Envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória de alegria e da bondade,
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

P. S.: Agradecimentos sinceros aos amigos – aos conhecidos e aos não-conhecidos Internautas – que me honram sempre com suas visitas aos meus bloguinhos. Comemorando este Dia da Árvore – a Grande Protectora de nossos indefesos pulmões –, envio-lhes o meu cordial abraço.

domingo, 11 de setembro de 2011

"ONDE VOCÊ ESTAVA EM 11 DE SETEMBRO DE 2001?"

NEUZA MACHADO



“ONDE VOCÊ ESTAVA EM 11 DE SETEMBRO DE 2001?”

NEUZA MACHADO


Naquela terça-feira (11/09/2001), meus alunos e eu estávamos no Laboratório de Informática do Campus Barra da Tijuca da Universidade Castelo Branco. Eu havia reservado a sala de computação para explicar aos meus alunos de Teoria da Literatura as normas técnicas de um formato-padrão para a elaboração de monografias. Naquele momento, meus alunos de Letras estavam compenetrados na preparação de seus trabalhos dissertativos de final de curso.

Vale lembrar que eu, à época, enquanto professora de graduação em Letras, estava me familiarizando com a nova linguagem do Windows XP 2000, procurando interagir autodidaticamente com a referida linguagem. Os meus alunos daquele curso pouco sabiam a respeito de informática. A cada impasse, eu e os alunos pedíamos o auxílio de um funcionário ligado ao Curso de Computação da Universidade. Ressalvo que o conhecimento do uso da linguagem de informática, de um modo geral, naquele momento, especialmente aqui no Brasil, era mais comum nas instituições de nível superior e nas empresas públicas e privadas.

Não será demais lembrar que, naquele ano de 2001, a conquista da nova tecnologia e o acesso à Internet eram tão custosos, que o uso doméstico do computador não alcançava a maioria das famílias. O sonho de possuir a nova tecnologia sequer passava pela cabeça da maior parte da população brasileira.

Mas, voltando ao assunto do 11 de setembro de 2001, uma aluna pesquisava na Internet dados para a sua monografia (não me lembro bem de seu nome, mas penso que se chamava Sônia), quando a mesma, por volta das 10 horas e 15 minutos aproximadamente – horário de Brasília –, gritou anunciando a queda da primeira torre do World Trade Center: “— Geeente! Meu Deus do Céu! Um avião colidiu neste exato momento com uma das torres gêmeas do World Trade Center. Meu Deus! O prédio está desmoronando! Todos os que estão lá não vão escapar da morte! Meu Jesus! Meu Deus!” As palavras de minha aluna e aquele acontecimento inacreditável foram tão marcantes que até hoje estão nítidos em minha memória.

Ante as exclamações e invocações angustiadas de minha aluna, a aula terminou abruptamente e todos nós passamos a acompanhar o desenrolar da trágica destruição das torres. Logo em seguida, um outro avião atingiu a segunda torre. Foi quando nos conscientizamos que não se tratava de uma ocorrência acidental aérea, mas, desditosamente, de um atentado terrorista.

Aqui no Brasil, em uma terça-feira, 11 de setembro de 2001, hipnotizados, diante de vários computadores, ícones da Nova Era, impotentes diante daquela visão apocalíptica, distantes geograficamente do local da tragédia, repletos de angustiante tensão, meus alunos e eu – por intermédio da Internet – fomos testemunhas oculares de um fato histórico.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

30 DE SETEMBRO DE 2001 - EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO - 2

NEUZA MACHADO






30 DE SETEMBRO DE 2001 - EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO - 2

NEUZA MACHADO


(Para o Brasileiro Consciente do Brasil-País do Futuro lembrar-se sempre que existiu um Brasil-Tristes Trópicos até o final do Século XX)


Hoje, Domingo, 30 de Setembro de 2001, Primeiro Anno do Século XXI e Primeiro Anno do Terceiro Milênio, conforme o prometido, eis-me aqui novamente.

Meus Amigos! Espero que, aí no Futuro, o mundo continue existindo. Desejo que Vocês Brasileiros estejam gozando boa saúde, paz e felicidade. Ab imo pectore (espero ter escrito corretamente a expressão latina atualmente em desuso), do fundo do peito, do mais íntimo recanto de minha alma, anseio que o mundo aí de Vocês continue belo e grandioso. Todos os dias, desta minha existência terrena, rogo pelo Futuro da maior parte dos Brasileiros ao Deus de Bondade da Fé Cristã (aqueles trilhões de brasileiros que estão atualmente, neste encrencado anno de 2001, sem sequer um centavo furado no fundo do casaco surrado). Continuarei rogando ad infinitum. Espero também que a Floresta Amazônica, o pulmão do mundo, continue existindo. Sem ar puro e clima favorável, Vocês Brasileiros do Maravilhoso Futuro não existirão. Neste meu tempo de calamidades sem-fim (não s’esqueçam de meu tempo histórico: final do Segundo Milênio e Primeiro Anno do Terceiro Milênio), as centenárias árvores do Brasil Varonil são derrubadas, diariamente, em grandes quantidades (pesquisem aí no Futuro e constatarão!). E os peixes? E os animais selvagens? Estão quase desaparecendo da face da Terra, graças às ações insensatas dos Homens. A água potável está por um fio aqui no Brasil Varonil deste 2001. Os grandes rios brasileses estão secando. Os rios da Floresta Amazônica (o Pulmão do Mundo), neste Início de Terceiro Milênio ainda são grandiosos, volumosos, mas, não sei não!, se continuar assim, com os Homens a derrubar as árvores da Grande Floresta, eles (os rios, as árvores e os homens) perecerão, com certeza.

Mas, neste meu anno de 2001, a vida continua aqui como dantes, nada mudou no Quartel do Abrantes. O Sol Hipercariocjônio brilhou nos céus do Rio de Janeiro. Muitas famílias foram passar o dia na praia; levaram suas crianças, cachorros, barracas de sol, água, cervejas, refrigerantes, e muita disposição para enfrentar os loooooongos engarrafamentos de carros, na ida e na volta, nas largas ruas de minha Cidade Maravilhosa. Os cachorros também vão à praia com seus donos. Que problemão! As areias repletas de lixo e cocô de cachorro! Os cachorros de estimação, de alguns ilustres senhores e de algumas impecáveis damas, são um problema à parte. Pela manhã, ou então à noite, na calada da noite, seus donos saem com eles pelas ruas de seus Bairros tradicionais. Não se assustem, Amigos do Futuro! Neste Anno de 2001, eles estão apenas passeando com seus bichinhos, os quais ficam confinados durante o dia nos micro-apartamentos. Entendam, são os muitos e muitos e muitos cachorros que defecam nas ruas e, cá entre nós, abaixar (os muitos donos de cachorro), para limpar a sujeira, é muuuuuuito humilhante! Não é mesmo?!!! Que se dane a limpeza da Cidade Maravilhosa neste Anno de 2001! Que se danem os pedestres distraídos, aqueles nobres pedestres que pisam nos cocôs de cachorro, os cocôs e cocôs espalhados pelas calçadas dos bairros residenciais do Rio de Janeiro, a megalópole do Mundo! Não é mesmo?!

Mas, continuando com as minhas notícias, outras famílias foram aos Templos de suas religiões, cumprindo assim suas obrigações religiosas; outros foram às suas Igrejas porque estão, realmente, iluminados pela chama da Fé. E haja fé nos dias de hoje! É preciso ter muita fé em Deus para aguentar as pressões do cotidiano. A ameaça de Guerra continua a nos assustar. Neste anno de 2001, no Oriente Médio, no Nordeste do Brasil Varonil, em outras partes do Mundo, há uma quantidade inumerável de crianças e adultos passando fome e sede, morrendo desamparados. Não sei quomodo relatar-lhes a permanente miséria que invade algumas partes do Planeta. A pobreza extrema é uma realidade até mesmo em alguns países do Primeiro Mundo. Mas, no Brasil Varonil, meu País abençoado por Deus, ser pobre é uma coisa normal (assim pensam hoje, neste Anno de 2001, os poucos muuuuuuito ricos! A elite endinheirada). Entretanto, todos os muuuuuuito pobres lutam para ganhar o pão de cada dia. O salário do pobre não é suficiente para pagar as despesas com roupas, calçados, alimentação; uniformes escolares para as crianças, cadernos, lápis, impostos altíssimos, et cœtera.

Entretanto, somos um Povo Feliz! O Sol hipercariocjônio não deixa de iluminar a Cidade do Rio de Janeiro, a mais bella Megalópole do Mundo.

Enfim, são estas as notícias de hoje, neste 30 de setembro de 2001. Domingo que vem, enviar-lhes-ei outra Carta. Aguardem-me!

Por ora, sem mais o que relatar, envio-lhes meu abraço carinhoso.

ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu e Jane Briseida, descendentes de Imortais Caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas de Minas Gerais, um mágico território situado na parte Leste do Brasil Varonil.

P. S.: Minha narrativa ODISSÉIA MARIA um dia será publicada em especialíssimo Brasilês Vulgar. Aguardem!

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

23 DE SETEMBRO DE 2001 - EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO - 1

NEUZA MACHADO



23 DE SETEMBRO DE 2001 - EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO - 1

NEUZA MACHADO


(Para o Brasileiro do Brasil-País do Futuro lembrar-se sempre que existiu um Brasil-Tristes Trópicos até o final do Século XX)

São 18 horas e trinta minutos de um Domingo Iluminado pelo Sol Hipercariocjônio no Brasil Varonil, em um 23 de setembro de 2001, apesar da ameaça de Guerra Mundial que paira no ar. Não sei se haverá a Terceira Guerra Mundial, só vocês saberão (quando esta cartinha aí chegar, no Futuro). Não obstante o Grande Sol que nos ilumina todos os dias, estamos com os nossos corações repletos de nuvens sombrias. O Mundo sofreu o seu pior abalo desde a Guerra do Peloponeso (431 a.C.). Os americanos foram agredidos pelos terroristas invisíveis, no último dia 11 de setembro, e prometem agora uma revanche sem igual. As guerras da Antiguidade ― cantadas em famosos versos épicos ― passarão a ser insignificantes diante da hecatombe que se avizinha. Hecatombe, na Antiguidade, era uma palavra que significava “matança de cem bois”. Ainda não conheço uma palavra melhor para significar as carnificinas diárias que ocorrem no Planeta. Já não são cem bois sacrificados em louvor de um determinado deus dos antigos pagãos. Agora, são milhares e milhares de vidas humanas, um sem número de inocentes que pagam pelas brigas, políticas ou religiosas, dos dirigentes do mundo. Mas, a despeito das ameaçadoras nuvens escuras, hoje o Carro de Apolo brilhou na Cidade Maravilhosa do Rio de Janeiro.

O Domingo iluminou-se, porque tive o privilégio de apreciar uma das mais belas Exposições da Arte do Século XX. Neste mês de Setembro de 2001, o Rio de Janeiro encarregou-se de hospedar uma boa parte das obras de grandes pintores e escultores do Surrealismo.

Retorno da visita com a inquebrantável certeza de que os ideais dos surrealistas de 1924 deveriam ser reativados. Abalados pela Primeira Guerra Mundial, pregavam a Explosão do Continente Interior, rejeitando os valores de uma civilização progressista e industrial. A Arte como instrumento de conhecimento de planos não-substanciais da realidade. A apreensão do insólito que se entremeia entre as camadas conceituais do pensamento formal. A invenção de uma escrita nova ― juízos novos, como diria Gaston Bachelard ― com o objetivo de rejeitar a grande prostituta, a razão. Os surrealistas, iluminados e desconcertados, buscavam no interior das imagens desencontradas, díspares, o fio condutor que proporcionaria ao mundo uma nova ordem. Infelizmente, a desordem, provocada por ideologias desencontradas, continuou imperando no Planeta ao longo do século XX, e, neste início do Terceiro Milênio, ameaça continuar com seus desmandos. As imagens insólitas, que deveriam ficar apenas no plano da arte, tornaram-se reais. Não há mais como separar realidade e imaginação.

Nesta constante necessidade – dos Intelectuais – de nomear novas estéticas, pergunto-lhes, Homens do Futuro: qual será o nome que vocês darão à sensibilidade artística de sua época vindoura? Nesta fase desconcertada de minha tumultuada realidade (primeiro anno do Século XXI, primeiro anno do Terceiro Milênio), os diversos segmentos da Arte, neste meu Brasil Varonil e no Mundo Global, se rotulam PÓS-MODERNISTAS.

Enfim, são estas as notícias de hoje. Domingo que vem, enviar-lhes-ei outra Carta. Aguardem-me! Enquanto isto, o Mundo continua a girar em torno do Sol Apolíneo.

Por ora, sem mais o que relatar, envio-lhes o meu cordial abraço.

ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu e Jane Briseida, descendentes de Imortais Caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas e Gatas do Mato de Minas Gerais, um mágico e incrível território situado na parte Leste do Brasil Varonil.


P. S.: Meus Caros Amigos, espero que, no Futuro, estejam lendo e apreciando a minha narrativa ODISSÉIA MARIA. Infelizmente, neste ano de 2001, ainda, não consegui publicá-la. Saibam que, neste meu momento histórico, não é nada fácil publicar livros!