Quer se comunicar com a gente? Entre em contato pelo e-mail neumac@oi.com.br. E aproveite para visitar nossos outros blogs, "Neuza Machado 1", "Neuza Machado 2" e "Neuza Machado - Letras".

domingo, 20 de maio de 2012

A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - NO ANNO SESSENTA E QUATRO, A TOMAR CHÁ DE MARATRO

NEUZA MACHADO


(Eclipse Anular do Sol)


A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - NO ANNO SESSENTA E QUATRO, A TOMAR CHÁ DE MARATRO

NEUZA MACHADO


No Anno Sessenta e Quatro,
O Brasilerim-Pequenim
Tomou Um Chá de Maratro
Para Ficar Bem Quietim...

O Doce Chá de Maratro,
Ou Se Querem, Chá de Funcho,
Chegou ao Sessenta e Quatro
Replectinho de Caruncho...

O Maratro é Erva-Doce,
Mas o Chá Estav’Amargo,
Pois, o Caruncho Feroce,
Ao Doce, Botou Embargo...

Era o Anno Seis Mais Quatro
Na Folhinha Astrológica...
Na Política, Um Gran Teatro
Demandava Cena Ilógica...

Mas o Céu de Brigadeiro,
Do Vei-Destino Antigão,
Estava Mui Desordeiro
A Exigir Revolução...

As Tais Reformas de Base
Do Bom Presidente João
O Estopim-Camicase
Que Incendiou a Nação...

Co’os Recursos Limitados,
O Presidente Goulart
Viu Seus Bons Planos Finados
Pelo Poder Militar...

Assim Contava o Paizinho
Da Que Narra, Já Moçoila,
Que Iniciava o Caminho
Da Demanda Casadoira...

Era o Anno Sessenta e Quatro
De Um Decênio Complicado...
Tomando Chá de Maratro,
Estava o Povo Guiado...

O Sentido da Esborralha
Passava à Margem do Povão...
E o Sem-Roupa na Batalha,
A Enfrentar o Rojão...

Os Jaiões da Tal Direita
(Entenda a Grande Questão!...)
Não Dividiam a Colheita
Co’o Pobrezim da Nação...

A Elite da Direita
(É Preciso Explicação???),
Dona de Grande Receita,
Ao Pobre, Negava o Pão...

A Direiton’Acuada,
Com Medo das Tais Reformas,
Se Sentindo Ameaçada,
Quis de Volta a Plataforma...

A Plataforma-Complô,
Antiga na Vei-Nação...
Plataforma-Gigolô
Que Subtraía o Povão...

Uma Outra Jaianzada
Se Aproveitou do Medão,
E Em Rasteirona Bem-Dada,
Reinvindicou a Gestão...

A Turma Militarizada,
No Tal Decênio Em Questão,
Na Tal Rasteira Bem-Dada
Ficou Co’o Brasil Na Mão...

Destituindo o Goulart
Do Governo da Nação,
Passou Ela a Dominar
Qualquer Poder de Jaião...

Ações Ocultas Orquestravam
O Dicto Golpe Militar...
Aos Generais Imputavam
Veiras Normas de Aterrar...

E o Goulart Foi Exilado
Pra Longe do Vei-Brasil
(O Novo Recém-Criado
Se Finou no Gran Covil...)

O Jão Goulart, Mui Amado!,
Com Tristeza, Adoeceu...
Na Argentina Exilado,
O Amigo do Povo Morreu...

Morreu Jovem, o Muito’Amado,
O Coração Fraquejou...
Dizem Que Envenenado...
Um Mau-Remédio o Matou...

Sobre a Morte do Gran Jango,
No Estrangeiro, Exilado,
Não Se Sabe Se Foi Zango
De Militar Mui Irado...

O Paizinho Comentava:
– “Se Assassinaram o Jaião,
Ou Se Foi Morte da Brava,
É Caso Sem Solução!”

“Só Digo, Compenetrado,
Que Foi Morte-Traição:
Traído e Mui Execrado,
Malogrou-Lhe o Coração.” –

Assim Dizia o Paizinho
Da Que Narra Esta Demanda
(Aquelle Mui Pobrezinho!,
A Narrar Veira Parlanda.)

(Será Preciso Explicar?)
(Será Preciso Explicar?)
(Será Preciso Explicar?)
(Será Preciso Explicar?)

Pobre Não Mandava Não!...
Era Briga de Arrasar!...
Gran Jaião Contra Jaião,
E o Pobrezim a Lutar!...

Os Grandes na Retaguarda,
O Pobrim Indo na Frente...
Na Guerra da Czarada
Só Morria o Inocente...

O Tal Grande, o Perdedor,
Saía Pela Tangente...
Na Masmorra... O Lutador...
(Só o Povão na Corrente...

Pobrim, Povão e Mulher...
– Mesmo a de Rica Família –
Gran Preconceito a Temer...
Os Dictos Sempre Em Vigília...)

Só Pra Você Entender
O Princípio da Armação,
Intento Um Retroceder
Para Explicar a Questão:

Em Um 31 de Março,
O Deus Marte do Destino
Amarrou Um Gran Cadarço
Em Volta do Pequenino...

Naquelle Dia Trevoso
Houve Um Golpe Militar,
E o Gran Brasil, Tão Fermoso!,
Se Viu no Escuro... E Sem Ar!...

No Primeiro de Abril,
O Golpe Foi Assinado...
(Vinte Annos... E o Brasil
Por Militar Governado...)

A Que Narra a Triste História,
Jovenzinha, Já Casada,
Roceirinha... Em Trajectória
Para Criar Filharada,

Só Avaliou a Extensão
Da Violência Orquestrada,
Depois de Um Longo Tempão...
Passou Dez Annos Dopada...

Enquanto Criava os Filhos,
O Marido a Proctegia...
Longe dos Estribilhos
Da Feroce Artilharia...

Dez Annos em Reclusão
Sem Entender a Ocorrência...
A Tevê e o Jornalão
A Exaltar as Tais Demências...

Os Jornais do Bell Tramar
Aprovavam a Intervenção...
Diziam Que o Militar
Era Um Governo de Acção...

Diziam que o Gran Deposto
(O Governo do Goulart)
Queria Ficar no Posto
A Comandar Sem Parar...


Que o Governo do Afilhado
Do Gran Getúlio Paizão,
Já Tinha Tempo Marcado
Pra Findar a Tradição...

Assim Contava o Paizinho
Da Que Narra a Triste História...
O Povão (Já Sem Padrinho!)
A Receber Palmatória...

E a Imprensa a Elogiar
O Governar-Desatino...
Uma Cartilha a Dictar
As Normas do Vei-Destino...

Vinte Annos Mui Perdidos...
Muitas Vidas Anuladas...
Muitos Sonhos Destruídos...
Mui Histórias Mal-Contadas...

No Anno Sessenta e Quatro
Quem Comandava o Astral
Era o Saturno, o Actro,
Com Seu Domínio Factal...

O Ancião Furibundo
Naquelle Abril Marciano,
Dominou o Velho Mundo
Com o Seu Governar Insano...

Mas o Mito de Saturno,
Explicarei Amanhã,
Depois De Um Escalar Noturno,
Neo-Trovar... Intenso Afã...

Nenhum comentário: