NEUZA MACHADO
A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - NA ÀGORA, O POVAROTE DEFENDENDO A CAMELOTE
NEUZA MACHADO
Mas o Dicto Desmoronado
Da Estrutura da Nação,
Já Estava Bem Riscado
Naquelle Abril do Acordão.
Os Cinco Annos Prometidos
A Valer Por Uns Cinquenta,
Embromou os Sem-Vestidos
Com Sancta Promessa Benta.
E a História da Gran Glória
Da Construção de Brasília,
Será Por Certo! Notória
– Isto Afirma a Boa Filha! –
A Glória Muito Ajudou
Aos Jaiões da Gran Nação,
Mas o Povinho Ficou
Com a Escudela na Mão.
Os Cinco Annos Traçados
Nos Planos do Gran Jaião,
Com Edital Bem Lançado
Naquelle Anno Brilhão,
Com o Projecto Bem Bolado
Pelo Lúcio, o Vencedor,
As Construções do Assinado
Obtiveram Valor...
E o Costa Foi Laureado
Quomodo Gran Construtor,
Seu Projecto Admirado
No Mundo Superior...
E Outros Jaiões Gloriosos
Brilharam na Construção,
Todos Ficaram Famosos,
Cada Um Com Seu Galão...
E do Lado, Separada
Da Cidade-Capital,
Uma Aldeia Foi Fundada
Para o Pobre Espectral...
Separação Consentida
Pelo Ingênuo-Povão,
Sem Saber Que a Dura Lida,
No Trabalho-Construção,
Era Matéria Perdida
Para os Dictos Sem-Pão,
A Brasília, Construída
Com o Suor do Peão,
Só Deu Glória Instituída
E Um Grande Dinheirão
À Elite Convencida,
Descendente de Patrão.
Em 21 de Abril
De Um Anno Muito Encrencão,
O Sessenta, Mui Senil!,
Do Vinte, Sem-Direcção!,
O Mundo Inteiro Assistiu,
Com Desmedid’Atenção!,
No Centro do Gran Brasil,
A Festa-Inauguração
De Brasília-Camelote,
Com o “Rei” e Seu Chapéu,
Na Ágora, o Povarote
(O Pobre Povo Sem-Véu).
No Trono, o da Grande Sorte
De Ter Anjo-Protector,
Defendendo o Camarote
De Um Eleito do Senhor.
O Pobrinho do Nordeste
Se’Aclimatou em Brasília,
Para a Cidade-Satélite,
O Pobre Levou a Família...
E o Palácio do Catete,
No Bell Rio de Janeiro,
Perdeu o Gran Minarete
De Alcácer Mui Altaneiro...
O Rio Perdeu o Grado
Do Comando Brasileiro,
E o Povão Ensolarado
Se’Encolheu Em Seu Viveiro...
Foi Este o Desmoronado
Da Estrutura da Nação:
Pois o Grande Passo Dado,
A Grande Transformação,
Trasladando o Gran Reinado
Para o Centro do Torrão,
Remexeu Com o Mal-Formado,
Já Nascido Capengão
(O Terral Especulado
Pelo Senhor-Colonão),
Pois o Tempo Gloriado
(Os Cinco da Construção),
Deixou o Bolso Furado,
O Bolso da Gra’Nação,
E o Pobrizim Mal-Amado,
Sem a Dicta Redenção,
Se Finou Com o Mui Minguado
Salário da Ocasião,
E o Mais-Pobrim, Renegado,
Foi Jogado no Lixão.
O Ápice de Um Gloriado
Sem Muita Sustentação
Desmoronou, Endividado,
A Pressionar o Povão.
Cada Acto do Escolhido
Para a Tal Transformação
Permaneceu, Bem Nutrido!,
Na História da Nação.
A Criação de Brasília,
Mesmo Com o Tal’Estrondado,
Autenticou a Planilha
Para Um Novo Eleitorado,
Que Surgiria Depois
Do Sonho Realizado,
Vencendo Um Período Atroz
Que Será Sempre Lembrado.
Aquelle Foi o Alimento
Que Sustentou o Brasil
Durante o Tempo Cruento
Que Veio Logo no Tril.
Mas o Período, Depois,
Já Passou – Um Furacão –,
Governança de Algoz
Do Tempo da Inquisição,
Já Não Manda Mais na Gente
Deste Grande Brasilzão:
Agora, o Povo ’Stá Contente
Com a Nova Direcção.
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