NEUZA MACHADO
(Eclipse Anular do Sol)
A DEMANDA ACTUAL DO SANCTO GRAAL NACIONAL - NO ANNO SESSENTA E QUATRO, A TOMAR CHÁ DE MARATRO
NEUZA MACHADO
No Anno Sessenta e Quatro,
O Brasilerim-Pequenim
Tomou Um Chá de Maratro
Para Ficar Bem Quietim...
O Doce Chá de Maratro,
Ou Se Querem, Chá de Funcho,
Chegou ao Sessenta e Quatro
Replectinho de Caruncho...
O Maratro é Erva-Doce,
Mas o Chá Estav’Amargo,
Pois, o Caruncho Feroce,
Ao Doce, Botou Embargo...
Era o Anno Seis Mais Quatro
Na Folhinha Astrológica...
Na Política, Um Gran Teatro
Demandava Cena Ilógica...
Mas o Céu de Brigadeiro,
Do Vei-Destino Antigão,
Estava Mui Desordeiro
A Exigir Revolução...
As Tais Reformas de Base
Do Bom Presidente João
O Estopim-Camicase
Que Incendiou a Nação...
Co’os Recursos Limitados,
O Presidente Goulart
Viu Seus Bons Planos Finados
Pelo Poder Militar...
Assim Contava o Paizinho
Da Que Narra, Já Moçoila,
Que Iniciava o Caminho
Da Demanda Casadoira...
Era o Anno Sessenta e Quatro
De Um Decênio Complicado...
Tomando Chá de Maratro,
Estava o Povo Guiado...
O Sentido da Esborralha
Passava à Margem do Povão...
E o Sem-Roupa na Batalha,
A Enfrentar o Rojão...
Os Jaiões da Tal Direita
(Entenda a Grande Questão!...)
Não Dividiam a Colheita
Co’o Pobrezim da Nação...
A Elite da Direita
(É Preciso Explicação???),
Dona de Grande Receita,
Ao Pobre, Negava o Pão...
A Direiton’Acuada,
Com Medo das Tais Reformas,
Se Sentindo Ameaçada,
Quis de Volta a Plataforma...
A Plataforma-Complô,
Antiga na Vei-Nação...
Plataforma-Gigolô
Que Subtraía o Povão...
Uma Outra Jaianzada
Se Aproveitou do Medão,
E Em Rasteirona Bem-Dada,
Reinvindicou a Gestão...
A Turma Militarizada,
No Tal Decênio Em Questão,
Na Tal Rasteira Bem-Dada
Ficou Co’o Brasil Na Mão...
Destituindo o Goulart
Do Governo da Nação,
Passou Ela a Dominar
Qualquer Poder de Jaião...
Ações Ocultas Orquestravam
O Dicto Golpe Militar...
Aos Generais Imputavam
Veiras Normas de Aterrar...
E o Goulart Foi Exilado
Pra Longe do Vei-Brasil
(O Novo Recém-Criado
Se Finou no Gran Covil...)
O Jão Goulart, Mui Amado!,
Com Tristeza, Adoeceu...
Na Argentina Exilado,
O Amigo do Povo Morreu...
Morreu Jovem, o Muito’Amado,
O Coração Fraquejou...
Dizem Que Envenenado...
Um Mau-Remédio o Matou...
Sobre a Morte do Gran Jango,
No Estrangeiro, Exilado,
Não Se Sabe Se Foi Zango
De Militar Mui Irado...
O Paizinho Comentava:
– “Se Assassinaram o Jaião,
Ou Se Foi Morte da Brava,
É Caso Sem Solução!”
“Só Digo, Compenetrado,
Que Foi Morte-Traição:
Traído e Mui Execrado,
Malogrou-Lhe o Coração.” –
Assim Dizia o Paizinho
Da Que Narra Esta Demanda
(Aquelle Mui Pobrezinho!,
A Narrar Veira Parlanda.)
(Será Preciso Explicar?)
(Será Preciso Explicar?)
(Será Preciso Explicar?)
(Será Preciso Explicar?)
Pobre Não Mandava Não!...
Era Briga de Arrasar!...
Gran Jaião Contra Jaião,
E o Pobrezim a Lutar!...
Os Grandes na Retaguarda,
O Pobrim Indo na Frente...
Na Guerra da Czarada
Só Morria o Inocente...
O Tal Grande, o Perdedor,
Saía Pela Tangente...
Na Masmorra... O Lutador...
(Só o Povão na Corrente...
Pobrim, Povão e Mulher...
– Mesmo a de Rica Família –
Gran Preconceito a Temer...
Os Dictos Sempre Em Vigília...)
Só Pra Você Entender
O Princípio da Armação,
Intento Um Retroceder
Para Explicar a Questão:
Em Um 31 de Março,
O Deus Marte do Destino
Amarrou Um Gran Cadarço
Em Volta do Pequenino...
Naquelle Dia Trevoso
Houve Um Golpe Militar,
E o Gran Brasil, Tão Fermoso!,
Se Viu no Escuro... E Sem Ar!...
No Primeiro de Abril,
O Golpe Foi Assinado...
(Vinte Annos... E o Brasil
Por Militar Governado...)
A Que Narra a Triste História,
Jovenzinha, Já Casada,
Roceirinha... Em Trajectória
Para Criar Filharada,
Só Avaliou a Extensão
Da Violência Orquestrada,
Depois de Um Longo Tempão...
Passou Dez Annos Dopada...
Enquanto Criava os Filhos,
O Marido a Proctegia...
Longe dos Estribilhos
Da Feroce Artilharia...
Dez Annos em Reclusão
Sem Entender a Ocorrência...
A Tevê e o Jornalão
A Exaltar as Tais Demências...
Os Jornais do Bell Tramar
Aprovavam a Intervenção...
Diziam Que o Militar
Era Um Governo de Acção...
Diziam que o Gran Deposto
(O Governo do Goulart)
Queria Ficar no Posto
A Comandar Sem Parar...
Que o Governo do Afilhado
Do Gran Getúlio Paizão,
Já Tinha Tempo Marcado
Pra Findar a Tradição...
Assim Contava o Paizinho
Da Que Narra a Triste História...
O Povão (Já Sem Padrinho!)
A Receber Palmatória...
E a Imprensa a Elogiar
O Governar-Desatino...
Uma Cartilha a Dictar
As Normas do Vei-Destino...
Vinte Annos Mui Perdidos...
Muitas Vidas Anuladas...
Muitos Sonhos Destruídos...
Mui Histórias Mal-Contadas...
No Anno Sessenta e Quatro
Quem Comandava o Astral
Era o Saturno, o Actro,
Com Seu Domínio Factal...
O Ancião Furibundo
Naquelle Abril Marciano,
Dominou o Velho Mundo
Com o Seu Governar Insano...
Mas o Mito de Saturno,
Explicarei Amanhã,
Depois De Um Escalar Noturno,
Neo-Trovar... Intenso Afã...
Marcelo Zero: Erros crassos de avaliação dos EUA e da Otan e o novo míssil
russo
-
Melhor voltar hipersonicamente à mesa de negociações
O post Marcelo Zero: Erros crassos de avaliação dos EUA e da Otan e o novo
míssil russo apareceu pri...
Há 26 minutos
Nenhum comentário:
Postar um comentário