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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

ODISSÉIA MARIA - XXVII

NEUZA MACHADO




ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO



VIGÉSIMO SÉTIMO CANTO



mas, quomodo já lhe disse páginas atrás, para o Governo do Rio de Janeiro, neste Início de Anno de 1999, o Povo Carioquês conta com o Menininho, esperando com fé que ele cumpra o prometido, tudo o que ele prometeu na Campanha Eleitoral para as Eleições de Novembro de 1998; entretanto, os políticos fazem promessas e não cumprem nem a metade, sempre prometem solucionar os problemas do Povo Sofrido; depois de eleitos, não solucionam nada; por enquanto, eu repito, por enquanto, por enquanto, no Menininho todos confiam, ele é um Crente em Jesus e é um garotinho, ele vai cuidar do Rio Encantado com amor e carinho, não esquecerá suas sinceras promessas não, vai consertar o Rio de Janeiro, eu vou esperar!, limpar as ruas da Cidade Maravilhosa; limpar, por exemplo, o rio Maracanã, bem perto do meu Micro-Casulo de Seda Mineira, moralizar o Desmoralizado, tapar os buracos da Cidade do Rio, melhorar o atendimento público nas Repartições Públicas do Rio de Janeiro, cuidar dos Hospitais Abandonados, cuidar da saúde do Povo Sofredor, neste início de 1999, matar a Fome dos Miseráveis, solucionar os problemas do Pobre Trabalhador Brasileiro Sem Eira Nem Beira, pois os Pobres daqui vão vivendo quomodo Deus quer, mesmo que alguns digam o contrário, que está tudo bão no Reino do Ão, os pobres daqui vão vivendo quomo Deus quer; quomo, como, quomodo Você quiser!, se hoje não tem, amanhã deusdará; mas o Menininho é o Atual Governador; aquele, o que diz “está tudo bão!”, não votou no Menininho não, não faz parte da oposição, não Senhor!, é partidário do grupo da situação; o Menininho, por ora, se ele no Futuro não virar a casaca, repito, por ora, é uma pedra no caminho da situação, por isso, para ele, até então, não estava nada bão, meu Irmão; o Povo, por ora, confia no Menininho, ele é um Crente em Jesus e cumprirá o prometido, neste início de 1999 até o final do seu Mandato Sensato, cuidará dos problemas do Povo Sofrido; mas ele, Coitado!, carrega um Grande Fardo, mora num Palácio Encantado, mora em um Grande Palácio Bem-Assombrado, mora no Palácio do Governador, no Bairro das Lindas Laranjeiras em Flor, das Verdes Laranjeiras Gigantes do Imperador; naquele Bairro Assinalado, no passado, havia muitas gigantescas laranjeiras em flor, depois as ditas premiavam as crianças com saborosas laranjas-da-terra; ele mora no Palácio das Laranjeiras em Flor, de Florezinhas Branquinhas Branquinhas, pra lá de Branquinhas; existe também um outro bellíssimo Palácio Encantado ornamentando e enriquecendo a Maravilhosa Cidade, é o Palácio dito Presidencial; o Rio de Janeiro, em priscas eras, foi a Capital do Brasil Varonil; o dito Palácio é o Palácio do Catete, localizado no Bairro da Glória Triunfal; esse Palácio do Catete tem umas águias sinistras nos cantos sinistros do seu antigo telhado; há outros bellos Palácios no Rio, Encantados, quomodo, por exemplo, o Palácio do Itamarati, também o do Museu da República, ainda o Velho Palácio da Praça 15 de Novembro, e mui outros da época em que os Reis de Portugal aportaram per acá, incluindo os posteriores Palácios do Esplendor do Café; no Século XXI existirão Palácios no Rio de Janeiro?, será?; o Rio de Janeiro está a se transformar numa Imensa Favela, meu preocupado Leitor do Terceiro Milênio, do Quarto, do Quinto, quem sabe?, do Sexto também; talvez, Você só saberá que existiu uma Cidade Maravilhosa no Mundo Rotundo, Raimundo, por intermédio destas palavras aladas, se estas palavras chegarem a Você, meu Amor!; no Século XXI existirá a Ponte Rio-Niterói?, será?, aquela construída com o sacrifício do Povo?, será?, no Século XXI existirá a Cidade do Rio Encantado?, será?, a Cidade Mais Bella do Mundo Rotundo; será que existirá o Mundo Rotundo, Raimundo?; mas quomodo ia contando, viajo agora para São Gonçalo do Estado do Rio de Janeiro, e hoje é o Primeiro Dia de Fevereiro de 1999, a Lua Cheia vai brilhar à noite em Virgem Assanhada, e flertará com os Astros do Céu Cor de Breu, os que olham o céu apreciarão a beleza do Mundo Rotundo e do Mundo Profundo também; são poucos os que olham o Céu Escurecido Com Poucas Estrelas Brilhantes neste Final de Século XX Demente; a vida de hoje é uma correria constante, o dia é pequeno demais, meu Rapaz!, as Horas Mágicas passam voando voando; há pouco, passaram as Doze Horas do Dia Estafante, voando garbosas com suas Asas Brilhantes, acompanhando felizes a Carruagem do Sol de Apolo Cantante, voando garbosas pra o Futuro Distante, soltas, leves e livres no Espaço Dourado, no Espaço Encantado DeMentes Brilhante, a deusa charmosa do Grego Antigo Cantante; há pouco, passaram as Doze Horas do Dia, em direção ao Infinito do Relógio Central do Brasil Varonil, as Súditas Fiéis de Apolo Cantor, voando com o Tempo que passa que passa, que passa sem princípio sem fim sem medida, só para recordar-me dos versos do divo Poeta Bilac, o divino Príncipe que da Terra se foi no Princípio do Século XX, e agora festeja, com outros divinos que partiram da Terra, o título invejável de Príncipe Cantor Sucessor do Apolo dos Gregos Antigos, uma honra recebida em seus annos de vida na Terra, de seus Leitores e Amigos do Final do Século XIX e do Século XX também; há pouco, passaram as Doze Horas do Dia, enquanto eu, Odisséia Maria, atravessava de Ônibus Velho do Velho do Restello a Ponte Brilhante do Futuro Distante, pensando em Bilac e em outros divinos cantantes, que hoje estão no Reino do Único Deus dos Cristãos, comendo e bebendo no Banquete Eternal; Apolo Pagão das Narrativas Antigas de Versos Hexâmetros, grandiloqüentes, troantes, com inveja, a olhar de longe, distante; os outros deuses do Olimpo de Homero e de Hesíodo ficam olhando também; e os da Floresta dos Celtas; e os deuses tutelares da Roma dos Césares; os deuses pagãos estão olhando invejosos, porque o Deus dos Hebreus e também dos Cristãos é o mais poderoso; são poucos, no mundo atual, que alcançam tão Alta Honraria, participar para sempre dos Banquetes do Céu, ao lado dos Arcanjos, dos Anjos, dos Serafins e dos Querubins, e de toda Hierarquia Celestial Sem-Igual que compõe o Exército de Deus Onipotente Silente; Bilac, Alberto, Raimundo e o Cruz, todos os Poetas do Final do Século XIX no Brasil Varonil e do Século XX também, aqueles Poetas que formalizaram em poemas a Poesia Volátil, e que mostraram a existência de um Plano de luz repleto de Imagens Desconhecidas e Magias Sem-Fim, o Mundo Secreto do Amorfo Silêncio, do Indizível Espaço Distante das Regras e Conceitos do Mundo Rotundo, todos esses Assinalados se banqueteando no Céu Cor de Anil, o Céu Cor de Anil do meu Brasil Varonil, porque na Terra honraram seus nomes mortais, agora imortais; mas, quomodo ia contando!, as Incríveis Doze Horas do Dia passando passando, voando felizes em direção ao Futuro Sem-Muro, a Carruagem do Sol brilhando brilhando, brilhando lindamente no Infinito Azulado, brilhando brilhando brilhando nos meus Sonhos Dourados; Apolo Cantor correndo entre as Nuvens Moventes, e o dia de hoje repleto de Luz, os Endeusados Peixões Luzidios e as Sereias Faceiras, moirenas do Rio Encantado seduzindo os mortais, as Sereias Faceiras da Baía Encantada brincando nas praias, os Peixões Luzidios e as Sereias Moirenas seduzindo os mortais, levando os fracos mortais à Loucura do Amor; e Odisséia Maria, esta Vossa Criada, viajando em direção ao trabalho estafante, atravessando a Ponte Grandiosa do Futuro Distante, a Ponte Intrigante DeMentes Brilhante; óh! Ponte Famosa!, uma das Maiores do Mundo, construída com o sacrifício do Povo Sofrido, um Povo que trabalha trabalha, e no fim de um mês qualquer de um Final de Século XX Malfadado, não tem dinheiro pra pagar os Impostos impostos; desculpe-me o meu Contar Redundante, óh!, Leitor do Futuro Distante!, os impostos são tantos que o Pobre do Brasil Varonil quase morre de fome, neste Início de Anno de 1999, o dinheiro que sobra não dá para nada, e é preciso comer, senão a morte virá com certeza, e é preciso vestir, andar pelado é proibido, os tecidos de algodão estão custando os olhos da cara, as costureiras matreiras cobram um dinheirão, as roupas prontas das Lojas Americanas e Outras Por Certo Estrangeiras custam um dinheirão, as Montras Lindonas Bonitonas da Cidade, com seus nomes difíceis estrangeiros, expõem as roupas da moda, e o Pobre Coitado do Brasil Varonil não pode comprar; o Povo Brasilês (neste início de 1999) vive de teimoso que é, se hoje não tem, amanhã deusdará, deusdará a comida, deusdará a roupa, deusdará a esperança de viver com bonança, deusdará a esperança para sobviver neste Tenebroso Angustioso Caos; o Caos Apocalíptico do Século XX Agonizante, mas, mesmo assim, as Horas Velozes do Tempo Infinito passam felizes voando voando voando, e o Coração Sem Tamanho do Brasileiro da Cruz se enche de Luz, repleto da Luz Verde da Incorrigível Esperança; o Coitadinho-Brasileiro do Final do Segundo Milênio espera que as coisas melhorem no Reino do Ão!,