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sexta-feira, 14 de maio de 2010

16.12 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: FINAL DA ESTÓRIA DA MÁGICA VIAGEM ATÉ URUCÂNIA

NEUZA MACHADO


16.12 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: FINAL DA ESTÓRIA DA MÁGICA VIAGEM ATÉ URUCÂNIA

NEUZA MACHADO


A cada parada para
as refeições,
a Vovó magicamente
retirava do mágico embornal
deliciosas guloseimas,
as quais eram
instantaneamente
devoradas pelo grupo
de Viajantes felizes,
felizmente.

O Bhima,
mesmo com o Freezer
de sua Casa-Vimana
repleto de alimentos
(não existia freezer,
naquele tempo assinalado,
para os Humanos),
de vez em quando,
durante a dita viagem,
surrupiava
um naco de carne
do Farnel da Vovó,
só pelo prazer de comer
tão deliciosa iguaria,
pois tempero igual
não existia.

A Justiniaña Vovó
e a Jane (Joana) Briseides
eram cuidadosas,
e só pediam para parar
o Automóvel
do Motorista Marreco
quando avistavam
uma preciosa
mina d’água fresquinha,
e, mesmo assim,
só autorizavam
a parada
para as refeições,
se a localidade da mina
fosse aprazível
e bonitinha.

Naquela caminhada,
sobre as rodas do
automóvel cinzento Pontiac,
do final dos Annos Cinquenta
do Ocidental Almanaque,
o automóvel do Motorista Marreco,
muitas recordações maviosas
ficaram no espírito da Jane Mamãe
do Narrar Infantil,
até o final de seus dias na
Terra dos Homens do Brasil Varonil.
Nas recordações
da Dianazinha também!
E nas recordações do Bhima?!!!
Então, nas recordações
do Extra-Terrestre Bonzão,
nem há o que contar!
Durante o Passar do Tempo
- os Annos, os Dias e Noites,
- as Horas e os Minutos
e os Segundos -,
ele sempre se lembrava
com saudade
daquele passeio que fizera,
acompanhando
disfarçado de aragem,
é claro!,
o Antônio Aquileu
e sua Família.

Realmente, a Jane Briseides Mamãe
era uma mulher de se tirar o chapéu.
Não é que, durante os Annos todos
de sua Vida na Terra dos Homens,
encantada,
ela cuidara de registrar na memória,
com detalhes,
cada etapa daquela
Viagem Sonhada.
Não se esqueceu, nunca!,
dos nomes das localidades
por onde passaram,
de cada rio,
de cada florezinha do caminho,
e sempre dizia:
“Tá lembrado, Antônio Aquileu!,
do rio Pomba de Urânia,
por onde passamos,
quando de nossa ida a Urucânia?
Você se lembra?,
naquele dia o rio estava cheiínho.
Era a época da cheia dos rios
e, mesmo assim, graças a Deus!,
não pegamos
nem uma gotinha de chuva
durante aquela Viagem
à moda de Hebreus!
Tá lembrado, Antônio?
E o Antônio Amoroso Marido,
muito comovido,
balançava a cabeça,
dizendo que sim.

O Bhima bem se lembrava
da dita Mamãe.
Quantas vezes ele se disfarçara
de aragem
– matutina e vespertina –
e se deslocara a direção
ao Grande Terreiro
de Terra Batida
dos Aquileus,
só para ouvir
as diferentes estórias de Mamãe.
A Jane Mamãe contava
e contava
e recontava
as peripécias
de sua Vida de Menina
e Adolescente,
acrescentando
graciosos entrementes,
os quais faziam dos relatos
autênticos contos de fada.
E a Jane Mamãe
era mesmo uma Fada
toda disfarçada de gente,
o Bhima bem o sabia.
E foi numa dessas visitas
que ele ouviu,
pela primeira vez,
a estória da mulher do Padre
de uma desconhecida localidade,
a qual, por ter se enamorado
do tal Padre Encantado,
fazendo-o abandonar a batina,
fora transformada, por Deus!,
em Mula-Sem-Cabeça.

Mas esta estória
da Jane Mamãe
dos Campos de Café e Arroz
contar-lhe-ei bem depois.
Só posso adiantar-lhe
que o Bhima ficou
horas e horas entretido,
escondido
em um cantinho
da Imensurável Cozinha
da Jane Briseides,
apreciando os recontos
graciosos
da dita Mamãe,
orgulhosa,
pomposa,
a narrar o Terrível Caso
da Mula-Sem-Cabeça
Mulher do Padre Reborgosa,
a cretina,
“aquela deslavada!,
sem-vergonha!,
afamada!”
(palavras de Mamãe),
que fizera um Servo de Deus
abandonar a batina.

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