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sábado, 13 de novembro de 2010

SEGREDINHOS MINEIROS DA ARTE DE COZINHAR DE ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO



SEGREDINHOS MINEIROS DA ARTE DE COZINHAR DE ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO


Nesta Place Alvissareira
Uma Place Intimorata,
A Odisséia Brasileira,
Da Imaginação Translata,
A Versada-Cozinheira,
Ensina, Mui Altaneira!,
A Receitinha Mineira
Do Bolo de Fécula de Batata


BOLO DE FÉCULA DE BATATA

Ingredientes:

100g de fécula de batatas
50g de farinha de trigo
300g de açúcar
2 colheres (das de sopa) de manteiga
6 ovos
300g de castanhas de caju (torradas e moídas)
200g de passas (sem sementes)
Açúcar de confeiteiro
1 cálice de licor
1 vidro de geléia de damasco

Modo de fazer:

1o) Em uma batedeira elétrica, bata bem as gemas com o açúcar e a manteiga. Acrescente o açúcar de confeiteiro, a farinha de trigo, a fécula e as claras em neve. Distribua a massa em duas formas previamente untadas com manteiga e polvilhadas com farinha de trigo. Asse em forno médio.

2o) Monte o bolo em quatro camadas recheadas com geléia, castanhas moídas e passas. (Depois de frios, já firmes, com o auxílio de uma linha, corte os bolos pelo meio, no sentido horizontal, formando quatro camadas. Espalhe geléia de damasco em cada camada de bolo e gotas de licor. Por cima da geléia de damasco acrescente as castanhas moídas e as passas). Decore o bolo com geléia de damasco.


SIRVA O BOLO COM CREME DE BAUNILHA ACOMPANHADO DE CAFÉ ACHOCOLATADO OU CAFÉ COM LEITE À MODA MINEIRA (as receita do Café Achocolatado e do Café à Moda Mineira já foram postadas neste Blog)


CREME DE BAUNILHA

Ingredientes:

1 litro de leite
200g de açúcar
4 gemas
8 colheres (das de sopa) rasas de maisena (o suficiente para engrossar o creme)
1 colher (das de chá) de essência de baunilha


Modo de fazer:

Dissolva a maisena no leite frio, acrescente o açúcar e as gemas (passadas na peneira). Leve ao fogo, mexendo até engrossar. Por último, acrescente ao creme essência de baunilha. Sirva bem gelado.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

SEGREDINHOS MINEIROS DA ARTE DE COZINHAR DE ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO



SEGREDINHOS MINEIROS DA ARTE DE COZINHAR DE ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO


Nesta Place Alvissareira
Um Versinho aqui, outro acolá,
A Odisséia Brasileira,
A Versada-Cozinheira,
Ensina, Mui Altaneira!,
A Receitinha Mineira
Do Savoury Bolo de Fubá.


BOLO DE FUBÁ À MODA MINEIRA

Ingredientes:

3 ovos
½ xícara (das de chá) de óleo de milho
1 xícara (das de chá) de leite
1 xícara (das de chá) de fubá mimoso
1 xícara (das de chá) de farinha de trigo
2 xícaras (das de chá) de açúcar
1 colher (das de sopa) de fermento em pó
1 colher (das de café) de grãos de erva-doce


Modo de fazer:

Bata (na batedeira elétrica ou no liquidificador, ou rudimentarmente com a colher de pau) o leite, o óleo de milho e os ovos. Coloque o creme formado em uma tigela (ou mesmo na batedeira elétrica) e acrescente o fubá, a farinha e o açúcar. Logo a seguir, misture à massa o fermento e os grãos de erva-doce. Bata bem a massa. Coloque a massa em uma forma untada com manteiga mineira e polvilhada com farinha de trigo. Leve ao forno para assar por 20 a 30 minutos mais ou menos.


Sirva o Bolo de Fubá à Moda Mineira com o delicioso Café do Coroné ou com o outro saborosíssimo Café Bão de São João. As receitas de Café já foram postadas neste mesmo Blog e no meu outro Blog: neuzamachadoletras.blogspot.com.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

SEGREDINHOS MINEIROS DA ARTE DE COZINHAR DE ODISSÉIA MARIA, UMA BRASILEIRA VERSADA-COZINHEIRA

NEUZA MACHADO


SEGREDINHOS MINEIROS DA ARTE DE COZINHAR DE ODISSÉIA MARIA, UMA BRASILEIRA VERSADA-COZINHEIRA

NEUZA MACHADO



Depois da Senzala Mineira
Onde ficava a Mulher,
Fosse Branca, Negra ou Trigueira,
Madame ou Uma-Qualquer
A trabalhar, sempre ordeira,
Sem reclamar, com a Colher
A remexer a Molheira
Do Molho de Bem-Me-Quer,

Depois de Muita Disputa
Muita Contenda e Ação,
Depois da Grande Labuta
Para sair da Inação,
De ser sempre Cozinheira
A servir o seu Patrão,
A Servil Mulher Mineira
Lá da Banda do Grotão
Resolveu sair à Luta
Com a Panela na Mão.

E já um pouquinho vestuta
Mas replecta de razão
Viu-se Mestra-Cozinheira
A ensinar, altaneira,
Os Segredos do Sertão
De como Cozinhar, Pioneira,
A Boa Comida Mineira,
E regalar a Nação
Demonstrando, mui matreira,
Quomodo amassar o Pão.

E para não perder a primeira,
O mote desta disputa,
A Odisséia Cozinheira
Apresentará, Altaneira,
Uma Receitinha Mineira
De Biscoitos de Araruta.


BISCOITINHOS DE ARARUTA À MODA MINEIRA

Ingredientes:

½ k de polvilho de araruta
1 xícara e ½ de açúcar (adoçar de acordo com o gosto da cozinheira)
½ xícara de pura manteiga mineira
3 ovos
1 coco (ralado)
1 colher (das de sopa) rasa de fermento em pó
raspas de casca de laranja ou raspas de casca de limão


Modo de fazer:

Em uma vasilha própria para o preparo da massa, coloque a farinha de araruta (polvilho), acrescente os ovos (ligeiramente batidos), acrescente o açúcar, o coco ralado e as raspas de laranja ou limão. Amasse tudo, misturando com uma colher de pau. Formatar os biscoitinhos, colocar em uma assadeira untada com manteiga mineira e polvilhada com farinha de trigo. Assar por 15 minutos mais ou menos (procure não queimar os biscoitinhos, eles ficam branquinhos depois de assados).

A massa dos biscoitinhos deverá ficar firme, para ser enrolada em forma de argolinhas ou bolinhas. A cozinheira deverá umedecer as mãos com manteiga para dar o formato certo aos biscoitinhos.

Sirva os Biscoitinhos de Araruta à Moda Mineira com o delicioso Café Parisiense (a receita do Café Parisiense já foi apresentada neste mesmo Blog)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

MATINAIS OU VESPERAIS À MODA DA MINEIRA ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO

MATINAIS OU VESPERAIS À MODA DA MINEIRA ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO



Receitas que anotei,

Ao longo do meu viver,
E não sei de onde as tirei,
São Receitas do Saber.
Com a licença do Doador,
Passo-as para Você,
Meu Passageiro Leitor!,
Com Redobrado Prazer
E Imenso Vero Amor!



Durante a sua leitura
De meus textos, a granel,
Em meu caffecomlitteratura,
Um Bloguinho cheio de mel!,
Busque a Nova Viatura,
A Vimana que voa ao léu,
E se entreteça com a cordura
De meu reconto fiel,
Às vezes, com certa mesura!,
Nos desvãos do meu papel,
Para respeitar a cesura
Das Leis do Novo Cordel.

Enquanto refaço a costura,
Abra a cestinha-farnel
E descubra a neo-fartura
Dos meus docinhos-do-céu,
Tome um café-gostosura,
Saboreie um grã pitéu,
E embarque nesta Aventura
De viajar sempre ao léu!



De vez em quando, pare a Vimana
Nas terras de Minas Gerais,
Saboreie o melado de cana,
Deslumbre-se com os cafezais,
E para apreciar, sempre mais!,
Desça, da montanha ao sopé,
Visite os Antigos Casais,
E não deixe, Meu Rapaz!,
De degustar um Bom Café!

E para não perder a costura
Deste Cordel-Formosura,
Não quero que fuja em ré.
Continue com a leitura,
Pois na Página Futura
Há receitas de Café.



CAFÉ PARISIENSE

Ingredientes:

1 bule de café (já preparado forte e quente)
1 xícara (das de chá) de conhaque
Suco de ½ limão
Açúcar (o suficiente para adoçar o café)



Modo de fazer:

Passe caldo de limão na borda das xícaras que serão usadas para servir o café e salpique açúcar por cima. Coloque em cada xícara o café forte já adoçado. Aqueça o conhaque e despeje um pouco em cima de cada xícara de café. Flambe (queime o conhaque) e sirva com biscoitos de araruta.


CAFÉ ORIENTAL

Ingredientes (para duas pessoas):

2 xícaras (das de cafezinho) de café em pó
2 xícaras (das de chá) de água fervendo
2 cálices de conhaque
6 colheres (das de café) de açúcar mascavo
2 pedaços de canela em pau
6 cravos-da-índia
2 colheres (das de café) de erva-doce
2 pedaços de casca de limão
2 pedaços de casca de laranja

Modo de fazer:

Aqueça o café em pó com todos os ingredientes, exceto o conhaque. Quando o café começar a ferver, retire-o do fogo. A seguir, em uma pequena panela, aqueça o conhaque, despejando-o posteriormente sobre o café e flambe (queime o conhaque). Coe e sirva. Observação: você poderá servir o café oriental à moda turca, ou seja, sem coar o café.


CAFÉ IRLANDÊS

Ingredientes:

1 xícara (das de chá) de café forte e quente
2 colheres (das de chá) de açúcar
1 cálice de uísque
1 porção de creme chantili

Modo de fazer:

Em uma caneca alta (à moda irlandesa), misture o café forte, o açúcar e o uísque. Por cima, coloque o creme chantili.


CAFÉ DO CORONÉ

Ingredientes:

2 xícaras (das de chá) de café forte e quente (já coado)
2 xícaras (das de chá) de leite quente
2 xícaras (das de cafezinho) de rum (ou cachaça)

Modo de fazer:

Em um bule de ágata (à moda da roça), misture todos os ingredientes. Leve ao fogo para esquentar.

Sirva o CAFÉ DO CORONÉ com bolinhos de fubá ou broa de milho.


CAFÉ ACHOCOLATADO

Ingredientes:

1 xícara (das de chá) de café forte e já coado
1 lata de leite condensado
2 xícaras (das de chá) de leite
1 lata de creme de leite
2 colheres (das de sopa) de chocolate em pó
1 cálice de licor de cacau
1 pedaço de pau de canela (optativo)

Modo de fazer:

Em um bule próprio para ir ao fogo, misture todos os ingredientes, com exceção do creme de leite e do licor de cacau, e leve ao fogo para ferver (por 3 minutos apenas). Depois, bata a mistura no liqüidificador, acrescentando o creme de leite. Bata bem. Por último, leve a mistura novamente ao fogo para aquecer. Não ferva o achocolatado. Retire do fogo e acrescente o licor de cacau.

Sirva este delicioso CAFÉ ACHOCOLATADO com Bolo de Fécula de Batata.


CAFÉ BÃO DE SÃO JOÃO

Ingredientes:

2 xícara (das chá) de café forte (bem forte) já coado
2 xícaras (das de chá) de leite
1 lata de leite condensado
2 pedaços de canela em pau
6 cravos-da-índia
1 colher (das de cafezinho) de erva-doce
½ xícara (das de chá) de conhaque (ou cachaça)
Casca de limão

Modo
de fazer:

Em um bule próprio para ir ao fogo, misture todos os ingrediente, com exceção do conhaque. Leve ao fogo e deixe ferver por 3 minutos. Retire do fogo, acrescente o conhaque e sirva.

Sirva este delicioso CAFÉ BÃO DE SÃO JOÃO com o Bolo de Milho do Grande Sertão.


(Para a postagem de amanhã: Biscoitinhos de Araruta das Cozinheiras Mineiras para acompanhar o Café Parisiense. Aguardem!)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

DE VOLTA PARA O FUTURO: OS SEGREDOS DA CULINÁRIA MINEIRA DE ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO

Fotografia de Emiliano Martins Sant'Anna (Emilianno de Brises Vovô, o Incomparável Caçador)


DE VOLTA PARA O FUTURO: OS SEGREDOS DA CULINÁRIA MINEIRA DE ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO


Além da Saborosa Culinária de Carangola, uma linda Cidade do Estado de Minas Gerais-Brasil, aprecio qualquer outra culinária que satisfaça o meu paladar. Já aprendi, por exemplo, a cozinhar de acordo com os preceitos chineses, japoneses, indianos, et cœtera ― sou fanática por comida oriental ―; aprendi a cozinhar à moda dos Caboclos de Manaus, quomodo, por exemplo, um Peixe ao Iskabaj à Moda Cabocla (escabeche: molho, conserva de temperos refogados, especialmente cebolas, aos quais se adicionam coentro, vinagre e muito azeite doce e, principalmente, muita pimenta murupi e pimenta doce, além de muito amor pela culinária manauara), delicioso, sem-igual, realmente, um Alimento dos Deuses de Homero Beocianato.

Meus Amigos e Amigas do Futuro! Neste final de Novembro de 2001, e, por agora, terminando de digitar este meu missivo, estarei, aqui (espero que por um bom tempo!), passando-lhes os meus Segredinhos da Incomparável Cozinha de Minas Gerais e, também, de outros Estados Federativos do Brasil Varonil e do Mundo Rotundo, para que, aí, no Futuro Sem-Muro (já sabendo de ante-mão que Vocês estarão vivendo um Mundo Brasileiro de Farturas Sem-Fim), Vocês possam conhecer a Arte de Cozinhar de meu Tempo Histórico (a mania que se instalou por acá, neste Primeiro Anno do Século XXI – Terceiro Milênio, um Século Pré-Anunciador de Guerras, Crianças Desnutridas e Fome Implacável, na maior parte do Planeta Terra).

Recebam, Homens e Mulheres do Futuro Brasileiro Sem-Muro, o meu afeto incondicional e um imenso, amplo e carinhoso abraço transtemporal.


ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu Pelides Papai e Jane de Brises Mamãe, descendentes de Imortais Caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas de Minas Gerais, uma região incrivelmente mágica situada na parte Leste do Brasil Varonil.


P.S.: Junto a esta Cartinha escrita em Novembro do Anno de 2001, envio-lhes a deliciosa receita do famoso Chouriço Mineiro (de Minas Gerais-Brasil) para as Incomparáveis e Inesquecíveis Festanças Roceiras das Noites Brasileiras Domingueiras de Novembro de 2010 e Seguintes.


(Passo-lhes a receita que herdei de minha mãe Jane Briseides Mamãe (filha de Emilianno de Brises, O Grande Caçador da Zona da Mata Mineira, descendente ― o Emilianno ― de Valerosos Caçadores de Porco-do-Mato, um animal feroz de paladar sem-igual, antigamente (o porco-do-mato, evidentemente), um habitante das matas do Grande Sertão de Minas Gerais)


CHOURIÇO MINEIRO

Ingredientes:
2k de sangue de porco (se você for morador da Cidade, compre em Matadouros particulares)
½k de redenho (uma espécie de véu de gordura, todo rendado: invólucro dos rins do porco)
200g de toucinho fresco ou de fumeiro (moído em máquina de moer carne)
1k de tripa de porco grossa (bem lavada, esfregada com fubá, para retirar todo o limo e cheiro desagradável)
Cebola (bem picadinha ou ralada)
Alho
Pimenta malagueta amassada
Pimenta-do-reino em grãos (amassada ou triturada em aparelho próprio)
Salsa (picada)
Cebolinha (picada)
Sal


Modo de fazer:
1o) Em uma vasilha, misture o sangue, o redenho, o toucinho moído e os temperos. Desmanche bem os pedaços de sangue coagulados. Amarre, com um barbante resistente, uma das extremidades de um pedaço de tripa. Na outra extremidade, encaixe um funil, para colocar o sangue temperado. Use uma canequinha ou xícara pequena para colocar o sangue na tripa. Não encha muito a tripa, deixe-a meio mole, pois, com o cozimento, poderá estourar e derramar todo o sangue, invalidando o trabalho da cozinheira. Depois de encher a tripa com o sangue temperado, amarre bem a outra extremidade. Repita a operação, com outros pedaços de tripa, até acabar todo o sangue temperado.

2o) Em uma panela cheia de água fria, coloque os chouriços e leve-os ao fogo. Deixe a água ferver. Depois de alguns minutos de fervura, fure os chouriços com um palito, para ver se já estão cozidos. Se não brotar água, ao furá-los com o palito, os chouriços estarão no ponto certo de cozimento. Retire-os da panela e, em seguida, frite-os. Deixe-os resguardados (cobertos totalmente) no próprio óleo (ou gordura de porco) em que foram fritos. Para serem consumidos posteriormente, reesquente-os em uma frigideira funda.

domingo, 7 de novembro de 2010

DE VOLTA PARA O FUTURO: OS SEGREDOS DA CULINÁRIA MINEIRA DE ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO

Fotografia de Justiniana de Amorim
(Justiniaña de Ogiges)


DE VOLTA PARA O FUTURO: OS SEGREDOS DA CULINÁRIA MINEIRA DE ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO


Ah!, meus Amigos e Amigas do Belíssimo Futuro Brasileiro Sem-Muro!, durante os meus muitos annos de vida (completarei mais um neste final do mês maravilhoso de Novembro, às 4h20min/horário Verdadeiro no Brasil - 5h20min/horário de Verão), foram inúmeras as minhas transfigurações existenciais (ainda espero mais transformações). Saibam vocês qu’eu nasci em uma Segunda-feira, dia de Lua Nova, em Meados do Tumultuado Século XX, e, desde esse dia, tive a sensação de que o mundo seria, exclusivamente para mim, Ficcionalmente Uma Aventurosa Sagitariana, uma Grande Incrível Aventura Diária Sem-Fim. Jane Briseides Mamãe, em nossas discussões homéricas, em que não faltaram as famosas chineladas, acusava-me de ser portadora da chamada Mania de Grandeza. A tal Mania de Grandeza Sagitariana, tão propalada pelos Astrólogos do Brasil e que os Patriarcalóides Ultrapassados do Brasil Varonil do Passado e do Presente não aceitam de jeito nenhum! A Mulher Brasileira, por acá, neste Anno de 2001 não é respeitada (prest’atenção ao Anno: 2001), só serve para pilotar o fogão ou o tanque de roupas sujas, ou mais algumas coisitas. Talvez no Futuro Próximo Sem-Muro do Brasil Varonil, as Mulheres Brasileiras sejam mais respeitadas!).

Mesmo assim, encastelada em minha Mania de Grandeza Feminina, eu percebi muito cedo que, para vencer o preconceito machista contra as Mulheres, em meu Estado de Minas Gerais-Brasil, por exemplo, eu teria de estudar muito. Foi o qu’eu fiz a minha vida toda. Entretanto, quanto a mim, pensando bem, minha Jane Mamãe tinha razão ao injuriar-me, acusando-me da tal Mania de Grandeza (e os Astrólogos Anciãos Patriarcalistas do Século XX e Início do XXI também)! Não foi sem motivo que Júpiter Troante, o patrono de meu nascimento voante, soprou nos ouvidos dela (de Jane Mamãe, naturalmente) o mítico nome que faria de minha humilde pessoa uma Incansável Viajante Transtemporal.

Mas, voltando ao assunto principal ― quomodo aprendi a famosa Culinária de minha Terra Natal ―, o fato de ter nascido em uma Segunda-feira, dia consagrado ao culto da Lua, também o fato da Lua ― muito de bem com o Sol ― estar localizada em Sagitário, um signo famoso por possuir nativos adeptos da boa mesa e, principalmente, pelo fato de Jane Mamãe, uma dominadora ariana de 01 de abril de 1917, casada com um aquariano (acho que Antônio Papai era do signo de Peixes, 18 de fevereiro de 1910/noite), não ter sido uma boa cozinheira-mineira ― Mamãe, coitadinha, não sabia cozinhar ―, repetindo, penso que tudo isso tornou-me uma apreciadora da Arte de Cozinhar. Valorizo, também, para explicar esta minha qualidade de Cozinheira ― este meu talento ultra-extraordinário (desculpem-me a Mania de Grandeza!) ―, o fato de possuir cinco planetas domiciliados nos signos de fogo: o Sol, a Lua e Marte em Sagitário, Plutão e Saturno em Leão, acrescentando o Meio do Céu em Leão (ascendente em Escorpião) e a Cauda do Dragão de São Jorge em Sagitário. Convenhamos, meus Amigos do Futuro!, o Fogo Multi-Mítico teria de fazer parte de minha vida tumultuada, agitada. Por todos esses motivos, tornei-me uma fogosa cozinheira de deliciosas iguarias (só para os Domingos de Minha Família Machado, é bem verdade!) e uma avultada degustadora de comidas divinamente apetitosas.


Vou parar por aqui. Amanhã conversaremos mais um pouquinho. Por agora, recebam, Homens e Mulheres do Futuro Brasileiro Sem-Muro!, o meu afeto incondicional e um imenso, amplo e carinhoso abraço transtemporal.


ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu Pelides Papai e Jane de Brises Mamãe, descendentes de Imortais Caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas de Minas Gerais, uma região incrivelmente mágica situada na parte Leste do Brasil Varonil.


P.S.: Envio-lhes uma receita maravilhosa de Minas Gerais-Brasil. Experimentem-na aí no Futuro do Brasil Varonil Sem-Muro (para o café ou chá de suas tardes de Domingo):


ROSQUINHAS FRITAS

Ingredientes:
2 colheres (das de sopa) de manteiga amolecida
1 xícara (das de chá) de açúcar
1 ovo batido
½ xícara (das de chá) de leite (ou leite de côco ou caldo de laranja)
1 colher (das de chá) de sal
3 xícaras (das de chá) de farinha de trigo
1 colher de fermento em pó


Modo de fazer:
Misture todos os ingredientes, formando uma massa homogênea. Se precisar, coloque mais farinha. Modele em rosquinhas. Frite-as, e polvilhe-as com açúcar e canela.


(Em minhas férias escolares, minha Avó Justiniaña de Ogiges fabricava para mim, a sua netinha querida da Cidadezinha, deliciosas rosquinhas fritas. Junto com o pratinho de rosquinhas, minha Avó Justiniaña encantava-me com uma grande canequinha esmaltada de café-com-leite mineiro bem docinho).

sábado, 6 de novembro de 2010

DE VOLTA PARA O FUTURO: OS SEGREDOS DA CULINÁRIA MINEIRA DE ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO

Fotografia de Joana Martins (Jane Mamãe) aos 45 anos

DE VOLTA PARA O PASSADO: OS SEGREDOS DA CULINÁRIA MINEIRA DE ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO


Então, quomodo estava a dizer-lhe em nossa conversa de ontem, desde o meu nascimento em uma data qualquer do Final de Novembro de Meados do século XX, eu, Odisséia Maria, vi-me envolvida com a arte de alimentar-me muito bem. Só para Vocês terem uma idéia, pendurei-me aos seios de minha Jane Mamãe e mamei seu precioso leite, ininterruptamente, até aos Sete Annos. Ocorre que Jane Mamãe era uma camponesa saudável, uma descendente de Valerosos e Imortais Caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas de Minas Gerais (meu Papai Antônio Aquileu também). Então afirmo-lhes: Minas Gerais é uma região mítica, mágica, sem-igual no Mundo Global, localizada na parte Leste do Brasil Varonil, e, assim, Jane Mamãe aguentou, com incomparável galhardia mineira, o apetite descomunal de sua excêntrica filhinha.


Quomodo Vocês já notaram, nasci em um Alto de Serra Of Hinterland de Minas Gerais (aqui, em minha Pátria Natal-Brasil, neste Anno de 2001 - não s’esqueça do Anno: estou a escrever-lhe em 2001 -, adoramos os idiomas estrangeiros, aliás, adoramos os idiomas estrangeiros desde o Anno de 1995) e, portanto, possuo o conhecimento dos segredos inumeráveis, mitológicos, sobre culinária, ervas, simpatias e muito mais, que estavam e estão ainda guardados a sete chaves pelas Matriarcas Mineiras. Aprendi as Sigilosas Receitas de Minas Gerais com minha Avó Justiniaña de Ogiges, descendente da lendária Calipso, aquela que muito amou o navegador grego Ulisses, o Eversor de Cidades, (minha Avó Justiniña era também parenta distante do Centauro Quirón; talvez, uma tataraneta, não tenho certeza!). Foi graças a essa minha inesquecível Avó Camponesa (entretanto, muito Lady, uma senhora da roça mui fidalga à moda portuguesa), a poderosa Maga Quiromântica Justiniaña, neta de uma portuguesa de olhos glaucos, misteriosos, oriunda da indescritível Ilha de São Miguel, aquele Arcanjo Poderoso, que Jane Briseides Mamãe, filha de Emiliano de Brises, teve a feliz idéia de batizar-me, nas águas eternais do Rio Carangola, com o nome de Odisséia Maria.

Depois destas explicações, mui necessárias, e antes de revelar-lhes os meus Segredos da Incomparável Cozinha de Minas Gerais-Brasil, gostaria de dizer-lhes que esta minha predileção por Culinária (incluindo a minha vocação para literatura) já havia sido pressagiada pelos Astros que presidiram o instante, aquele espaço pequeníssimo ― mas indeterminado ― de tempo, de meu nascimento. Naquele momento, a Lua estava a 19o graus do signo de Sagitário, em minha Casa Dois do Dinheiro VagaMundo, se penso em meu Ascendente a 21o do signo de Escorpião. Ocorre que o meu Sol de Nascimento estava a 3o de Sagitário, na Casa Um, compartilhando com Escorpião o privilégio de também direcionar a minha vida interior práláde agitada. Por esta razão, o meu signo de nascimento sempre se imiscuiu na Casa Um do Ascendente e, também, na Casa Dois do dinheiro volátil, a bagunçar para sempre as misteriosas exigências de vida de meu misterioso Ascendente. Também por esta razão, a minha paixão por Horizontes Dilatados, sem preocupações existenciais, quomodo as preferências dos sagitarianos sortudos, encontrou, por parte do Ascendente em Escorpião, a intimação, em função de direito suposto, de impulsionar, para minha vida terrena (agitadíssima) uma série de transformações radicais.

Hoje, vou parar por aqui. Amanhã conversaremos mais um pouquinho. Por agora, recebam, Homens e Mulheres do Futuro Brasileiro Sem-Muro, o meu afeto incondicional e um imenso, amplo e carinhoso abraço transtemporal.


ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu Pelides Papai e Jane de Brises Mamãe, descendentes de Imortais Caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas de Minas Gerais, uma região incrivelmente mágica situada na parte Leste do Brasil Varonil.


P.S.: Junto a esta Cartinha escrita em Novembro do Anno de 2001, envio-lhes mais uma deliciosa receita de Minas Gerais-Brasil (para Vocês do Brasileiro Futuro Sem-Muro Repleto de Fartura, fartura para todos sem distinção e, principalmente, um Futuro Brasileiro Sem Xenofobia). Experimentem! É uma receita fácil! Tenho plena convicção que Vocês vão apreciar! (Por favor, sejam gentis brasileiros e repassem a receita de Minas Gerais também para os amigos estrangeiros).


COSTELINHA DE PORCO COM CANJIQUINHA DE MILHO E MOSTARDA

Ingredientes:
1k de costelinhas de porco
½k de canjiquinha de milho (amarelo ou branco)
Folhas de mostarda/verdura (não confundir com creme de mostarda para sanduíches)
2 cebolas médias (cortadas batidinhas)
1 colher (das de sopa) de óleo de cozinha
4 dentes de alho (2 dentes para temperar as costelinhas e 2 dentes para o refogado)
1 cálice de cachaça da roça (optativo)
1 colher (das de chá) de pimenta-do-reino
½ colher (das de chá) de pimenta malagueta (optativo)
Sal (o suficiente para temperar as costelinhas e a sopa-creme de canjiquinha)
Cebolinha verde (para enfeitar)

Modo de fazer:

1o) Em uma panela funda, refogue as costelinhas (já temperadas com sal, alho e cebola batidinha). Não será preciso cozinhar as costelinhas separadamente, deixe apenas que elas fiquem com uma cor amarronzada (a famosa borra da carne, indispensável em alguns pratos de Minas Gerais). Motivo: As costelinhas serão cozidas juntamente com a canjiquinha. Quando as costelinhas já estiverem coradas, retire a panela do fogo por alguns minutos. Reserve.
2o) Em uma panela funda, esquente 1 (uma) colher (das de sopa) de óleo de cozinha e refogue dois dentes de alho (amassados ou triturados), colocando em seguida água, o suficiente para cozinhar as costelinhas e a canjiquinha. Deixe ferver.
3o) Quando a água alcançar fervura, jogue-a na outra panela com as costelinhas, levando-as ao fogo novamente (por favor, não retire a borra das costelinhas). Acrescente a canjiquinha (já previamente lavada). Cozinhe a canjiquinha juntamente com as costelinhas de porco em fogo baixo, mexendo de vez em quando, para não queimar o fundo da panela (o que estragaria este delicioso prato da cozinha mineira). Prove o sal (cuidado para não salgar este alimento dos deuses de Homero, por favor!).
4o) Quando você perceber as costelinhas e a canjiquinha já cozidas, coloque as folhas de mostarda cortadas em tiras grossas (ou rasgadas). Misture a verdura dentro da panela da sopa-creme, apenas para um cozimento rápido, tempere com pimenta-do-reino e pimenta malagueta (optativo), e acrescente o cálice de cachaça mineira para dar um sabor especial ao prato. (Isto, se você quiser, realmente, apresentar aos seus convidados um prato típico da região da Mata Mineira (Minas Gerais – Brasil). Eu, Odisséia Maria, posso garantir-lhes que minha avozinha Justiniaña, a Grande Maga Sem-Igual, em sua Cozinha de Sonhos Gastronômicos Deliciosos (Cozinha localizada em meu infantil passado encantado, situada no Córrego da Gruta do Divino Espírito Santo, Zona da Mata de Minas Gerais), não dispensava o gostinho da pinga neste prato digno dos deuses de Homero ― apenas um pouquinho! ― ao prepará-lo, naqueles dias festivos de minha mágica infância dourada.
5o) Por último, retire a sopa-creme do fogo (a espessura do caldo ficará por conta da cozinheira da hora), coloque-a em uma bela sopeira, salpicando por cima cebolinha verde picadinha.

BOM APETITE!