Fotografia de Justiniana de Amorim
(Justiniaña de Ogiges)
DE VOLTA PARA O FUTURO: OS SEGREDOS DA CULINÁRIA MINEIRA DE ODISSÉIA MARIA
NEUZA MACHADO
Ah!, meus Amigos e Amigas do Belíssimo Futuro Brasileiro Sem-Muro!, durante os meus muitos annos de vida (completarei mais um neste final do mês maravilhoso de Novembro, às 4h20min/horário Verdadeiro no Brasil - 5h20min/horário de Verão), foram inúmeras as minhas transfigurações existenciais (ainda espero mais transformações). Saibam vocês qu’eu nasci em uma Segunda-feira, dia de Lua Nova, em Meados do Tumultuado Século XX, e, desde esse dia, tive a sensação de que o mundo seria, exclusivamente para mim, Ficcionalmente Uma Aventurosa Sagitariana, uma Grande Incrível Aventura Diária Sem-Fim. Jane Briseides Mamãe, em nossas discussões homéricas, em que não faltaram as famosas chineladas, acusava-me de ser portadora da chamada Mania de Grandeza. A tal Mania de Grandeza Sagitariana, tão propalada pelos Astrólogos do Brasil e que os Patriarcalóides Ultrapassados do Brasil Varonil do Passado e do Presente não aceitam de jeito nenhum! A Mulher Brasileira, por acá, neste Anno de 2001 não é respeitada (prest’atenção ao Anno: 2001), só serve para pilotar o fogão ou o tanque de roupas sujas, ou mais algumas coisitas. Talvez no Futuro Próximo Sem-Muro do Brasil Varonil, as Mulheres Brasileiras sejam mais respeitadas!).
Mesmo assim, encastelada em minha Mania de Grandeza Feminina, eu percebi muito cedo que, para vencer o preconceito machista contra as Mulheres, em meu Estado de Minas Gerais-Brasil, por exemplo, eu teria de estudar muito. Foi o qu’eu fiz a minha vida toda. Entretanto, quanto a mim, pensando bem, minha Jane Mamãe tinha razão ao injuriar-me, acusando-me da tal Mania de Grandeza (e os Astrólogos Anciãos Patriarcalistas do Século XX e Início do XXI também)! Não foi sem motivo que Júpiter Troante, o patrono de meu nascimento voante, soprou nos ouvidos dela (de Jane Mamãe, naturalmente) o mítico nome que faria de minha humilde pessoa uma Incansável Viajante Transtemporal.
Mas, voltando ao assunto principal ― quomodo aprendi a famosa Culinária de minha Terra Natal ―, o fato de ter nascido em uma Segunda-feira, dia consagrado ao culto da Lua, também o fato da Lua ― muito de bem com o Sol ― estar localizada em Sagitário, um signo famoso por possuir nativos adeptos da boa mesa e, principalmente, pelo fato de Jane Mamãe, uma dominadora ariana de 01 de abril de 1917, casada com um aquariano (acho que Antônio Papai era do signo de Peixes, 18 de fevereiro de 1910/noite), não ter sido uma boa cozinheira-mineira ― Mamãe, coitadinha, não sabia cozinhar ―, repetindo, penso que tudo isso tornou-me uma apreciadora da Arte de Cozinhar. Valorizo, também, para explicar esta minha qualidade de Cozinheira ― este meu talento ultra-extraordinário (desculpem-me a Mania de Grandeza!) ―, o fato de possuir cinco planetas domiciliados nos signos de fogo: o Sol, a Lua e Marte em Sagitário, Plutão e Saturno em Leão, acrescentando o Meio do Céu em Leão (ascendente em Escorpião) e a Cauda do Dragão de São Jorge em Sagitário. Convenhamos, meus Amigos do Futuro!, o Fogo Multi-Mítico teria de fazer parte de minha vida tumultuada, agitada. Por todos esses motivos, tornei-me uma fogosa cozinheira de deliciosas iguarias (só para os Domingos de Minha Família Machado, é bem verdade!) e uma avultada degustadora de comidas divinamente apetitosas.
Vou parar por aqui. Amanhã conversaremos mais um pouquinho. Por agora, recebam, Homens e Mulheres do Futuro Brasileiro Sem-Muro!, o meu afeto incondicional e um imenso, amplo e carinhoso abraço transtemporal.
ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu Pelides Papai e Jane de Brises Mamãe, descendentes de Imortais Caçadores de Onças Pintadas e Jaguatiricas Noturnas de Minas Gerais, uma região incrivelmente mágica situada na parte Leste do Brasil Varonil.
P.S.: Envio-lhes uma receita maravilhosa de Minas Gerais-Brasil. Experimentem-na aí no Futuro do Brasil Varonil Sem-Muro (para o café ou chá de suas tardes de Domingo):
ROSQUINHAS FRITAS
Ingredientes:
2 colheres (das de sopa) de manteiga amolecida
1 xícara (das de chá) de açúcar
1 ovo batido
½ xícara (das de chá) de leite (ou leite de côco ou caldo de laranja)
1 colher (das de chá) de sal
3 xícaras (das de chá) de farinha de trigo
1 colher de fermento em pó
Modo de fazer:
Misture todos os ingredientes, formando uma massa homogênea. Se precisar, coloque mais farinha. Modele em rosquinhas. Frite-as, e polvilhe-as com açúcar e canela.
(Em minhas férias escolares, minha Avó Justiniaña de Ogiges fabricava para mim, a sua netinha querida da Cidadezinha, deliciosas rosquinhas fritas. Junto com o pratinho de rosquinhas, minha Avó Justiniaña encantava-me com uma grande canequinha esmaltada de café-com-leite mineiro bem docinho).
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