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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

16 DE DEZEMBRO DE 2001 - EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO - 13

NEUZA MACHADO


16 DE DEZEMBRO DE 2001 - EPÍSTOLA AOS HOMENS DO FUTURO - 13

NEUZA MACHADO


Acordei, hoje (dia 16 de Dezembro de 2001; não s’esqueçam da data!), Meus Amigos Brasileses do Futuro Sem-Muro!, com o forte desejo de falar-lhes do meu livro Odisséia Maria. Daqui, deste Anno de 2001, estou com o pressentimento de que a minha narrativa não será publicada em livro (papel) tão cedo. Muitos são os empecilhos. Só para Vocês terem uma idéia, neste Final de Anno de 2001 (repito: Anno de 2001; não s’esqueçam!), duas grandes Editoras do Rio de Janeiro avaliaram-na e a devolveram com as explicações já conhecidas. Segundo as Editoras, a minha ficção não possui os requisitos necessários para que seja lançada no Mercado Editorial. A condição para que um livro seja aceito, até este Anno de 2001 (não s’esqueçam do Anno: 2001), é muito simples: ele (o livro) terá de receber o parecer do Funcionário-Leitor que o avaliará quomodo um produto vendável (nem sempre o tal Funcionário-Leitor tem a rara capacidade para julgar se um livro é vendável ou não). Se a Dita Pessoa não for com a cara do escritor, ou mesmo não se interessar pelo livro, adeus publicação! Esta é a grande verdade: só um pequeno grupo, selecionado por ele (o Dito Funcionário-Leitor), consegue publicar suas obras no Brasil Varonil neste Anno de 2001 (não s’esqueçam do Anno!). Um escritor desconhecido só verá seus textos publicados se pagar caríssimo pela publicação (quase o preço de um apartamento popular). Se depender do dinheiro que recebo, quomodo Sofressora horista, jamais publicarei minha produção literária. Releiam, por favor!, a Cartinha que lhes enviei no dia 14 de Outubro de 2001 e saberão a causa do desprestígio.

Mas, hoje, dia 16 de Dezembro de 2001 (não s’esqueçam da Data!), estou com a firme intenção de revelar-lhes, um pouquinho que seja!, o teor de minha narrativa. Ela segue o fluxo de meus pensamentos e, por esta razão, vocês não encontrarão os necessários pontos (os tais pontos que sinalizam o término de uma oração gramatical). Assim quomodo a realidade deste meu Tempo Insolitíssimo Terrível Tenebroso (Final de Século XX e Início de Século XXI, que se transformou em um Caos), da mesma forma se sobressai o meu ato de narrar.

Estamos a Finalizar o Anno de 2001 (não s’esqueçam do Anno!) e lembrei-me de minhas palavras epo-ficcionais escritas no dia 27 de janeiro de 1999 do recente Século Passado, em que realço a figura caleidoscópia de Odisséia Maria, uma personagem cinquentona, Guerreira, Intimorata, viajando insolitamente em um avião imaginário em direção ao infinito de si mesma. Confiram:

... mas, como eu ia contando, só as alegrias valem lembranças, hoje, 27 de janeiro de 1999, penúltimo anno do século XX e penúltimo anno do Milênio de Peixes, e eu estou esperando extasiada o Grande Momento, o momento de passagem para o Terceiro Milênio, sem acreditar em tamanha sorte, meu Deus!, só os assinalados testemunham as Grandes Passagens do Mundo, e esta será uma passagem sem igual, e eu estarei viva, se Deus quiser!, daqui a dois anos, presenciarei a Passagem do Milênio de Peixes Emotivo para o Milênio de Aquário Indiferente, e verei os fogos de artifício no céu, e presenciarei o Grande Espetáculo da Terra do alto de um edifício de oitenta andares, na Megalópole mais linda do Universo-Sem-Fim, o Mundo todo celebrando a Passagem do Milênio, feliz da vida!, a profecia de Nostradamus não se realizou, as inúmeras profecias apócrifas não se realizaram, graças a Deus!, o mundo girando, girando, girando, em volta do Sol Apolíneo, o mundo continuará girando em volta do Sol Imperador, o Planeta Terra resistirá às intempéries, aos meteoritos caindo do céu, continuará resistindo ao desleixo do próprio Homem, o Homem não cuida com carinho de sua morada, mas, como eu ia dizendo, só os eleitos testemunham as Grandes Mudanças do Mundo, e eu me sinto quomodo um ser assinalado, quomo, como, quomodo você quiser, somente os privilegiados testemunham as Grandes Ocorrências do Mundo Profundo, um ser privilegiado sou eu!, estou aqui, permanente, atemporal, alicantinosa, agora, viajando em um avião trans-imaginário supersônico veloz, descrevendo o momento enrolado de uma guerreira mulher no final do Milênio de Peixes, ao mesmo tempo, conversando com você, você ainda nem nasceu, meu netinho!, mesmo assim, guarde bem as minhas palavras aladas, somente os eleitos testemunham as Grandes Mudanças, eu fui abençoada na hora de meu nascimento, um deva mineiro, um brilhante Poeta instalado em um espaço de luz, entre os seres divinos e os pobres mortais, um deva magrinho, careca e de óculos, sussurrou de longe, lá em Diamantina, e o sussurro dele chegou até aos meus ouvidos de recém-nascida, “Vá, Odisséia Maria Ulissiponense da Selva Mineira-Greco-Romana-Portuguesa-Brasileira, vá apreciar os Grandes Acontecimentos do Mundo!”, vá procurar, entre as íngremes montanhas de sua terra natal, um sumetume iluminado e arejado, para vosmecê se evadir das normas severas de seus ancestrais e viajar pelo espaço estelar numa aeronave de cores rosadas azuladas argentadas e douradas, de mil matizes multicolores, e isto aconteceu em uma madrugada de segunda-feira, no mês de novembro, com o Sol a três graus de Sagitário, o nono signo do Zodíaco Ocidental, quando o Sol Hipermineiro apontava no horizonte de minha Terra Natal, com seus magníficos raios luminosos, quando a aurora fermosa com seus dedos de rosa surgiu matutina e o Centauro Quirón, um velho habitante das Serras of Hinterland de Minas Gerais, se preparava para percorrer seus domínios, atirando flechas brilhantes ao acaso ou em direção ao infinito sem-fim, mas, como eu ia dizendo, só os assinalados reconhecem os Importantes Momentos da Humanidade, oh!, maravilha!, estou incluída entre esses poucos ditosos, não fui esquecida na hora de meu nascimento, não, mesmo nascendo nas brenhas do Grande Sertão, nas Serras of Hinterland de Minas Gerais, em Santa Luzia do Carangola, uma velha Cidade da época do esplendor do café, proprietária de um velho tupi yekiti’bá centenário, centenário é pouco para valorizar o yekiti’bá em questão, talvez ele já exista desde a descoberta do Brasil Varonil, uns quinhentos ou quatrocentos annos para o meu yekiti’bá orgulhoso, um jequitibá gigantesco, ele resistiu a um incêndio sem-igual, incêndio provocado per algum descuidado, quase acabando com o jequitibá orgulhoso, mas os habitantes da terra lutaram pelo jequitibá varonil, salvaram o jequitibá glorioso, salvaram o precioso patrimônio do meu povo tradicional, patrimônio afetivo daquela cidadezinha brilhante incrustada num alto de serra of Hinterland da Zona da Mata Mineira Guerreira, amada idolatrada e adorada por mim, mas, como eu ia dizendo, viajo pelo interior de mim mesma, buscando recordar-me dos justos valores que nortearam minha vida aqui nesta Terra de Deus Protetor, dês aquele longínquo vinte e cinco de novembro, quando o Sol Hipercarangolense iniciava a sua visita ao signo de Sagitário Cordial Vagamundo, no Criador Espaço Vazio Bashôniano entre a noite o dia, quando a aurora fermosa com seus dedos de rosa surgia matutina, três graus de Sagitário, ascendente em Escorpião ou Sagitário, não sei!, descubra aí no Futuro, aplacando a sua curiosidade, Amigo esotérico do século XXI e seguintes, sabendo alicantinosamente que esse Amigo estará interessado nesta minha Viagem enrolada, Vossa Mercê procurará compreender e julgar os encontros e desencontros de uma mulher de cinquenta, sumaca antiquada dos mares revoltos do século XX, no final do Milênio de Peixes, Vosmecê sentirá curiosidade em relação a esse meu período de tempo vivido aqui nesta Terra de Deus, em um momento muito conturbado e belicoso, naquele vinte e cinco de novembro assinalado no tempo suspenso entre o antes e o porvir, com a Vênus Madrinha Retrógrada em Escorpião, ela me salvou de um destino amoroso meio aloucado, mas também prejudicou-me horrores, saiba você, Vênus Bella Assanhada estava andando para trás, estou aqui a me queixar de Vênus Madrinha, estou reclamando de Vênus Afrodite de Traços Perfeitos, Aquela dos Grandes Casos Sentimentais com Homens Brilhantes, Vênus Amorosa nunca me faltou, os annos vão passando, e vou continuando a receber Amor, quomodo boa sagitariana, de acordo com os novos e interessantes vaticínios do mundo hodierno já distantes dos terríveis oráculos do Destino Pagão, nem sempre retribuo com a mesma moeda, mas vou levando a vida com muito jeito, se hoje não tem, amanhã deusdará, deusdará o que me faltar, mas vou levando a vida com muito cuidado, solitariamente fechada em meu casulo de bicho da seda tijucano, de qualquer modo, com Júpiter e Mercúrio em Escorpião no meu Mapa Astral de Nascimento, os dois estão em Escorpião, o meu signo ascendente de proteção, ou será Sagitário?, Escorpião no ascendente me faz pensar duas vezes, de vez em quando refreia e embonda pra valer o meu entusiasmo sagitariano, mas o grande barato mesmo foi nascer com Urano Onomatomante em Gêmeos Falante, minha Casa Sete do Casamento no horóscopo solar e Casa Oito no Mapa do Ascendente, eu tenho mania de onomatomancia, uma preocupação obsessiva e doentia com a escolha de palavras, estou vivendo a última fase do período pós-cambriano, iniciado há milênios na Antiquíssima Câmbria, penso que estamos vivendo um algonquianismo meio às avessas, a vida está se extinguindo na Terra per culpa das próprias ações insensatas dos homens, pratico também a onomatomancia, adivinhação fundada no nome da pessoa impressionável, às vezes, pratico também a nefelomancia, invadindo os domínios de Zeus-Júpiter que as nuvens cumula durante as minhas epo-ficcionais viagens de avião insólito supersônico, aeronave brilhante, espacial, viajando sem rumo pela Galáxia Estelar, et cœtera... et cœtera... etc.

Apresentei-lhes, meus Amigos do Futuro Brasilês Sem-Muro!, neste Domingo, 16 de Dezembro de 2001 (não s’esqueçam da data!) apenas um trechinho de minha particular narrativa. Talvez, um dia, ela possa chegar completa às suas mãos, aos seus olhos e aos seus corações (talvez, por Via Internet). Entretanto, sempre que houver oportunidade, enviar-lhes-ei outros pequeninos trechos de minha Odisséia Maria através do espaço ilimitado de mim mesma.

Despeço-me, transmitindo-lhes por intermédio de Infinitas Camadas Transtemporais todo o meu Amor e Carinho,


ODISSÉIA MARIA, filha de Antônio Aquileu, o Grande Pelida, e Jane Briseides (resultante do amor de Emiliano de Brises por Justiniaña de Ogiges), descendentes de Valerosos Caçadores de Onça Pintada de Minas Gerais, uma região deslumbrante incrível sem-igual localizada na parte Leste do Brasil Varonil.


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