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quarta-feira, 21 de abril de 2010

15.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: TERMINAL RODOVIÁRIO NOVO RIO

NEUZA MACHADO



15.1 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: TERMINAL RODOVIÁRIO NOVO RIO

NEUZA MACHADO


Naquele dia,
segundo a Sábia Väjira,
o Bhima,
quomodo era de seu costume
no Início do Terceiro Milênio,
resolveu disfarçar-se
de Aragem Matutina
e foi Observar,
quomodo sempre fazia,
a Movimentação de Viajantes
que abarrotavam
o Terminal Rodoviário Novo Rio,
na Cidade
do Rio de Janeiro Milongueiro,
ex-Capital do Brasil Varonil,
que de “novo”, coitado!,
não tinha mais nada.

O Terminal,
Naquele Anno da Graça
de Dois Mil e Três
do Terceiro Milênio,
já estava caindo aos pedaços
e envergonhando os Cariocjônios
(descendentes dos Lendários Jônios
da Antiga Grécia),
Habitantes da Mais Linda
Cidade do Mundo.

Acontece que o dito Terminal
fora edificado no anterior Século XX,
último Século do Segundo Milênio,
e já contava um bom par de Annos sem que,
ao longo de sua existência,
os Passantes Governantes

do Estado Federativo do Rio de Janeiro
e os Passantes Prefeitos

da Cidade Maravilhosa
se interessassem em mantê-lo digno,
melhor dizendo,
em perfeitas condições de uso,
para que o Pobre tivesse o prazer
de envelhecer com dignidade.
Só que tal não acontecera,
naqueles Annos todos.

O Bhima, em sua condição
de Extra-Terrestre Participante,
um privilegiado ser de outro Planeta,
um ser Intergalático,
recebendo a proteção permanente
de seu Supremo Senhor,
acompanhara a evolução daquela Cidade,
desde que fora fundada pelos portugueses
no Século XVI,
principalmente,
acompanhara a sua Era de Grandeza
até meados do Século XX,
e, agora, comovia-se com o seu declínio.
E, para piorar mais a sua angústia,
o mau-cheiro, que se percebia

por toda a Cidade,
era um sofrimento sem-fim
para o seu coraçãozinho
de Extra-Terrestre Bonzinho.
Mas, a Cidade, pensava ele!,
era ainda muito Bella,
apesar do maltrato
e do descaso de seus Governantes.

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