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quinta-feira, 26 de agosto de 2010

6 - O NARRADOR TOMA A VEZ: SOBRE A HORA E VEZ DE AUGUSTO MATRAGA

NEUZA MACHADO


6 - O NARRADOR TOMA A VEZ: SOBRE A HORA E VEZ DE AUGUSTO MATRAGA

NEUZA MACHADO

Para sedimentar meu ponto de vista sobre o narrador de A Hora e Vez de Augusto Matraga de Guimarães Rosa (e possivelmente sobre o narrador da Era Moderna em geral), como já foi dito e repetido exaustivamente, apoiei-me, em primeiro lugar, na semiologia, de acordo com os sistemas analíticos (por mim, apropriados e modificados) de Anazildo Vasconcelos, Greimas, Umberto Eco e Roland Barthes. Tal adequação se explica porque entendo que esses semiólogos aqui nomeados conseguiram decodificar os signos e sinais contidos em um texto, enquanto coisa visível, mas, mesmo submetidos aos limites de uma análise sintagmática, passaram adiante, permitindo a outros investigadores e intérpretes (os chamados Fenomenólogos) uma ultrapassagem no sistema de signos. Esta evolução da Crítica Literária, associada à análise sintagmática, proporcionou o entendimento da dimensão paradigmática do literário propriamente dito.

Além da Semiologia de Segunda Geração, servi-me dos ensinamentos de outros estudiosos da literatura, de outras correntes críticas, como Max Weber, Lukács e Benjamin (sociólogos da literatura), e subentende-se aqui a contribuição da hermenêutica, visando à compreensão dos sentidos ocultos do texto-arte. É importante reafirmar que a experiência de contemplação da literatura-arte tem de abranger os dados visíveis e não-visíveis. Para que se possa alcançar o não-visível, necessita-se de um conhecimento que se instaure a partir do mundo significado (com a sua própria dinâmica).

Utilizarei, portanto, nas páginas seguintes desta minha apreciação teórico-reflexiva um raciocínio transmutativo (e tautológico) para postular uma abordagem analítico-interpretativa em que a soma de argumentos promoverá (ou não) a confirmação desta proposta: provar que, em A hora e vez de Augusto Matraga, de autoria do escritor mineiro Guimarães Rosa, o incomodado narrador do século XX abandona o tom memorialista e toma a vez do personagem principal.


MACHADO, Neuza. O Narrador Toma a Vez: Sobre A Hora e Vez de Augusto Matraga de Guimarães Rosa. Rio de Janeiro: NMachado, 2006 – ISBN 85-904306-2-6

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