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domingo, 25 de outubro de 2009

ODISSÉIA MARIA - VIII

NEUZA MACHADO




ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO



OITAVO CANTO




mas, como eu ia contando, teimo em reatar esta minha viagem inventada, agora, lá vou eu, Diana Maria Felix Brasileira-Mexicana Espectante, amante do Agustin do Passado Distante, Odisséia Maria para os íntimos, em direção ao infinito de meus sonhos mais bellos, infinito brilhante, pensando em rever aquele Maravilhoso Sol Amigo Inconteste das Luas Encantadas de Julho, revelador dos Sete Mil Amores Mágicos do Tom Jobim Brasileiro, possuidor de um poder astral na medida certa para se adaptar à minha Vênus Escorpiana, se o Destino Astrológico não impusesse o contrário, graças a um trígono perfeito, realçador dos desejos de afirmação da personalidade e da vitalidade dele unidos à minha amorosa sensibilidade venusiana; talvez, se o Destino assim o quisesse, um Sol Escorpiano para realizar um casamento sob medida com a minha Vênus Mandona; mas há tantos aspectos astrológicos, alegres liames entre homens e mulheres, os quais eu não poderia aqui relatar, aspectos não descobertos por Odisséia Maria Guerreira, pois, estou viajando incognitamente e a minha imaginação neobarroca gostaria de produzir um ritmo de viagem parecido com o de Camões n’Os Lusíadas; todavia, infelizmente, não sou Camões, não possuo o imortal engenho do incomparável Luís, a habilidade do genial português de raiz narrando a viagem de Vasco da Gama em seus versos decassílabos-heróicos, feliz; esta minha viagem é deveras enrolada; o século XX foi até hoje um século engrumado; não poderemos fazer nada bem se não estivermos bem, este final de século XX não está nada bem, mas eu estou muito bem, sim senhor!; não se pode realizar nada bem sem paixão, meu senhor, e eu estou enamorada sim, meu amor!; mas, como eu ia contando, não sei escrever versos hexâmetros, não sei escrever versos heróicos-decassílabos também; a minha viagem do final do século XX é uma viagem em melódica prosa intermitente e cheia de curvas e retornos, sem paradas de ônibus, sem aeroportos seguros, apesar dos tropeços nas pedras e das nuvens do céu astrológico, inseguros, a minha prosa terá de ter ritmo, um ritmo depéquebrado; a minha continua, não posso deixar de falar da Lua situada em Sagitário, o meu Sol Esplendoroso também, ambos reinando em Sagitário, ainda o meu Marte Rompante em Sagitário Viajante também, disputando o espaço apertado com o Sol e a Lua, e a Lilith Faceira da Astrologia de Ontem, ora!, quem diria!, também em Sagitário Quiromante; para finalizar, isto já está prolongado!, que bello stellium possuo!, não posso deixar de mencionar a presença, no espaço apertado, da Cauda Volumosa do Incomparável Dragão de São Jorge, a Brilhante e Engenhosa Cabeça, não podia deixar de ser, está localizada no Signo de Gêmeos; atravessei o Magnífico Portal da Vida Terrena em 1946, não s’esqueça!; mas, como eu ia dizendo, não posso deixar de falar da Lua Astrológica, a minha, já lhe disse, em Sagitário; nasci em uma segunda-feira com a Lua em Sagitário; desculpe-me por ser tautológica, amado netinho do século XXI, é só para você resolver o enigma de minha vida enrolada, ou, então, se perder na epopéia pós-moderna de meus pensamentos labirínticos; nasci numa segunda-feira, naquele distante dia em que os deuses de Hammurabi Sétimo Rei da Babilônia pronunciaram meu nome, comandados por Marduc, o deus supremo, detentor dos destinos do reino babilônico, aquele poderoso da festa do Aquitu, e as Novíssimas Parcas Bondosas do século XX, três amigas-madrinhas mui carinhosas, me ofereceram uma vida de sonhos de mil matizes azuis, rosas e dourados, e qu’eu realizaria os meus sonhos azuis-matizados; elas direcionaram a minha vida benfazejamente, ensinaram-me a transformar o limão em limonada açucarada, elas foram tão boazinhas e amáveis, apesar de todas as pedras espalhadas ao longo do longo caminho; mas, as minhas Luas Astrológicas Para-Sempre em Sagitário, a Lua Branca Castíssima e a Lilith Moirena Fogosa; a Lua Benigna e a Lua Bandida, ambas exigindo para a minha felicidade amorosa um Sol Leonino, quiçá Ariano; por agora, eu não ligo pra Sol Leonino, não tenho atração por Sol Ariano, apesar do meu Marte e do meu Sol, ambos em Sagitário; é este justamente o motivo de minha falta de atração por leoninos e arianos, eles são muito estrelas para o meu gosto; queria um Sol Canceriano de Façanhas Incríveis para me fazer rica no Amor Imortal; infelizmente, a minha Lua e Saturno não estão em Capricórnio, minha Casa Astrológica da Riqueza Sentimental, e, assim, baubau!, lá se foi o Sol Canceriano Para Sempre Amém; na próxima parada, esbarrarei, com certeza, com o Sol Virginiano da Floresta Equatorial, mas a minha Lua não está em Peixes; baubau!, lá se foi o Sol Virginiano Para Sempre Amém; aliás, são tantos os Sóis Virginianos à minha volta!; vejo-me rodeada por Organizados Sóis Virginianos dos Trabalhos Hercúleos, eles querem qu’eu seja certinha e metódica, infelizmente não sou, jamais agradarei a Sóis Virginianos Observadores e Críticos; os anos se embaralham em minha memória e eu não distingo as datas do Plano Vital, neste caleidoscópio luminoso de minhas lembranças os virginianos me rodeiam e não me deixam viajar, mas eu romperei a incontável barreira virginiana, com certeza, são tantos, são tantos, uma multidão de virginianos metódicos guerreiros, e ordinário, marche, meia-volta, volver, seja ordeira, limpa e organizada, trabalhe, trabalhe, trabalhe, olhe as minúcias da vida, sagitariana, não seja dispersiva, sagitariana, cumpra seus deveres, sagitariana, respeite as leis do mundo, sagitariana, não busque o infinito, sagitariana, coloque os pés na terra, sagitariana, e a descompassada sagitariana murmurando amém, amém, amém, só vocês organizam a minha vida, amém, o que seria de mim sem os virginianos?, amém, dos virginianos falarei depois, amém, se eu conseguir reatar este fio de Ariadne Aracnídea dos Sonhos Enrolados, amém, se eu não conseguir reatar o fio da viagem, você me perdoará; só o leitor do século XXI compreenderá esta minha homérica viagem por estes ares poluídos nunca dantes navegados, esta minha épica realidade aqui neste final de milênio; ele comporá os elos perdidos do meu fio narrativo de bicho-da-seda, saberá julgar com eqüidade, com muito sentimento de justiça e compaixão, a minha confusão mental e existencial, sim, procurará reorganizar o Caos que foi o século XX e a minha vida; você do Futuro Sem-Muro está reorganizando tudo, agora, voltando ao início para melhor compreender, escuto envolta em um halo de mágicas e infinitas palavras seus sonoros palavrões, malsinando o aqui dito; ai!, quanta confusão!, não compreendo nada!, quanta loucura!, o que será PVC?; mas, é isto mesmo!, aqui, neste momento, o Mundo é uma loucura total, é o Caos; as Grandes Potências querem acabar com as Pequenas, mandam mísseis mortíferos através de uma longa distância arrasando tudo, querem acabar com o Mundo, você não existirá, se o mundo acabar, você entendeu?, não sei se terei leitores no século XXI, as Grandes Potências e seus Grandes Caciques querem a profecia de Nostradamus se realizando, não sei se você existirá; o anno vem aí, 1999, o anno aziago, o anno profético, o anno assinalará o fim, dos mil passará, aos dois mil não chegará; Nostradamus, no século XVI, profetizou o fim; por isso estamos esperando a volta do Salvador; ele virá na calada da noite e muitos que se dizem de seu rebanho não serão reconhecidos por ele, muitos clamando “Senhor, Senhor”; por isto, não sou fanática religiosa, gostaria de ser reconhecida por ele, mas também quero reconhecê-lo, reconhecer o Salvador da Humanidade Sofredora quando ele voltar novamente ao Mundo, no anno que vem, quando ele chegar; ele virá no anno que vem!; lembre-se sempre da profecia, aos dois mil não chegará!; quando ele chegar, estará de terno e gravata ou então com roupas de padre, assim meio parecido com o Padre Marcelo, o nosso querido Padre-Cantor, uma multidão de fiéis o segue aos maiores Estádios do Brasil Varonil, quando as rádios e televisões do Brasil anunciam a presença dele nesses locais públicos; ou, então, usando roupas esportivas quomodo qualquer jovem de hoje; o meu Salvador virá com a aparência de jovem dinâmico, só os jovens verdinhos são revolucionários, e cantando e orando e sorrindo e chorando, quomodo os mortais do século XXI; os bobos fanáticos do século XX estão ainda presos à velha ideologia religiosa da Idade Média, eles não pensam, eles acham que o Salvador se mostrará com as antigas túnicas dos habitantes de Nazareth, na Judéia, quando aqui apareceu pela primeira vez e habitou entre nós, ou, então, com a forma das figuras européias antigas, cabelos longos, olhos azuis, um bello exemplar da raça ariana tão dignificada pelos adeptos da chamada raça pura; mas é isto, leitor do século XXI, século XXII, século XXIII, do terceiro milênio, quiçá do quarto, do quinto, do sexto, você só existirá se a profecia não se cumprir; mas, acredite, de verdade, em meados de 1999 os planetas se alinharão, todos muito próximos, quase todos, quero dizer, não todos, apenas os mais poderosos, Plutão Milionário em Sagitário, alguns em Capricórnio, Urano e Netuno em Aquário, e assim por diante, e isto é prenúncio de mudança drástica, talvez, o Fim do Mundo; raciocine, o fim foi previsto para o dia 13 de novembro de 1982 e nada aconteceu, resta-lhe uma esperança e você existirá, os pseudo-profetas continuarão a existir, o Mundo continuará no mesmo lugar, mesmo que no anno que vem aconteça uma hecatombe, o sacrifício de milhares e milhares e milhares de seres humanos, os que ousam implorar por um pedaço de pão, no lugar dos cem bois da mitologia do ontem, você existirá e haverá de ler estas linhas enroladas; as catástrofes do hoje são todas normais, despropositadas mas normais, fazem parte de nosso dia-a-dia; você habitará um mundo de paz e alegria no século vindouro, Século Das Paixões Filtradas Pela Máquina-Internet; a civilização até agora escondeu a sujeira sob o tapete; agora, final de Século XX, a sujeira avolumou-se por baixo do tapete, não dá mais para escondê-la, meu irmão; nós, deste Milênio de Peixes, já nos prevenimos o suficiente contra os males da sujeira, assim Jesus nos ordenou, e como penamos para manter a limpeza em meio à sujeira do Caos; o Cristianismo é a religião do sofrimento, e já pagamos pelos pecados de nossos antepassados, pagamos por tudo; isto, talvez, seja o fim de um mundo de sofrimento, fim do sofrimento para a redenção dos que virão, de você!, pois terá uma vida longa, viverá quase dois séculos com perfeita saúde e potência sexual; segundo os Incríveis Magos Cientistas de Hoje, a partir do alinhamento dos Grandes Planetas, depois do dia 05 de maio do anno 2000, o homem do próximo século passará dos cento e cinqüenta anos com muito vigor e saúde; Deus lhe abençoe, meu netinho amadinho!, os homens e mulheres de hoje dão graças a Deus quando conseguem ludibriar a morte certeira ultrapassando a marca dos sessenta anos, depois, ficam na expectativa, expectantes e espectantes, esperançosos e alertas, querendo viver mais, com pavor do Jesus Está Chamando; a frase fatal os levará a conhecer o outro lado da vida, o reverso da medalha, a morte, leitor; o seu Terceiro Milênio será o da Tecnologia Avançada de Intercâmbios Impessoais e Amores Filtrados por Máquinas Insensíveis; Aquário da Paz Futurista regerá o seu milênio, amadinho!; Peixes Sensível do Oceano de Emoções Oscilantes terá forçosamente de passar, terá de passar o cetro para Aquário Aguadeiro dos Amores Gelados, e eu não estarei aqui para conhecer esse próximo Mundo Artificial e Aquoso e Sem Sal, repleto de insossas calmarias ou de tempestades artificiais, não poderei aproveitar os momentos de uma Nova Ordem Mundial; você viverá; mesmo assim, mesmo habitando o final do Milênio de Peixes Emotivo Épico-Lírico-Dramático-Narrativo, espremi o limão e fiz uma limonada, descasquei o abacaxi e fiz uma abacaxizada; Nostradamus errou a profecia contida em sua Centúria, o pré-anunciador, no anno de 1999, no sétimo mês, do Céu virá um Grande Rei do Terror, ressuscitar o Grande Rei dos Mongóis, antes de Marte reinar pela felicidade; e Marte, no dia 06 de julho de 1999, estará saindo de Libra para ocupar Escorpião, a 0° 17’ de Escorpião, e Júpiter estará a 0° 24’ de Touro, numa oposição de arrepiar os cabelos de qualquer mortal supersticioso, e Saturno Severíssimo também estará por perto em Touro, só para complicar um pouquinho mais, imagine só a tal guerra se deflagrando no céu por intermédio dessas três potências astrais; mas a Centúria 10, quadra 72, não se cumprirá, as profecias infundadas não se cumprirão; o meu Deus Verdadeiro é todo poderoso, é puro Amor e não se compactua com profetas apócrifos; é bem possível que os exegetas tivessem interpretado mal os versos do Profeta Poeta Nostradamus, hoje o Ocidente está ressuscitando o Budismo Oriental Tibetano, o Dalai Lama, líder espiritual desta linhagem do finalzinho do século XX, é reverenciado pelos Ocidentais, já dialogou amigavelmente com o Papa Católico João Paulo II, o Karol Wojtila, este foi outro, jogou por terra uma das profecias de Nostradamus; segundo os exegetas, a tal profecia computava apenas 17 anos para o reinado de João Paulo II, oriundo da Polônia Católica e Comunista, é verdade!, o Papa já ultrapassou a marca dos 17 anos de papado, sofreu nesse intervalo um atentado terrorista, em 13 de maio de 1981, dia de Nossa Senhora de Fátima de Portugal, sua salvadora, sofreu delicadas operações, sofreu pracaramba o pobre do Papa!; apesar das profecias, o Papa Karol continua vivo, ultrapassará o século XX e abençoará o século XXI e viverá mais de três anos; o meu Binóculo não erra jamais, meu rapaz!; Nostradamus e o século XVI geraram o desequilíbrio atual, graças ao século do desconcerto existencial, des-con-cer-to, óh meu Rei!, a desarmonia passou a reinar no Mundo, afetando também o Mundo Profundo,

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