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segunda-feira, 9 de novembro de 2009

ODISSÉIA MARIA - XV

NEUZA MACHADO


ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO



DÉCIMO QUINTO CANTO



mas, como eu ia contando, o estrangeiro se dá bem no Brasil, todos amam o Brasil Varonil e fazem fila indiana para se naturalizarem brasileiros, com muito prazer, e beijam o chão do Brasil, quando voltam para acá, depois de frustradas tentativas de retorno à terra natal, não querem saber mais de seus países de origem, depois que experimentam o meu Brasil Cordial; mas, neste final de Segundo Milênio, coitado do brasileiro quando tenta morar no estrangeiro, sofre perseguições e o preconceito é geral; pesquise nos jornais e você saberá, meu Futuro Leitor, neste final de Século XX, até Portugal Avozinho rejeita de vez em quando os brasileiros que vão ganhar a vida por lá; esquecem que são recebidos de braços abertos acá; o estrangeiro só recebe bem o brasileiro se este for convidado, senão será tratado quomodo inopioso, mesmo assim ficam de olhos bem abertos; os brasileiros convidados são vigiados; neste final de Segundo Milênio, brasileiro tem fama de roubar os talheres e as cobertas do avião; então, as aeromoças da Europa já dão de presente, quando reconhecem os brasileiros, os talheres do avião; guardem de lembrança os talheres, o Comandante da Tap lhes oferece, quomodo lembrança de viagem, os talheres do avião; é um presente da Air France os talheres do avião; é um presente da Alitalia, os talheres do avião; guardem quomo lembrança os talheres usados; saibais vosmecê do Futuro Sem-Muro, os brasileiros pagaram muito caro por eles, quando compraram as caras passagens; mas, depois falarei de Portugal e do Porto; eu fui muito bem recebida em Portugal, fui muito bem recebida na França também; amo a França e os franceses, amo Portugal e os portugueses; depois do Brasil, considero França e Portugal os países de meus sonhos mais caros e lindos; mas, como eu ia dizendo, nasci mineira, num alto de serra of hinterland de Minas Gerais, naquele dia os astros previram uma vida fabulosa para mim, e cumpriram o prometido, sim senhor!; me deram uma vida tumultuada pra ninguém botar defeito; os astros previram para mim uma vida de sonhos e alegrias sem-fim, e passei a vida toda sonhando; por isso, fui passear em Portugal Avozinho e em Paris Luminosa; os deuses babilônicos, naquele meu nascimento, em Minas Gerais, pronunciaram meu nome; e as Parcas do Século XX, Clotilde, Laísa e Meméia, três mui amigas sinceras, me ofereceram dons divinais, o dom de gostar da vida e não temer a morte, de acreditar no bem e não fazer o mal, de transformar o limão em limonada e o abacaxi em abacaxizada; elas fizeram uma branca bagata em minha homenagem, uma mundrunga tupiniquim sem-igual; agora, lá vou eu, Nise Marília do Dirceu das Montanhas Rochosas dos Mil Mineirais, amante dos Poetas Mineiros do final Século XVIII, viajando para o infinito de meus sonhos mais bellos, neste ônibus assinalado, cuja placa é RJ 117 050, da linha Vila Isabel-São Gonçalo, atravessando novamente a Ponte Rio-Niterói da Baía de Lethes de Mil Vanglórias, às 15 horas da tarde, horário de Verão no Rio de Janeiro Carioqueiro; há um sol hiperniteroijônio misterioso e dourado do outro lado da baía, e é um privilégio, mon Dieu!, apreciar tudo isto, um cenário tão bonito!; ao fundo o Pão de Açúcar de Confeiteiro Famoso e o Cristo Francês Redentor do Brasil Varonil, neste 08 (oito) de janeiro de 1999, sexta-feira, prest’atenção!. com o Sol Majestoso Brilhante em Capricórnio ainda reinando, com Mercúrio Veloz das Mensagens Astrais, aquele invocado do início inventado, invadindo também Capricórnio dos meus Ganhos Reais (Segunda Casa Astrológica de Sagitário Centauro); agora irei ver o meu garboso poderoso Almirante Guillén, o meu intrépido e sensual e tão bello Almirante, ali próximo da Samaritana de Paris-Niterói, mas óh! Destino exemplar!, o Mister Itajubá tomou seu lugar, tomou o lugar do Almirante Fermoso, não verei nunca mais o meu bel’idolatrado Almirante Gatoso,

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