Quer se comunicar com a gente? Entre em contato pelo e-mail neumac@oi.com.br. E aproveite para visitar nossos outros blogs, "Neuza Machado 1", "Neuza Machado 2" e "Neuza Machado - Letras".

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

ODISSÉIA MARIA - XXIV

NEUZA MACHADO



ODISSÉIA MARIA

NEUZA MACHADO



VIGÉSIMO QUARTO CANTO



mas, como eu ia contando, só alegrias valem lembranças!, hoje, 27 de janeiro de 1999, Penúltimo Anno do Século XX e Penúltimo Anno do Milênio de Peixes, eu estou esperando extasiada o Grande Momento, a Passagem Para o Terceiro Milênio, sem acreditar em tamanha Sorte, meu Deus!, só os assinalados testemunham as Grandes Passagens do Mundo, e este será um Acontecimento Sem-Igual, e eu estarei viva, vivíssima!, se Deus quiser!, daqui a dois anos presenciarei a Passagem do Milênio de Peixes Praláde Emotivo para o Milênio de Aquário Indiferente e Internáutico, e verei os Fogos de Artifício no Céu, e presenciarei o Grande Espetáculo da Terra do Alto de um Edifício de Oitenta Andares, na Megalópole Mais Linda do Incrível Universo-Sem-Fim, o Mundo celebrando a Passagem Esperada, feliz da vida!, a profecia de Nostradamus não se realizou, as inúmeras profecias apócrifas não se realizaram, não se realizarão, graças a Deus!, o Mundo girando, girando, girando em volta do Sol Apolíneo, o Mundo continuará gira girando em volta do Sol, o Planeta Terra resistirá às intempéries, aos meteoritos caindo do céu, o mundo continuará resistindo ao desleixo do próprio Homem, o Homem não cuida com carinho de sua Morada; mas, como eu ia dizendo, só os Eleitos testemunham as Grandes Mudanças, e eu me sinto quomodo um ser assinalado; quomo, como, quomodo Você quiser!; somente os privilegiados testemunham as Grandes Ocorrências do Mundo Rotundo e Profundo; ser privilegiado sou eu!, meu Romeu!, estou aqui, permanente, atemporal, alicantinosa, epo-ficcional, agora, viajando num Avião Supersônico Veloz, descrevendo influente o Momento Enrolado de Uma Guerreira Mulher no Final do Milênio de Peixes, no Final do Século XX ― pesquise aí no seu Futuro Sem-Muro essas minhas palavras aladas ―, ao mesmo tempo, estou conversando com Você; Você ainda nem nasceu, meu Netinho!, mesmo assim, Amorzinho!, guarde bem as minhas palavras asadas, somente os Puros Eleitos Testemunham as Grandes Mudanças!; eu fui abençoada na hora de meu nascimento, um deva mineiro, um brilhante poeta, instalado em um interstício espaço de luz, entre os seres divinos e os pobres mortais, um deva magrinho careca e de óculos, sussurrou de looonge, láááááá em Diamantina, e o sussurro dele chegou até aos meus ouvidos de recém-nascida, “Vá, Odisséia Maria Ulissiponense da Grandiosa Selva Mineira - Divino - Carangolana - Greco - Romana - Francesa - Italiana - Hispano - Africana - Portuguesa - Brasilana, vá apreciar os Incomuns Acontecimentos do Mundo Profundo!, vá procurar, entre as Íngremes Montanhas de sua Terra Natal, um Sumetume Iluminado e Arejado, para você se evadir das normas severas de seus ancestrais e do mundo real, para você viajar pelo Espaço Estelar numa Aeronave de Cores Rosadas Azuladas Argentadas e Douradas, de mil matizes multicolores”, e isto aconteceu em uma madrugada de segunda-feira, no mês de novembro de quarenta e seis, com o Sol a 3º de Sagitário, o nono signo do zodíaco ocidental, quando o Sol Hipermineiro apontava no Belo Horizonte Faceiro de Minha Terra Natal, com seus magníficos raios luminosos, quando a Aurora Fermosa com seus dedos de rosas surgiu matutina e o Centauro Quirón, um velho habitante das Serras of Hinterland de Minas Gerais, se preparava para percorrer seus vastos domínios, atirando Flechas Brilhantes ao acaso ou em direção ao infinito sem-fim; mas, quomodo eu ia dizendo, somente os assinalados reconhecem os Importantes Momentos da Humanidade, óh, maravilha!, estou incluída entre esses poucos ditosos!, não fui esquecida na hora do meu nascimento, não, mesmo nascendo nas Brenhas do Grande Sertão, nas Serras of Hinterland de Minas Gerais, em uma pequenina cidade de belezas tais, melhor dizendo, em Santa Luzia do Carangola, uma velha cidade da época do esplendor do café, proprietária de um velho tupi yekiti’bá centenário, centenário é pouco para valorizar o rosa yekiti’bá em questão, talvez ele já exista desde a Descoberta do Brasil Varonil, uns quinhentos ou quatrocentos annos para o meu jekiti’bá orgulhoso, um jequitibá gigantesco, ele resistiu a um incêndio sem-igual, incêndio provocado per algum maluco descuidado, quase acabando com o jequitibá-rosa de quatrocentos annos, Amor!, mas o Povo da Terra lutou pelo jequitibá varonil, salvaram o jequitibá glorioso, o precioso patrimônio do meu conterrâneo tradicional, patrimônio afetivo daquela Cidadezinha Campestre, incrustada num Alto de Serra Of Hinterland da Zona da Matta Mineira Guerreira, amada idolatrada e adorada por mim; mas, como eu ia dizendo, viajo pelo interior de mim mesma buscando recordar os justos valores que nortearam a minha vida aqui nesta Terra Azulinda, dês aquele longínquo novembro, 2a feira, quando o Sol hipercarangolense iniciava a sua visita ao signo de Sagitário Cordial Vagamundo, no Criador Espaço Vazio Bashôniano Profundo entre a noite e o dia, quando a Aurora Fermosa com seus dedos de rosa surgiu matutina, 3º de Sagitário, ascendente em Escorpião ou Sagitário, não sei!, descubra aí no Futuro Sem-Muro, Amor!, aplacando a sua saudável curiosidade sobre a minha idade, Leitor Esotérico do Século XXI e Seguintes!, sabendo alicantinosamente que Você estará interessado nesta Minha Viagem Grumosa e Enrolada, procurarando compreender e julgar os encontros e desencontros de uma mulher de cinqüenta, Sumaca Antiquada dos Mares Revoltosos do Século XX, no Final do Milênio de Peixes, Você sentirá curiosidade em relação a esse meu período de tempo vivido aqui nesta Terra Azulinda de Deus Protector, em um momento muito conturbado e belicoso, naquele novembro assinalado no tempo, suspenso entre o Antes e o Porvir, com a Vênus Madrinha Retrógrada em Escorpião, ela me salvou de um destino amoroso meio aloucado, mas também me prejudicou horrores, saiba Você!, meu Amor!, Vênus Bella Assanhada estava andando para trás!, meu Rapaz!, não me premiou com líricos amores com super-homens românticos!; veja só!, estou aqui a me queixar de Vênus Madrinha!, estou reclamando de Vênus Afrodite de Traços Perfeitos!; saiba Você que Marte Amoroso dos Grandes Casos Sentimentais nunca me faltou, não Senhor!, os annos passam e eu continuo recebendo inúmeras porções de amor!; no entanto, quomodo boa sagitariana, de acordo com os Novos e Interessantes Vaticínios do Mundo D’Ágora, já distantes dos Terríveis Oráculos do Destino Pagão, nem sempre retribuo com a mesma moeda; mas vou levando a vida com muito jeito, se hoje não tem, amanhã deusdará, deusdará o que me faltar, mas vou levando a vida com muito cuidado, solitariamente fechada em meu Casulo de Bicho da Seda Tijucano; de qualquer modo, com Júpiter e Mercúrio em Escorpião no Mapa Astral de Nascimento, os dois, naquele dia sem-guia, estavam em Escorpião, o meu signo ascendente de proteção, ou será Sagitário?, Escorpião no ascendente me faz pensar duas vezes, de vez em quando refreia e embonda pra valer o meu entusiasmo sagitariano, mas o grande barato mesmo foi nascer com Urano Onomatomante em Gêmeos Falante, minha romântica Casa Sete do Casamento no Horóscopo Solar e Casa Oito no Mapa do Ascendente; eu tenho mania de onomatomania, uma preocupação obsessiva e doentia com a escolha de palavras, estou vivendo a última fase do período pós-cambriano, iniciado há milênios na Antiqüíssima Câmbria, penso que estamos vivendo um algonquianismo meio às avessas, a Vida Amorosa está se extinguindo na Terra per culpa das próprias ações insensatas dos Homens; pratico também a onomatomancia, adivinhação fundada no nome da pessoa impressionável; às vezes, pratico também a nefelomancia, invadindo os domínios de Zeus-Júpiter que as nuvens cumula, durante as minhas epo-ficcionais viagens de avião supersônico, Aeronave Brilhante, Espacial, Especial, Viajando Sem-Rumo pela Galáxia Estelar; assim meus Sonhados Amores foram todos estranhíssimos, uma grande atração por gente estrangeira, ouvindo palavras de amor em língua enrolada, até mesmo palavras de amor em língua tibetana pronunciadas per aquele jovem tibetano pisciano que poderia, ai, Jesus!, ser meu filho, a quem ensinei em dois meses a falar português-brasilês, e ensinou-me o caminho da verdadeira felicidade búdica na Terra, e os librianos estrangeiros residentes no Brasil Varonil!, sem falar nos virginianos estrangeiros e brasileiros que me cercam loucamente, exigindo qu’eu seja ordeira e certinha, criticando abertamente o meu modo de viver, e os ciúmes dos gentis cancerianos?, os cancerianos querendo cortar meu barato, querendo cortar as minhas asas rosadas, minha alegria de viver, quero dizer, mas o meu íntimo sagitariano das viagens impossíveis exige liberdade, quero o meu cavalo bem solto no Mundo Profundo, não quero saber de amarras reforçadas não, meu Irmão!, não aceito o ciúme e a inquietação no amor!, não senhor!, não quero ninguém pegando em meu pé com furor, ninguém pegando em meu pé pra valer; é verdade!, ambiciono muito amar, ser amada, eu quero, sim senhor!, quero ser amada até ao fim de meus dias na Terra, chegar aos cem anos ou mais amando loucamente, ensinando ao amado as regras do bem viver com lazer, ele na casa dele e eu em minha casa, de vez em quando um aconchego de amor, sou de carne e osso também, Deus me livre e guarde dos aproveitadores!; Deus!, me proteja dos sugadores de amor!, bom Deus!, afaste de mim os maiores abandonados!, esses homens-morcegos chupadores do sangue e dinheiro de uma anosa mulher!, eles merecem receber uma surra de toalha molhada à moda nordestina, pra reconhecerem o valor da mulher brasileira; mas, como eu ia dizendo, nascida em Carangola de Minas Gerais, amando e adorando o Rio de Janeiro, a Cidade Maravilhosa do meu Brasil Varonil, mas sem nunca deixar de amar minha terra de origem, sem nunca abandonar os valores mineiros, trazendo comigo os valores do campo, respeitando os mais velhos, respeitando os humildes; não sou melhor do que ninguém, não senhor!, mesmo reconhecendo as bençãos recebidas ao nascer, pois, na hora do meu nascimento, os deuses de Hammurabi Babilônico e um deva mineiro, da Cidade de Pedra, pronunciaram meu nome, vá, Circe Irinéia Maria dos Ficcionais Épicos e Poéticos Sonhos de Glórias Viajar Pelo Mundo, pelo Mundo Rotundo, vá conhecer um certo filósofo francês-camponês dos Campos Vinículos da França dos Reis, um filósofo francês nascido no campo, vá conhecer o barbudo filósofo camponês, aquele que soube, quomodo ninguém, defender O direito de sonhar neste Mundo Rotundo e Profundo, vá Odisséia Maria Grieco & Romanus amar Bachelard, suba com ele os Cogitos Superpostos dos Pensamentos Maiores, não ligue jamais para os Estreitosos que não apreciam as Redundâncias Vocabulares da Língua Brasileira-Portuguesa, elas abrilhantam as estampas dos doutores altaneiros do Brasil Varonil, não procure nunca um Benday para a Arte Final Sombreada dos seus Casos de Amor, viaje com ele até ao cogito três, pronuncia-se cógito, Leitor!, a palavra, meu Amigo!, é de origem latina!, procure no Dicionário do Aurelião, meu Irmão!, e Você saberá, Você saberá o significado correto da palavra cogito; mas, como eu ia dizendo, o deva e os deuses disseram, vá Odisséia Guerreira Praláde Sortuda amar Bachelard, viaje com ele até ao cogito três, plano lacunar do tempo do pensamento, alcançado apenas pelos pensadores-eleitos; aqueles sábios indivíduos buscam o plano do espírito, o tempo espiritual, mas sabem de antemão que não alcançarão jamais, o plano do espírito está fora do plano vital, mas está próximo do tempo do pensamento real, fora do plano vital, entendeu?; o tempo espiritual não pertence ao plano vital; mas, atenção!, não esquente a sua cabecinha, óh! Leitor Amigo do Terceiro Milênio e Seguintes!, eu mesma custei a entender o meu amor Bachelard, o plano do espírito está tão próximo de nós, mas não o alcançaremos jamais, não senhor!, apenas sentimos sua proximidade, intuímos o que se passa do lado de lá; o plano vital é bem diferente do espiritual, por isso custei a entender o meu amor Bachelard, o Fascinante Sábio Francês me ensinou maravilhosas filosofias transcendentais, acompanhou-me naquelas noites de amor e febre e paixão, noites tempestuosas passei com Bachelard ao meu lado, naqueles annos vibrantes da década de oitenta, enquanto entretanto eu escrevia a minha tese sofrida, e o Bachelard cuidando de mim com amor; e o João Cordisburgo também me protegendo, mui sedutor, quero dizer, o adorável mineiro escritor soube me seduzir com suas palavras aladas, digo, o adorável mineiro soube me seduzir ficcionalmente quomodo ninguém, foram horas e horas com os livros dos dois ao meu lado, num triângulo amoroso pra lá de esquentado, foram horas e horas passeando filosoficamente com Bachelard nos campos fermosos de sua fermosa Champagne, entre uvas e flores, bebendo o bom vinho francês; foram dias e dias, e horas e horas, e minutos e minutos, também, com o meu ficcional amor conterrâneo, o inesquecível João, passeando pelas Veredas do Grande Sertão, meu Irmão!, foram noites e noites embalada pelas Primeiras Estórias, Estas Estórias e outras estórias, Leitor!, sem falar nos outros livros do Inigualável Rosa, semelhante àquele deus antigo que as nuvens cumula, o Grande Rosa que me fascinou; segundo o meu Anjo-Guru Amazonense Rochel, o João Rosa era um homem singular; não conheci o preclaro escritor, dos divos Guimaranes descendentes, de um Estado Suevo da Lusitânea, enquanto ele viveu aqui nesta Terra de Deus, conheci apenas o João Escritor, sua face de incomum narrador, caminhando miticamente ao seu lado pelas Veredas do Grande Sertão; o João Narrador do Sertão ainda vive em minhas lembranças, eu o amei loucamente naquelas noites ficcionais, argentadas, douradas, rosadas, de mil cores azuis-matizadas, ainda ouço suas palavras de amor e carinho; o Dom João Cordisburgo era um Prestidigitador, um Grande Mago Literário, um Artista Sem-Igual, de valor, às vezes, naquelas noites dinâmicas, agitadas, febris, ele se transformava em Riobaldo Valente, eu me via transformada em Diadorim, a guerreira dos olhos verdes brilhantes, quero dizer, eu me via transformada em Maria Deodorina Valente e Pudica, a Virgem Fermosa dos Olhos Glaucos de Athenas, aquela foi em vida um destemido jagunço, parenta longínqua da corajosa Princesa Guerreira da Literatura de Cordel do Sofrido Nordeste Europeu-Brasileiro, para agradar a seu pai, o destemido rei-patriarca desejava um filho guerreiro!, saiu pelo Mundo Medieval em sangrentas batalhas, em vitoriosas pelejas de guerra, mas, de acordo com a lenda, foi vencida na Guerra do Amor, transformando-se depois em virtuosa esposa-rainha; a Diadorim-Deodorina, do meu grande escritor, não teve um final tão feliz, meu Leitor!, ela se figurou de jagunço-guerreiro e se fechou para o amor redentor, e sofreu pra caramba, a guerreira-donzela não pode revelar seu segredo de amor, mesmo assim, não conseguiu se desviar da paixão per Sir Riobaldo Sofredor de Trabalhos Sem Conta, quero dizer, do amor do Grande Tatarana Urutu-Branco das Guerras Sertanejas Dilatadas e Míticas, ele muito chorou, não se conformou em sentir atração per um homem fermoso e dengoso, de verdes olhos encantados; não se esqueça, meu Leitor!, a Maria Deodorina estava disfarçada na figura de um bravo jagunço, e Riobaldo Guerreiro, parente do Monsier Robert Le Diable Cavaleiro Francês, não sabia disso não, mas Diadorim era na verdade Maria Deodorina, Linda Mulher de Olhos Verdes Fermosos, mais bella do que a Princesa Magalona e a Encantadora Donzela Teodora e a Imperatriz Porcina do Cordel Nordestino, vestida de homem-jagunço et cœtera, etc e tal, mas o infeliz Riobaldo não sabia disso não, e o coitado do moço sofreu pra caramba, Leitor!, Riobaldo Tatarana Guerreiro sofreu por amor, per amor a um jagunço de olhos verdes fermosos, o destemido Riobaldo só descobriu o engano quando Diadorim, a dos mistérios profundos, jazia estendida no leito de morte, por ter lutado e matado o cruel Hermógenes; o Hermógenes Canhoto também a feriu com a morte fatal; só depois da morte sofrida Diadorim mostrou-se mulher, mas aí já era muito tarde para Riobaldo Guerreiro, o amante não pode consumar seu amor, terminou seus dias, já velho e cansado, um barranqueiro-Caronte do divo São Francisco Du Mont, um rio eternal do Brasil Varonil, sofrendo a perda do amor sedutor, e muito o pobre sofreu!; no entanto, se você quiser conhecer a vida aventurosa de Riobaldo Tatarana Jagunço Valente, leia Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa nos Séculos Vindouros, o maior escritor brasileiro do Século XX será venerado também pelos Leitores do Futuro Sem-Muro Equilibrado e Seguro; eu mesma, deste século atual de guerras sem-fim, amo e venero os escritores antigos, Homero e Hesíodo, narradores antigos, Século X ou IX ou VIII antes de Cristo, não sei!, grandes poetas épicos da Antigüidade Clássica; amo também os poetas líricos antigos, aqueles que habitaram as terras deíficas da Grécia de então, talvez no Século VIII ou VII antes de Cristo; reverencio todos os escritores da Idade Média Pré-Renascentista, Dante Alighieri D’Itália, Geovane Boccaccio e Francesco Petrarca; e ainda o divino Camões Português do Século XVI, digo, do Renascimento Português, ele deixou aos pósteros a epopéia mais bella e grandiosa existente, até hoje, em Língua Portuguesa quinhentista, a epopéia das aventuras marítimas do povo lusitano; óh! Povo praláde privilegiado!, conquistou o Mundo Rotundo e descobriu o Brasil e povoou o Brasil Varonil, no último Anno do Século XV, 1500, para ser mais exata, ainda hoje o Luís é reverenciado também por ter escrito lindos sonetos de amor, sonetos inspirados nos modelos maneiristas, reveladores do desconcerto do homem de então, o desconcerto do homem de uma mudança de Eras, do homem que saiu da Idade Média para a Idade Moderna, a Era das Grandes Navegações pelo Mundo de Deus e dos homens também, momento fatídico de Grandiosas Descobertas; a Era Moderna nos legou o Progresso, nos brindou com o desequilíbrio existencial, o desequilíbrio e o caos, o desequilíbrio do Homem começou nos annos quinhentos, meu Equilibrado Leitor do Terceiro Milênio e Seguintes!, começou no Século XVI; eu por exemplo sou a mais desconcertada dos seres que passaram pelo Mundo Rotundo e pelo Mundo Profundo e não sei consertar concertando esta minha Viagem Sonhada; não sei concertar esta minha Viagem Encantada, digo, não sei consertar concertando esta minha Viagem Intrincada; mas, como eu ia dizendo, tudo isto aprendi em minhas peregrinações noturnas, lendo os grandes escritores, magistrais intérpretes de suas épocas, por isto registro tudo aquilo que vejo e interpreto nestas desorientadas palavras aladas, a minha época é belicosa, brumosa, não é brincadeira não, o Caos impera no meu Mundo Atual, o Século XX, até o Agora sem hora, é um Século de Guerras Desenfreadas, é irmão contra irmão, pai contra filho e filho contra pai, et cœtera e etc e tal; mas, como eu ia dizendo, aprendi tudo isto lendo os maiores escritores desse mundo de Deus dos Hebreus e também dos Cristãos; os grandes escritores souberam registrar suas épocas, e escreveram sobre tudo o que ouviram e viram e sentiram, e deixaram para os pósteros documentos preciosos, documentos reveladores quomodo eram seus mundos de então; dês Homero e Hesíodo o Mundo mudou, em cada época a História nos mostra um mundo diferente, os poetas e narradores, mesmo criando mundos ficcionais, denunciam as mazelas de seu mundo vital, de seu mundo real, mostram quomodo foi realmente o seu Mundo Global; assim, eu viajo no tal Avião Supersônico Praláde Veloz, ele voa e voa através dos Tempos, vou passando e voando voando voando sobre Antigas Cidades;

Um comentário:

ROGEL DE SOUZA SAMUEL disse...

poderia ser menor esta postagem bela