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sexta-feira, 12 de março de 2010

5.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO MITIFICADO

NEUZA MACHADO



5.2 - AS AVENTURAS DE BHIMA NA TERRA DOS HOMENS: LEMBRANÇAS DO PASSADO MITIFICADO

NEUZA MACHADO


Se o Solitariozinho quisesse assistir
às Ocorrências Históricas do Momento,
em alguma Tela Panorâmica,
à moda dos Terráqueos Sortudos
do Início do Terceiro Milênio,
teria só de se disfarçar de Ser Humano,
entrar em uma Grande Loja
de Aparelhos Televisivos,
e comprar uma grande televisão colorida,
uma maquininha inventada

no Século anterior,
e que era o entretenimento preferido
dos muito muito ricos
e dos muito muito

pobres humanos também.
Com isto, assistiria aos

programas televisivos
por certo sensacionalistas,
os quais noticiavam a tal Guerra
em Primeira Mão,
e não sofreria tanto por ver,
de corpo presente,
milhares de crianças e adultos
sendo exterminados por armas
de grande potência destrutiva.
Já estava preste a pedir
ao Supremo Senhor
que atualizasse a sua

Tela Mágica do Futuro,
recebida há milhões e milhões
de annos-luz atrás.
Ele não queria acreditar,
mas as invenções humanas estavam
quase ultrapassando os modelos
criados pelo Supremo.
“Seria possível que ele estivesse a permitir
tal progresso científico aos humanos,
ou estariam os humanos
a se apoderar dos inventos do Magnificente?”,
indagou-se, preocupado.
Mas, de qualquer maneira, muito em breve!,
muito em breve, mesmo!,
o Bhima iria comprar uma televisão
inventada pelos humanos!

Eram estas as indagações
que se apoderaram de sua alminha,
quando este, finalmente, terminou
os preparativos para o início da viagem.
As ditas indagações, por certo!,
estavam sendo registradas
pelo Senhor Supremo,
uma vez que a grande divindade
tinha sempre acesso
à sua mente de Extra-Terrestre,
quomodo tinha também conhecimento
de todos os pensamentos dos seres humanos.
Em verdade,
o Supremo conhecia intimamente
todas as criaturas do Universo Sem-Fim;
todas evidentemente criadas por ele.
O Bhima bem sabia que

seus questionamentos
chegavam aos magnificentes ouvidos
e tinha consciência também,
ao indagar pensativamente
sobre as ações do Poderoso,
que arriscava-se a ser castigado
por tanto atrevimento.
No entanto,

era-lhe impossível deixar de lado
essas questões que o atormentavam,
e o Bondoso confiava
nas atitudes justas do Magnificente.
Sim!, o Supremo era muito justo!,
e se, depois de milhões
e milhões de Annos-Luz,
começava a questionar
algumas descobertas científicas
realizadas no Mundo,
principalmente, aquelas máquinas
inventadas pelos humanos,
aparentemente superiores

à sua Vimana Voadora
e à sua Luneta Mágica

das Grandes Ocasiões,
isto tudo ocorria, certamente!,
com a complacência do mesmo.
Mas, enfim,

o incômodo era-lhe necessário,
uma vez que fora o próprio
de Poder Magnífico que assim exigira-lhe.

E ele voou então
até ao centro de toda aquela confusão.
Voou até ao centro da Contenda
entre a Tribo do Norte Ocidental, poderosíssima,
e a Tribo dos Dinâmicos Habitantes
daquela parte médio-oriental do Planeta,
cujas terras quase sem vegetação e desérticas
estavam repletas do preciosíssimo petróleo negro,
o disputadíssimo ouro negro do Século XX anterior,
o qual jazia em suas desconhecidas profundezas.
Ele bem sabia que o negro petróleo
era o verdadeiro motivo da disputa,
naquele Terceiro Anno
do Terceiro Milênio Assinalado.

E foi com o seu coraçãozinho
de Extra-Terrestre confrangido,
repleto de uma tristeza tão antiga,
que presenciou,
assestando o seu ultrapassado,
mas ainda mui poderoso!,
Binóculo Mágico das Grandes Ocasiões,
muito parecido com aqueles
que eram comprados nas Feiras-Livres
do Veiroto Século XVIII,
muito parecido também
com aqueles binóculos muito usados
pelos nobres de antanho,
nas ricas galerias dos suntuosos Teatros
daquele século e do século seguinte,
repito, foi aí então que presenciou,
repleto de tristeza quase humana,
aquela horrorosa, tenebrosa,
tenebricosa Guerra do Terceiro Anno
do Terceiro Milênio,
momento de passagem astral
para o Domínio Temporal de Aquárius.

O Bhima viu, com seus grandes e amendoados
e brilhantes olhos de Extra-Terrestre Bonzinho,
olhos que jamais a Terra Encantada haverá de comer,
crianças e pessoas civis do Médio Oriente
sendo massacradas impiedosamente
pelas tropas aliadas ao Terrível Contendor
de Guerrilhas e Dilatadas Guerras Inglórias.
Ao olhar para baixo,
não se envergonhou de seu choro,
porque as Cenas que presenciava eram as piores,
as mais terríveis que seus enormes
e amendoados olhos de Extra-Terrestre já vira,
desde quando aportara na Terra,
há milhões e milhões e milhões

de Annos-Luz atrás.

Ah!, como o pobrezinho chorou!
Enquanto chorava por aqueles pobres desgraçados,
sete milhões e sete mil e setecentos
e setenta e sete vezes desgraçados mortais,
coitados!,
resolveu acionar o botão
da Tela Mágica do Passado,
para rever algumas Guerrinhas Famosas
da História da Humanidade.
Realmente, elas foram pequenas,
se comparadas com as Guerras do Século XX
e, naquele Momento,
se comparada com a Guerra que ele,
o Bhima Extra-Terrestre,
estava a presenciar.
Realmente, as Guerras do Século XX
foram terríveis, impiedosas,
mas aquela do início do Terceiro Anno
do Terceiro Milênio
se mostrava a mais tenebrosa.

Amargurado, recolheu-se a um cantinho
de sua Linda Casinha Voadora,
temporariamente estacionada
em uma Nuvem Cinzenta
criada por ele mesmo,
uma vez que, naquelas terras desérticas,
naquelas areias escaldantes do deserto,
as nuvens no céu eram matéria bem rara;
recolheu-se para chorar desconsoladamente.
O sol Causticante do Deserto Imperante
impedia o acúmulo de nuvens benfazejas,
prenunciadoras, quase sempre,
de Chuva Abundante.
Por esta razão, fora obrigado
a criar uma nuvenzinha de nada,
para nela estacionar a sua Vimana
Esplendorosa Praláde Preciosa.


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